Associação Pestalozzi realiza eventos beneficentes para manter atendimentos

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RESENDE

Para manter os atendimentos clínicos de 203 usuários com idades de zero a 17 anos, a Associação Pestalozzi, vem realizando uma série de eventos beneficentes. E neste domingo, a partir das 18 horas, no Teatro do Instituto São José Salesiano, localizado no bairro Jardim Jalisco, diversos cantores locais participarão de um show em prol da entidade; que está em dificuldades financeiras e corre o risco de diminuir o número de atendimentos aos usuários no próximo ano.

Artistas locais, entre eles a cantora Lara Valente, que participou este ano do programa The Voice Kids, a banda de forró Xoxote, os cantores sertanejos Márcio Henrique e Gabriel, além das cantoras Rafaela Rodrigues e Yasmim Silveira são presenças garantidas no evento. Ingressos para o show, que está sendo organizado por estudantes do Colégio Salesiano, estão sendo vendidos a R$ 10.

A Associação Pestalozzi é uma instituição filantrópica e se mantém por meio de repasses de recursos dos Governos Estaduais e Municipal para promover a educação, o tratamento e a inclusão social de pessoas com deficiência intelectual, paralisia cerebral e Síndrome de Down; oferecendo há 48 anos serviços de fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, além de tratamento pedagógico, esporte cultura e lazer, profissionalizante e assistência social.

DIFICULDADE FINANCEIRA

A dificuldade financeira pela qual passa a entidade, segundo a direção, é por conta da redução dos valores dos recursos repassados pela prefeitura. A presidente Célia Regina Ribeiro de Freitas disse que a Associação Pestalozzi corre o risco de diminuir o número de atendimentos já a partir do próximo ano. “Por meio da Lei Municipal 2503 de 2004, aprovada pela Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Resende foi autorizada a fazer um convênio com a Pestalozzi para o atendimento de 66 usuários com idade superior a 17 anos. O valor deste convênio era, até dezembro de 2016, de R$ 19,8 mil. No entanto, desde que a atual administração municipal assumiu, o valor do repasse foi reduzido, pela Secretaria de Educação, para R$ 14 mil. Além disso, este recurso só começou a ser pago a partir de maio de 2017 e o último que recebemos foi referente a outubro. Com isso, estamos passando por dificuldades para manter os serviços oferecidos, a manutenção da sede, com pagamento de energia elétrica, telefone, internet e a folha de pagamento do atendimento clínico”, explicou a presidente, ressaltando, que a prefeitura é responsável pela folha de pagamento dos servidores que fazem o atendimento pedagógico.

Segundo ela, esse valor é pago direto pela prefeitura aos funcionários do município, e nem passa pela entidade a quantia. Célia Regina menciona que a Pestalozzi conta com um repasse do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no valor de R$ 7 mil. Ela também lembrou que quando a prefeitura deu o sinal verde para a retomada do convênio para o atendimento os usuários com idade acima dos 17 anos, a secretária de Educação do município, Rosa Frech, prometeu a instituição que ao longo do ano, os valores do recurso seriam aumentados. “O ano terminou e a Secretaria não nos chamou para conversar, apesar de eu ter mandado vários pedidos para reuniões”, recordou a presidente.

EVENTOS BENEFICENTES

Com a diminuição no recurso, a Pestalozzi está realizando diversos eventos para quitar a folha de pagamento e manter a entidade de portas abertas. “Hoje, não temos dinheiro para pagar a folha de pagamento e a segunda parcela do 13º salário de nenhum funcionário do atendimento clínico. Eu quero que as pessoas entendam que nós atendemos crianças do município e quero saber o porquê estão tratando a Pestalozzi desta maneira, R$5 mil faz uma falta danada para a entidade”, desabafa a presidente.

“Só que estamos em uma situação difícil. Além da folha de pagamento em aberto ainda estamos sem pagar o mercado, a energia elétrica, telefone, internet e outras despesas”, acrescentou.

PAIS E RESPONSÁVEIS APREENSIVOS

Os pais e responsáveis da Associação Pestalozzi Resende estão apreensivos com a possibilidade de redução dos atendimentos oferecidos na instituição. “Vai ser difícil para minha família se não contarmos mais com o atendimento de minha neta de 15 anos. A Pestalozzi é muito importante. Depois de Deus, foi aqui na Associação que minha neta aprendeu a andar depois que passou a fazer o tratamento de fisioterapia e de psicologia. Se a Pestalozzi fechar, ela corre o risco de ter a saúde debilitada”, disse a aposentada, Maria José Costa, cuja neta tem problemas neurológicos e atraso na idade cronológica.

“Minha filha faz tratamento de fisioterapia e psicologia na Pestalozzi desde um ano de idade. Hoje ela já está com nove anos. Com os tratamentos, ela começou a andar aos quatro anos. E olha que ela só vem aqui uma vez na semana, porque ela estuda de manhã, na Escola Rompendo O Silêncio, especializada para surdos e mudos”, conta a dona de casa, Maria Auriana Barbosa, 29 anos, contando que buscou atendimento na Pestalozzi, depois de procurar tratamento especializado em outras cidades.

NOTA OFICAL DA PREFEITURA

Em nota oficial enviada ao A VOZ DA CIDADE, a Prefeitura de Resende, através da Secretaria de Educação, informa que é procedimento padrão para renovação de convênios, a realização de auditorias que verificam as normas e a legislação que ampara cada contrato. Reforça ainda que o convênio firmado com a Associação Pestalozzi possui valor de repasse por aluno de R$ 214, e que o mesmo se encontrava em desacordo com o que determina a Lei 4.158 de 2004.

O Executivo também, através de um segundo convênio, custeia subsídios como vale transporte dos funcionários e acompanhantes dos alunos, merenda, locação de computadores e impressoras, material de limpeza e de expediente, realiza o pagamento de água e esgoto, alarme, além de 24 profissionais, o que totaliza o montante de R$ 71.227,88 por mês.

Desde que o convênio foi realizado, a prefeitura mantem regularidade no repasse e já quitou quase toda dívida pendente do ano de 2016.

PESTALOZZI REBATE INFORMAÇÃO

Ao ser questionada sobre o segundo repasse no valor de R$ 71.227,88 que a prefeitura informou, a Associação Pestalozzi rebateu a informação.  “Isto é uma infâmia contra a Pestalozzi. Nós nunca recebemos este valor de um segundo convênio de mais de R$ 70 mil. Este valor é o que a prefeitura paga para os servidores municipais para fazer o atendimento pedagógico, dois computadores que usam; merenda, que é um recurso federal destinado à entidade e administrado pelo município, e que serve para apenas 70 usuários e nós temos 203. Não vemos nem a cor deste recurso, tudo é pago diretamente pela prefeitura. Além disso, a Pestalozzi não paga água e esgoto porque somos entidade de utilidade pública municipal, estadual e federal e somos isentos”, rebateu a presidente, Célia Regina Ribeiro de Freitas.

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