Adolescente de Barra Mansa morre afogada em Paraty

1

COSTA VERDE

Uma jovem de 17 anos morreu afogada na tarde de domingo, dia 28, no mar da Praia do Coqueiro – próximo à Vila Residencial de Mambucaba, em Paraty. O corpo de Vitória de Oliveira foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Angra dos Reis. Segundo o Corpo de Bombeiros, a mãe dela, Regiane de Oliveira, de 41 anos, também se afogou e foi levada para o Hospital de Praia Brava, de onde já recebeu alta. As duas moravam  no bairro Jardim Central, em Barra Mansa.

 

Vitória e a mãe, Regiane, se afogaram; adolescente morreu – Foto: Reprodução Facebook

Testemunhas contaram que familiares tentaram salvá-las e também se afogaram, sendo resgatados por bombeiros e guarda-vidas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os militares foram acionados às 15h49min e as duas receberam os primeiros socorros ainda na areia da praia, porém, Vitória não resistiu.

Pessoas ouvidas pelo A VOZ DA CIDADE contaram que o mar estava bastante agitado em todo o litoral. Para o fim de semana, a meteorologia havia emitido um alerta de ressaca. O Corpo de Bombeiros informou que de sexta a domingo, dias 26 a 28, foram registrados 148 salvamentos marítimos nas regiões de Angra dos Reis e Paraty.

O jornalista Renato Motta estava na Prainha contou que o mar estava bastante agitado na localidade. “Eu estava na praia e senti que a água estava puxando muito. E os salva-vidas estavam alertando o tempo todo sobre os perigos, inclusive alguns usavam jet-ski para ir até os lugares de corrente” falou.

O militar do Exército Ricceli Sousa também estava na Prainha e relatou que ele e outras duas amigas se afogaram. O rapaz de 20 anos contou que chegou a sair inconsciente do mar.

“Eu tinha entrado na água para tirar a areia do corpo. Nisso eu estava com água na altura dos joelhos, quando eu e minhas amigas fomos surpreendidos e puxados, não conseguindo mais sair do mar. Estávamos perto da beira da praia e a correnteza puxava cada vez mais. Eu tentei nadar contra, mas não adiantava e eu comecei a ficar cansado. Gritei socorro, comecei a me afogar cada vez mais e ao mesmo tempo eu via minhas amigas se afogando na minha frente. Quando isso aconteceu comigo havia um total de sete afogamentos na mesma hora na Prainha. Os bombeiros foram muito ágeis. A sorte é que eu consegui manter a consciência até a chegada do resgate”, detalhou, afirmando que o resgate foi feito pelos salva-vidas em um jet-ski e que ao longo do dia viu vários outros casos de afogamento no local.

Segundo especialistas, o que ocorreu no mar da Costa Verde tem o nome de “corrente de retorno”. O fenômeno natural ocorre quando a água que chega à praia volta para o alto-mar. Ela exerce uma força que acaba escavando a areia, formando uma espécie de canal perpendicular à praia. Nesse canal, profundo, as ondas não estouram nele, e a água é mais escura, e a corrente vai em direção ao mar. Os bombeiros orientam que os banhistas não devem mergulhar nessas áreas onde não há ondas.

Confusão nas areias
Outros banhistas relataram que houve confusão entre turistas de Resende, Porto Real e salva-vidas. O desentendimento teria começado após o grupo ter sido alertado sobre o risco de afogamento e orientado a deixar o local. Um deles teria desacatado os bombeiros, dando início à confusão. A Polícia Militar foi acionada e o caso foi registrado na delegacia de Paraty (167ª DP).

Banhistas teriam se recusado a deixar área de risco e iniciado confusão na Prainha – Foto: Reprodução

No boletim de ocorrência, os bombeiros alegaram que alguns banhistas desobedeceram a ordem de saída do mar, em razão do perigo. A partir disso, houve um tumulto e os socorristas teriam sacado uma arma como forma de defesa. Um dos banhistas disse que foi agredido por um dos bombeiros com um tapa. Já os bombeiros afirmam que foram xingados por três banhistas, entre eles, o que alega que foi agredido. Os banhistas negaram o fato. O caso foi registrado como desacato.

Alerta
A equipe do Centro de Monitoramento Climático do Sul Fluminense alertou, na sexta-feira, dia 26, em sua página no Facebook, sobre o risco de ressaca no litoral Fluminense. Nesta segunda-feira, também informaram que as áreas de risco para ressaca aumentaram, passando a valer para todo o litoral fluminense, com ondas que podem passar dos 2,5 metros.

“O que está provocando toda essa agitação marítima são dois sistemas no oceano, uma alta pressão em alto mar na altura da costa sul do Brasil e um sistema de baixa pressão no litoral do sudeste do país. Juntos, esses dois sistemas criaram uma pista de ventos fortes em alto mar, deixando as águas bem agitadas no litoral do estado”, consta na publicação feita pelo Centro de Monitoramento Climático.

Bombeiros dão dicas para prevenir afogamentos
Para prevenir e evitar afogamentos, o Corpo de Bombeiros dá algumas dicas. Como por exemplo: procurar sempre os locais onde exista um posto de guarda-vidas; respeitar as placas e/ou bandeiras de sinalização; perguntar sempre ao guarda-vidas qual o local mais apropriado para tomar o banho de mar.

Além de não ingerir bebidas alcoólicas; evitar entrar no mar logo após se alimentar; não entrar no mar após longa exposição ao sol, sem antes adaptar o organismo à temperatura da água.

Os bombeiros destacam ainda a necessidade de manter a atenção sobre as crianças, identificá-las com nome e telefone para contato. Aos que sabem nadar, a orientação é praticar a atividade paralelamente à areia e evitar locais que são conhecidos como points de surfistas. Desta forma, previne-se de acidentes com pranchas.

1 comentário

Deixe um Comentário