Médicos voluntários realizam cirurgias plásticas gratuitas em Resende

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RESENDE

Em junho desse ano um grupo de médicos empenhados em levar atendimento acessível na área de cirurgia plástica para a população de Resende, resolveu criar um projeto social para proporcionar acesso à cirurgia plástica a pessoas de menor poder aquisitivo. A ação, segundo a coordenadora e idealizadora do projeto, a cirurgiã plástica Dr. Patrícia Zuker, era um sonho antigo que, com o apoio do prefeito Diogo Balieiro e da Santa Casa, pode se tornar realidade. O mutirão acontece apenas uma vez por mês, aos sábados, e já atendeu 24 pessoas.

Após a cirurgia, os pacientes são acompanhados, recebendo toda a assistência necessária até a sua recuperação total. A Santa Casa já possui uma fila de espera de pacientes que não podem pagar pelos procedimentos. Além disso, há a possibilidade também de solicitar o procedimento através dos Postos de Saúde, pedindo uma avaliação. A próxima ação acontece neste fim de semana, dia 25, com nove pessoas. Serão seis blefaroplastias, uma correção de abdome em avental, e duas retiradas de queloide em orelha.

O A VOZ DA CIDADE conversou com pacientes que receberam a iniciativa e aprovaram o projeto, relatando uma melhora significativa na qualidade de vida. Além disso, Dra. Patrícia Zuker, que também é membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), explicou ao jornal sobre os procedimentos e afirmou que o que a motiva e aos outros profissionais a participarem da ação, é o simples fato de quererem contribuir.

Ao todo são dez médicos que participam do programa, entre eles cirurgiões plásticos e residentes de cirurgia plástica do Rio de Janeiro, Colômbia, Equador, Peru e Inglaterra. As cirurgias realizadas são: correção de excesso de pele das pálpebras em pacientes que já estão com diminuição do campo visual, Otoplastias – correção de orelha em abano e retirada de tumores cutâneos, além de redução de mamas e ginecomastia. A quantidade de pacientes agendados para o dia do mutirão depende das cirurgias que ocorrerão, para determinar a demora de cada. A ação começa às 8 horas e termina aproximadamente às 21 horas.

QUALIDADE DE VIDA

Carlos Alfredo Maia, 62 anos, morador do Campo Belo, através do projeto realizou uma cirurgia na pálpebra no mês passado. “Me sinto muito bem, a minha visão melhorou, além a autoestima. Para mim que pedalo, atrapalhava demais, dependendo do horário, parecia que a pele caia mais”, disse.

Já a moradora do bairro Jardim Alegria, Patrícia Almeida Correia Rodrigues, de 35 anos, realizou uma abdominoplastia. “Há 16 anos eu tentava realizar a cirurgia, mas outros médicos diziam que isso era apenas uma questão de estética e não teria necessidade. Mas eu me sentia muito mal. No fim da minha gravidez tive pré-eclâmpsia e inchei demais, por ser muito magra, isso me deixou com o abdomem avental. Eu cheguei a ter depressão pós-parto, fazia 15 anos que eu não ia à praia, não trocava de roupa perto de ninguém”, disse, completando que foram retirados 1,8 quilo de pele. “Agora me olho de outro jeito. Para pessoas de fora pode ser bobeira, mas não é. É muito importante, a vida fica mais diferente”, afirmou.

Satisfação do trabalho bem feito

O prefeito Diogo Balieiro lembrou ainda que a Nova Santa Casa de Resende passou por uma verdadeira transformação a partir de 2017, com revitalização, ampliação, readequação, pagamento de dívidas e muitas novidades tecnológicas. “Graças a esses investimentos e melhorias que hoje é possível a realização de mutirões como os de cirurgias plásticas. São procedimentos complexos, que não são encontrados facilmente através do SUS nos municípios. No formato de mutirão, as cirurgias contemplam, em uma única ocasião, diversos pacientes que aguardavam na fila de espera”, comemorou.

E para a idealizadora da ação, a sensação é de dever cumprido. “Há que diga que são apenas cirurgias estéticas, mas é mais que isso. É algo que melhora a qualidade de vida e autoestima dos pacientes. Tem pacientes que não podem pagar e há coisas que incomodam desde a infância. Essa é a forma que sabemos ajudar, que é operando”, ressaltou a Dra. Patrícia Zuker, finalizando que sem o apoio da prefeitura, que inclusive manda buscar os médicos que moram longe e a Santa Casa que cede os materiais as salas e os quartos, nada disso seria possível. “Cada vez mais médicos querem participar e é muito bom ver todo o feedback positivo que estamos recebendo”, concluiu.

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