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Lançada em Volta Redonda a nova edição do Projeto Cinestesia às Margens

Por Franciele Aleixo
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VOLTA REDONDA

O recesso das aulas no Condomínio Cultural, está chegando. Mesmo assim, muitas novidades ainda serão apresentadas pelo Instituto Dagaz entre o fim deste ano e o começo de 2019. Prova disso é que, contemplado com o edital da Oi Futuro, na Seleção Nacional de Projetos Culturais, a ONG de Volta Redonda fez o lançamento da nova edição do Projeto Cinestesia às Margens. A primeira exibição, gratuita, aconteceu ontem na Escola Municipal Espírito Santo, no bairro Santo Agostinho.

No lançamento, o filme da vez foi o ‘Preto no Branco’, um curta metragem que contextualiza com o Dia da Consciência Negra, lembrado em 20 de novembro, por abordar o preconceito racial. Quem esteve presente no lançamento foi o diretor da obra cinematográfica, Valter Rege, que participou de debate após a exibição.

PRINCIPAL FOCO

O principal foco do Cinestesia às Margens é diminuir as distâncias entre a população periférica e a cultura. Com a democratização do acesso às artes e informação, toda a comunidade se sente pertencente, sobretudo pela busca do Instituto Dagaz por exibir títulos cujos temas conversem com as realidades dos espectadores.

Além de promover a experiência de cinema, com telão e distribuição de pipoca, as sessões também contam com discussão acerca do assunto, mediada por um membro da ONG. A iniciativa leva o cinema para casas e praças, conforme agendamento, e pretende atender uma média de 25 comunidades, no período de seis meses, uma vez por semana. Interessados podem entrar em contato pelo telefone (24) 3071-2798, em horário comercial.

DEMOCRATIZAR A CULTURA


Segundo destacou a diretora executiva do Instituto Dagaz em Volta Redonda, Marinêz Fernandes, muito além de proporcionar entretenimento, há um grande compromisso social com a população. “Por isso, a base do nosso projeto é levantar o debate, abordar assuntos pertinentes ao cotidiano, mas que muitas vezes não são refletidos. Os filmes dão suporte para introduzir questões como o preconceito, por exemplo. De repente, quem nunca quis falar sobre o assunto consegue se expressar, a partir da exibição e do diálogo posterior”, explicou. A diretora destacou ainda que essa análise da obra é muito importante também para auxiliar na interpretação e abre espaço para discutir visões sob ângulos diferentes. “Instigar a criticidade é outra vertente necessária, que temos também como meta, para que a cidadania seja exercida por todos, como deve ser. Muito se aprende por meio da cultura”, completou.

SOBRE O FILME

De acordo com a sinopse, ‘Preto no Branco’ conta a história de Roberto Carlos, 20 anos, jovem negro que no fim do expediente, em frente ao shopping onde trabalha, corre para não perder o ônibus. Essa é a versão dele. Na ação, sem que se dê conta, é abordado violentamente por dois policiais.

Sem maiores explicações, os PMs o algemam e o jogam dentro da viatura. Na delegacia, é informado de que foi acusado de ter roubado a bolsa de uma jovem, Isabella. Mais do que isso, ele será reconhecido pela mesma. A acusação de Isabella é tão firme e a alegação de inocência de Roberto Carlos é tão tocante, que a delegada Patrícia não arrisca nenhum parecer. Instala-se o embate: Roberto alega inocência e Isabella, a culpa dele. Resta saber quem fala a verdade.

Valter Rege é cineasta e creator, formado em Rádio e TV pelo Centro Universitário Belas Artes, produtor, diretor, roteirista e finalizador de filmes, possui um canal com seu nome que aborda temas como negritude, homossexualidade e periferia. Sua palestra ‘Da Favela para as Telas’ motiva jovens a não desistirem da carreira e o jovem diretor fala sobre plano de carreira e a importância de engajamento social para realização de metas além de abordar o preterimento do negro no mercado audiovisual. O curta metragem ‘Preto no Branco’, escrito e dirigido por Rege, foi selecionado para o Toronto Black Film Festival 2018. O diretor ainda lançou o documentário ‘O Cinema me Trouxe Aqui’ que registra sua viagem, para o Canadá.

Com patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria Estadual de Cultura e Lei de Incentivo à Cultura, de acordo com o Art. 42, Inciso IX, o Cinestesia às Margens é ainda patrocinado pela Oi e tem apoio cultural do Instituto Oi Futuro. Segundo o coordenador do projeto na ONG, Natã Teixeira Amorim, essa conquista é um ganho maior aos espectadores. “Levar o acesso à cultura, entretenimento e diversas reflexões, que fazem parte do dia a dia de comunidades expostas à vulnerabilidade social, e que muitas vezes não têm acesso a esse direito, é garantir os princípios da dignidade humana e democratizar o acesso ao cinema. Chegamos a mais uma edição do projeto e estamos muito animados e cada vez mais acolhidos com a receptividade das pessoas em receber o Cinestesia às Margens em suas casas ou bairros”, disse.

O Instituto Dagaz segue com agenda aberta para sessões do Cinestesia às Margens e o contato deve ser feito previamente pelo telefone (24) 3071-2798, de segunda a sexta-feira, das 9 horas às 18 horas, exceto feriados. As exibições podem ser feitas tanto em residências quanto em locais públicos, como praças. Outras informações também podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected].

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