“Todos somos exemplos de alguma coisa, e eu quero ser exemplo do bem. Minha família não me criou para ser um coitadinho, fui criado para ser um homem digno, livre e normal”. Assim o guitarrista barra-mansense de 23 anos, Johnatha Bastos, define sua vida. Por conta de uma alteração genética, o músico nasceu sem os braços e toca seu instrumento com os pés. Tal feito o levou a se apresentar no maior festival de música no planeta, o Rock In Rio.
O caminho para a apresentação no Rock In Rio começou depois de uma pesquisa da produtora de elenco do Caldeirão do Huck, da Rede Globo. “Através de vídeos na internet, ela entrou em contato comigo, participei de várias seleções, junto com uma galera bem bacana que toca nas ruas e fui selecionado. A última parte da seleção foi feita pelo próprio Luciano Huck. Eles produziram um documentário conosco e fomos para o palco”, contou, informando que a iniciativa é do Projeto Músicos de Rua, realizado pelo Banco Itaú.
No último sábado, Johnatha se apresentou no palco do programa global, ao lado da vocalista Bárbara Bivolt e da banda Picanha Chernobyl. Juntos, tocaram o tema do festival e receberam a notícia de que se apresentariam ainda naquele dia no Rock In Rio. “À tarde fizemos apresentações solos e a noite tocamos juntos, foi emocionante e indescritível. Foi maravilhoso conhecer toda aquela estrutura. É um grande sonho realizado pela fé, nunca me imaginei ali, mas ir lá e tocar, apresentar minha arte é o começo de uma grande história e motivação para outras pessoas. O palco Itaú ficava ao lado do palco Mundo, então quem foi para ver os grandes nomes, era só virar para nos assistir, foi algo sensacional”, conta, lembrando que naquela noite tocaram Titãs, Incubus, The Who e Guns N’ Roses.
Atualmente Johnatha se dedica a apresentações em sua igreja, palestras motivacionais e workshops para músicos em geral, além de apresentações ocasionais. Como hobby, o guitarrista ainda toca teclado. “A música está na genética da minha família, meu avó tocava teclado e minha mãe cantava, então, desde os quatro anos e eu já estava inserido na música. Aos seis anos eles me deram uma bateria infantil e eu já me apresentava na igreja, aos 15 anos, por conta da postura, tive que parar com a bateria e me especializei na guitarra, a igreja nos qualifica bastante tanto na parte da oratória quanto na musical. Aprendi tudo por conveniência, praticando e assistindo”, relembra, o músico que é membro da Igreja Evangélica Congregacional em Cotiara, de Barra Mansa.
Entre suas influências estão às bandas nacionais Oficina G3, Rosa de Saron, além das internacionais Guns N’ Roses, Aerosmith, Nirvana. E os guitarristas Armandinho; Andreas Kisser, da Sepultura; John Satriani, John Petrucci, Kiko Loureiro, da Megadeth, além do guitarrista da Oficina G3, Juninho Afram. “No ano passado pude me apresentar no final das Paralimpiadas do Rio ao lado de Andreas Kisser e Armandinho, também uma experiência emocionante e enriquecedora”, relembra.
NOVO SINGLE
Durante esta reportagem, Johnatha apresentou seu single ‘Nova Chance’, que apesar de ser uma canção instrumental, leva a quem ouve a mensagem de que todos estão destinados ao sucesso. “Alguns pode até se perder no meio do caminho, mas sempre há uma nova chance de recomeçar. O CD está em fase de gravação, estamos sem patrocínio, mas o trabalho tem sido feito aos poucos e devagar através da parceria entre amigos, venceremos todos juntos”, destaca.
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