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Exposição ‘Diálogos Urbanos’ permite ao público interagir com as obras

Por Franciele Aleixo

 

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RESENDE

Segue até o dia 31 deste mês no Museu de Arte Moderna (MAM) de Resende, a exposição ‘Diálogos Urbanos’, do artista visual e Volta Redonda, Anderson de Souza. Nesse trabalho o artista traz uma mostra inovadora, que interage com o público e permite que os visitantes interfiram em algumas obras expostas, dando asas à imaginação e à criatividade. A visitação está aberta de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas, e aos sábados, das 14 às 18 horas.

A exposição, que esteve em cartaz no Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro, de fevereiro a abril deste ano, atingindo um público recorde de dis mil visitantes, é composta por 20 telas de grandes dimensões, além de peças garimpadas nas ruas, como sapatos, tênis, um manequim e restos de outdoors, todos grafitados pelo artista.

O grande diferencial da exposição, são as obras interativas, que não só permitem como também incentivam a interferência do público sobre elas, alterando seu resultado final. Para isso, o visitante pode rabiscar ou escrever sobre as telas, utilizando giz. Em outra obra, o público pode pisar sobre ela. A exposição, que leva o visitante a experiências inusitadas, também traz para o museu um espelho especial, onde as pessoas podem fazer selfs, com resultados surpreendentes.


Para o autor, que estudou artes visuais na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e se dedica às artes plásticas há 20 anos, a interatividade é o ponto central da mostra, que foge do padrão que busca proteger a obra do público. “Quando você vem para uma galeria fechada, há um certo mito em relação à obra, com a colocação de faixas amarelas para proteger o trabalho do artista. Nessa mostra, trabalhamos com a inversão, permitindo que os visitantes não sejam meros expectadores, e sim agentes participativos deste processo criativo. Acho que o público vai curtir essa participação, porque o bom hoje é você interagir e dialogar, e não só observar”, explica Anderson de Souza, destacando que alguns trabalhos ficam no chão, para que as pessoas possam pisar neles.

De acordo com a curadora da mostra, a professora Mariléa de Almeida, doutora em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas, a exposição “Diálogos Urbanos” traz para o interior do museu o cotidiano caótico e apressado das cidades, onde a sensação de vigilância não cessa. Na mira do voyeurismo, segundo ela, é preciso ser visto mais magro, mais bonito e mais inteligente do que acreditamos ser. Por isso, o artista traz em suas telas os olhos arregalados e os corações plastificados, que denunciam que a felicidade dura o tempo necessário apenas para se produzir o self fotográfico, que se destina à satisfação pessoal.

Sobre o artista

O grafite faz parte da trajetória artística de Anderson de Souza desde que ele, então aluno da Unicamp, apresentou em seu curso o projeto de especialização sobre arte urbana. Nos últimos cinco anos, Anderson, que também têm desenhos seus grafitados em um muro no bairro Jardim Jalisco, em Resende, expôs nas principais cidades da região, além da capital carioca. Em 2017, um de seus últimos trabalhos internacionais foi uma pintura em Merlo/Buenos Aires, na Argentina. O artista também já deixou sua marca pelas ruas de Nova Yorque e Lisboa.

 

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