RESENDE
Quem pensa que o carnaval acabou em Resende, se enganou. Neste sábado, dia 29, o bloco ‘Que Horas Passa O Vicentina?’ se apresenta no período das 14 às 19 horas, na Praça da Bandeira, mais conhecida como Praça do Trenzinho, no bairro Campos Elíseos. O bloco tem o estilo ‘se apresenta mais não sai’, ou seja, não desfila pelas ruas ou avenidas da cidade como os tradicionais grupos de foliões.
Com alegria e animação os foliões vão curtir o pós-carnaval animado pelo som mecânico e a participação do bloco carnavalesco Tamborim de Ouro, da Vila Araújo, e o bloco recreativo de Embalo da Grande Alegria, o bloco do Brega. “E o bloco também não tem uma bateria ou banda. Sempre no período da tarde, chova ou faça sol, a festa é animada por um DJ, que toca sucessos de vários carnavais, num som mecânico. A cada ano, o evento conta com uma atração musical convidada ou uma bateria de escola de samba ou de outro bloco. E no pós-carnaval 2020 serão duas as atrações convidadas: o bloco carnavalesco Tamborim de Ouro, da Vila Araújo, que é um projeto social onde meninos e meninas aprendem a tocar instrumentos de percussão e o destaque é uma ala formada só por meninas tocando tamborim e o Bloco do Brega, com sua bateria show. Durante cinco horas de alegria e muita folia, os integrantes do bloco têm diversão sadia, ajudam no resgate da cultura popular e da tradição do Carnaval em família”, conta o jornalista e radialista Mauro Campos, mais conhecido como Chocolate, lembrando que o ‘Que Horas Passa O Vicentina?’ possui um estilo diferente dos outros blocos. “O evento, geralmente realizado no bairro de Campos Elíseos, em Resende, é feito no estilo ‘concentra, mas não sai’, ou seja, seus integrantes não desfilam pelas ruas, como tradicionalmente acontece nos outros blocos”, comenta.
Este ano, o bloco seguirá a mesma linha de pensamento, dando continuidade à campanha contra o feminicídio e pelo fim da violência contra a mulher e usará o tema “Quem ama cuida. Não fere, não bate, não mata”. “Nosso tema visa alertar a população sobre a violência. É uma forma de chamar a atenção para o número assustador de casos de feminicídio e agressão às mulheres na nossa região”, alerta o jornalista.
HOMENAGEM
Todo ano o ‘Que Horas Passa o Vicentina?’ sempre faz homenagens para aqueles que ajudaram na criação ou na existência do bloco e que infelizmente já morreram. “Ao invés de um minuto de silêncio para homenagear aqueles que se foram, nós fazemos o ‘Minuto de Barulho’. E neste ano o grande homenageado será o historiador e padrinho do bloco, Claudionor Rosa, que morreu em março do ano passado. Claudionor foi o primeiro a sacar que o bloco era ‘zoação’ com alguma coisa. E não um bloco de protesto contra a empresa de ônibus que atua em Resende, como muitos acreditavam e acharam no início”, explica Chocolate, informando que esse ‘Minuto de Barulho’ acontece no momento da apresentação de uma das baterias das agremiações convidadas para o pós-carnaval.
HISTÓRIA DO BLOCO
O ‘Que Horas Passa O Vicentina’ foi criado pelo músico, jornalista e radialista Mauro Campos, morador na Cidade Alegria. Ele batizou o bloco após ouvir dos motoristas de ônibus, nas suas idas para o trabalho, que não tinha uma viagem sequer que alguém não os perguntasse sobre o horário do ônibus que ia para o bairro Vicentina. Numa dessas viagens, no trajeto Cidade Alegria – Campos Elíseos e num feriado nacional, o assunto no interior do coletivo era justamente isso: a quantidade de vezes, que os motoristas eram indagados sobre o horário do ‘Vicentina’, na região central da cidade. “Foi quando, de repente, uma senhora deu sinal para o ônibus no momento em que ele já estava passando pelo ponto onde ela estava. O motorista deu uma freada brusca no veículo. Era feriado e a coitada estava cheia de bolsas. Ela, já de idade, veio esbaforida em direção ao coletivo. O motorista, em tom de brincadeira disse só falta ela vir perguntar que hora passa o Vicentina. Ele abriu a porta e a senhora, então, perguntou: Moço… Que horas passa o Vicentina? O riso foi geral. Pronto, nasceu ali e dali a ideia de se criar um novo bloco de carnaval, com todos os ingredientes que um bloco deveria ter: alegria, bom humor, respeito e camaradagem. Ah, só um detalhe: onde a senhora estava não passava o Vicentina”, lembrou Chocolate, recordando que a partir dali foi fundou o Bloco, ressaltando que o historiador e profundo conhecedor da história da música brasileira e dos carnavais, Claudionor Rosa, assim definiu o bloco ‘Que Horas Passa O Vicentina?’. “Iniciativa oportuna, popular e muito bem bolada. Coisa do Chocolate”, citou o jornalista.