Oi pessoal!
Na coluna desta semana vou contar um pouco da história de Renato Cruz, um paratleta que conheci no Sesi-SP e que hoje, assim como eu, defende as cores do clube paulista.
O paulista de 47 anos é casado com a Sandra e tem três filhos: Pedro, João e Ana. Em 2004, enquanto trabalhava no metrô de São Paulo, sofreu um grave acidente. Uma peça de 400 kg caiu sobre sua perna, que teve quer ser amputada.
A partir disso ele começou a viver uma nova realidade. Na época, sua filha mais nova tinha dois anos. Ele se tornou deficiente físico. No processo desconhecido da deficiência, ele passou a andar por um caminho que não conhecia, bem escuro. Teve muita dificuldade na comunicação, na época a internet era mais difícil.
Renato se considera uma pessoa de muita sorte porque encontrou pessoas incríveis no seu processo de reabilitação. Ele passou a se envolver no processo de reabilitação e voltou ao trabalho no metrô. Quando voltou a trabalhar, foi ser companheiro de um grande amigo: João Bernardo das Neves, que era maratonista. Ele foi o primeiro que o incentivou na prática esportiva. Foi assim que começou no mundo do esporte.
Começou a fazer a caminhadas na rua, sem muita pretensão. Fez sua primeira corrida em 2008, que desconstruiu imagens que ele tinha dele mesmo e das incapacidades que a deficiência traz para o indivíduo. Foi assim que começou se apaixonou.
Em 2010 teve o convite para entrar no time do Sesi-SP. Fez o teste e migrou das provas de rua para as provas de velocidade. Começou sem muita pretensão, continuou com a carreira de eletricista até 2015.
Naquele ano se viu desafiado pelo seu treinador com a chance da conquista da sonhada vaga olímpica. Ele tinha uma carreira muito amadora, treinava de manhã e de tarde e noite, trabalhava. Ele percebeu que precisava mudar esse comportamento, foi quando pediu um afastamento da empresa pública.
Foi a partir daí que começou a se dedicar integralmente ao esporte. Na temporada 2015/2016 bateu o recorde brasileiro e fez os índices mínimos para conquistar a vaga. Foi assim que integrou o time paralímpico 4×100 para pessoas amputadas.
Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, correu ao lado de Yohansson Nascimento, Alan Fonteles e Petrúcio Ferreira e conquistou a medalha de prata no revezamento 4x100m rasos, sua primeira medalha paralímpica.
São histórias como esta que me inspiram a ser um atleta ainda melhor e correr atrás dos meus sonhos. Parabéns pela força e pelas conquistas Renato, torço muito por você!