Quantos tormentos serão necessários para que toda dívida seja saldada?
Por isso, o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;
E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos, fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o, e perdoou-lhe a dívida.
Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
Então o seu companheiro, prostrando-se aos seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu, também, tive misericórdia de ti?
E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um, a seu irmão, as suas ofensas. (Mt 18.34,35).
Jesus estava ensinando conforme a cultura do seu tempo em que havia senhorio, rei, escravos e servos criados em casa ou comprado.
O cerne desta parábola é a importância de perdoar quem nos deve, porque fomos perdoados por uma dívida infinitamente maior que é a dívida do pecado contra Deus. (Rm 3.23)
Também ensina que seremos arguidos quando perdoados da condenação e não usarmos de compaixão com o nosso devedor; voltaremos a condição de acusado sujeito ao juízo de tortura ordenado pelo Pai. (Rm 2.1-16 Leia o comentário destes versículos na Bíblia de Estudo Pentecosta).
Na oração do Pai Nosso, o Senhor categoricamente ensina aos seus discípulos o grande valor do perdão: Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, , também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. (Mt 6.14,15).
Jesus falou sobre os vários graus de torturas segundo a gravidade de cada pecado. (Lucas 12.47,48).