O olhar sobre Penedo e sobre a Colônia Finlandesa entre 1947 e 1958, por meio das lentes de uma câmera fotográfica. A visão do fotógrafo finlandês Martti Aaltonen, está em exposição no Centro Cultural Agulhas Negras que funciona dentro do Shopping PátioMix, em Resende. Morto em 1976, Martti preservou tão bem os negativos de suas fotos que parecem que foram feitas nos dias de hoje.
A exposição tem a curadoria de Laura Keenan e Melissa Barretti, com a produção de André Aaltonen e Pedro Luz. O Centro fica aberto para visitação pública durante o horário de funcionamento do shopping.
Em uma Sauna da aldeia de Hausjärvi, na Finlândia, em 10 de março de 1907, nasceu Martti Engelbrekt Aaltonen. Sendo filho de pais humildes, começou a trabalhar cedo, tornando-se operário de montagem de torres de alta tensão e, em 1928, empregou-se como foguista na Marinha Mercante Finlandesa. Já em 1933, encerrou a carreira de marinheiro como técnico de manutenção no quebra-gelo ‘Tarmo’. Martti registrava suas viagens pela Europa com farto material fotográfico e, assim, surgiu uma nova paixão: a fotografia.
Em 1943, Martti ingressou na Taideteollisuuskeskuskoulu (Escola Central de Desenho Industrial) de Helsinque. Três anos mais tarde, graduou-se como fotógrafo artístico, tendo sido colega de vários dos famosos designers finlandeses que despontaram nos anos 1950 e que faz sucesso até hoje. Entre 1939 e 1947, foi diversas vezes premiado em concursos de Arte Fotográfica na Finlândia e na Suécia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Martti serviu como oficial fotógrafo no campo de batalha, o que o fez receber várias medalhas e ser reconhecido como um dos que mais produziu material fotográfico no front finlandês. Após a guerra, em 1947, mudou-se para o Brasil com a família, produzindo então um vasto acervo histórico, presente nesta exposição.
Em 1970, mudou-se definitivamente para Penedo onde criou e desenvolveu o artesanato de velas com design de inspiração finlandesa, que persiste atualmente. Além disso, Marttin participou ativamente como parte do corpo diretivo de atividades comunitárias da Colônia Finlandesa, tais como da Sociedade Beneficente dos Amigos de Penedo (Sampo), que posteriormente se fundiu com o Clube Finlândia. Marttin foi também redator-chefe da Revista Penedo, da Colônia Finlandesa, até o seu falecimento em 1976.