NACIONAL/SUL FLUMINENSE
Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), se continuarem os bloqueios realizados em diversas rodovias do país por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, contra o resultado da eleição para a presidência da República, vai faltar alimentos nos estabelecimentos comerciais, como supermercados, açougues, farmácias, hortifrútis e outros. Até à tarde desta quinta-feira, dia 3, sete estados seguiam com rodovias bloqueadas, com 30 interdições. Mesmo com as estradas liberadas na região, os municípios do Sul Fluminense também podem sofrer, já que grande parte das mercadorias chega de outras cidades e estados que ainda contam com o movimento.
Vale lembrar que os atos nas rodovias de grande parte do país ocorrem desde a noite do último dia 31, depois que foi anunciado o resultado das eleições 2022 para presidente. Bolsonaro não conseguiu a reeleição, perdendo para Luiz Inácio Lila da Silva.
AVALIAÇÃO DA CNC
Avaliação realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destacou que, se prosseguir, os atos terão potencial de afetar em muito a atividade do comércio e registrar perdas superiores às registradas na greve dos caminhoneiros há quatro anos.
Ainda de acordo com a avaliação da CNC, a retração de 5,8% no volume de vendas causada em 2018, com perda diária de R$ 1,8 bilhão. O custo total para o varejo, em valores atuais, foi de R$ 18 bilhões, contabilizados durante os dez dias de bloqueios de estradas na ocasião.
Já este ano, segundo a Confederação, o setor sofre com a maior dependência dos serviços de entregas, já que passou a operar com estoques reduzidos. A CNC levantou ainda que, o registro dessas perdas tende a ser gradual, uma vez que o varejo conta com estoques que, dependendo da duração dos bloqueios, serão consumidos até a normalização do fluxo de mercadorias. Entanto, a confederação acredita que as perdas não se restringem à fonte de receitas, pois impactam também a elevação dos custos, especialmente aqueles relacionados ao transporte. No mês de maio de 2018, a redução dos estoques elevou o valor da gasolina em 3,34% e o do óleo diesel em 6,16%.
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