Já houve época que, para ganhar um bom rendimento, sem oscilações, bastava aplicar o valor em uma renda fixa e esperar. Títulos públicos e privados, fundos de investimentos referenciados ao DI e até a poupança deixavam o investidor conservador bem satisfeito. Porém as coisas mudaram, e o que mais escuto hoje é: “Itaíse, meu dinheiro não rende nada”. Se você também anda pensando que seu dinheiro está tirando férias, e de vez em quando o pega em uma bela soneca, coloca ele para trabalhar e mostra que quem vai tirar férias aqui é você!
Para quem se mantém em uma estratégia conservadora, estava rindo à toa em 2016, quando olhava a rentabilidade acumulada e via mais do que o sonhado 1% ao mês, a taxa básica de juros estava em 14,25% ao ano. De lá para cá muita gente reparou que os rendimentos reduziram bastante, é porque a taxa de juros (Selic) desceu o tobogã e chegou a 6,5%, com chances de cair mais. Mas calma! Antes de você ficar com raiva da Selic, deixa eu explicar como o Brasil ficar muito melhor com as taxas de juros cada vez mais baixa. A inflação em 2015 chegou a 10,67%, ou seja, você perdeu quase 11% do dinheiro que já tem e do salário que iria receber sem fazer nada. Para economia entrar no lugar e a inflação cair, a taxa de juros sobe. Então por que não se mantém a taxa alta com a inflação controlada? Porque junto com a taxa sobe também o desemprego, taxa de empréstimos e financiamentos, o que leva a população se endividar mais. Se você estava triste porque a Selic baixa te fez ganhar menos, se alegre, o Brasil inteiro está ganhando mais, e até você mesmo sem perceber, quando tem menos inflação consumindo seu rico dinheirinho. Parece meio contraditório querer ao mesmo tempo mais rentabilidade e que a taxa de juros se mantenha pequenininha junto com a inflação, mas estou aqui para provar que é possível.
Para quem tem um rendimento reduzido quando no resgate de uma renda fixa paga o IR, a solução mais simples é parar de pagar o tal do imposto. Hoje no Brasil existem alguns investimentos com esse benefício. Separei alguns para você pesquisar e dar uma sacudida nesse seu dinheiro e ver se ele acorda. Vale lembrar que todos são títulos de crédito, e o risco que corremos é de tomar ou não um calote, então para começar, escolha os títulos com classificação AAA. Os mais populares deles são as Letra de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letra de Credito Imobiliária (LCIs), que são títulos emitidos por bancos com um destino específico, no caso das LCAs, o financiamento de negócios agropecuários, e as LCIs, financiamentos imobiliários, o que ajuda o comprador final de ambos os mercados pagar um juros menor, por isso o governo incentiva liberando do imposto. Outro investimento menos comum, mas funciona de forma bem parecida são os CRAs e os CRIs, a diferença é que são emitidas não por um banco e sim por uma securitizadora, que são empresas que compram o crédito de outras e os revendem e por isso não são protegidos pelo FGC, mas isso não significa que você está correndo alto risco e vai perder o dinheiro aplicado, é só ficar de olho na classificação de crédito (ou rating) como falei acima. E por último, as empresas de infraestrutura, aquelas que constroem rodovias, aeroportos, e outras coisas que favorecem a infraestrutura do país e geram bastante empregos. Quando fazem um novo investimento e precisam se capitalizar, emitem um pedido de empréstimo chamado debênture, e para ajudar e torná-la atrativa para quem vai financiar o projeto, o governo isenta o imposto sobre a rentabilidade. Se você achou muito difícil, pode recorrera a um fundo de investimento, já existem opções que misturam isso tudo que eu citei e não tem incidência nem IR, nem de come-cotas. Os fundos também te dão a oportunidade de acessar estes investimentos com valores bem menores.
Agora, é só ligar o despertador e encerrar as férias da sua reserva. Quanto mais o dinheiro trabalha, mais você se sente seguro.