Deputados justificam votos durante processo contra Temer

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O povo brasileiro acompanhou a votação da Câmara dos Deputados na quarta-feira onde foi ‘refeitada’ a autorização para que o presidente Michel Temer (PMDB) fosse julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de obstrução de justiça e organização criminosa. A favor de Temer votaram 251 parlamentares e contra, 233 pediram o prosseguimento das investigações. Eram necessários 342 votos para que a denúncia fosse aceita. A região Sul Fluminense e a Costa Verde contam com três deputados federais: Alexandre Serfiotis (PMDB), Luiz Sérgio (PT) e Deley de Oliveira (PTB). Como o A VOZ DA CIDADE informou na edição de ontem, Serfiotis votou pelo arquivamento da denúncia e Luiz Sérgio e Deley pelo prosseguimento. Na edição de hoje o leitor pode conferir os argumentos de cada um para justificar a votação.

Votando pelo prosseguimento da denúncia, o deputado Luiz Sérgio disse que todas as evidências deixam claro que o golpe foi dado com o objetivo de colocar uma quadrilha no poder. “Temer foi denunciado como membro de uma organização e existem provas concretas. E esse grupo tem tentado implementar uma pauta que não tem respaldo algum das urnas, como a destruição da indústria naval, a venda da Casa da Moeda, da Caixa Econômica, do Banco do Brasil. E esse processo todo seria interrompido com o afastamento dele. Por isso votei para que não tivesse o arquivamento”, destacou.

Temer foi denunciado como membro de uma organização e existem provas concretas

Luiz Sérgio

O deputado federal continuou dizendo que foi triste o verificado no congresso. Mencionou que até para a existência do quórum houve negociação para registra presença, outras até para presença e voto. “As negociações foram às claras. Até o líder do governo Aguinaldo Ribeiro disse que quem votasse contra o presidente seria tratado a pão e água”, contou.

Para ele, embora duas decisões favoráveis ao presidente tenham sido tomadas no congresso, a luta ainda continua e pede aos eleitores da região Sul Fluminense e Costa Verde para analisar todas as propostas dos candidatos e suas posturas depois de eleito no congresso. “Quem foi eleito não disse que ia defender o fim da aposentadoria, lutar pela privatização do Banco do Brasil, ir contra a indústria naval. É preciso se atentar para ver o que foi falado e o que foi feito. Uma coisa pode ser a fala, outra a atuação no parlamento”, afirmou.

Outro que votou contra o arquivamento da denúncia contra Temer foi deputado Deley que disse não poder ter se posicionado diferente, primeiro por questão de coerência, por ter assumido essa posição na primeira votação que também teve sua denúncia arquivada em 02 de agosto. “Além disso, votar diferente seria mais um tapa na cara da sociedade. É só olhar o que as ruas dizem. Mais uma vez lamento o congresso não ter tomado uma atitude que esteja de acordo com a maioria massacrante dos brasileiros. É uma balela dizer que o país tem crescido, mas foi o argumento melhor que conseguiram achar para votar a favor do presidente”, destacou.

Além disso, votar diferente seria mais um tapa na cara da sociedade

Deley

Deley ainda menciona que o que assunta é ver a quantidade de emendas parlamentares foram liberadas nos últimos dias por conta da votação. Mencionou que as ameaças para quem votasse contra o governo. “Foi muito escancarado. Perderam o pudor”, resumiu. “Entendo que não decepcionei as pessoas da minha região”, completou.

PELO ARQUIVAMENTO

O deputado Alexandre Serfiotis posicionou-se pelo arquivamento da denúncia contra o presidente. Declarou que se haviam provas que justificasse a autorização da Câmara dos Deputados para que o STF processasse e julgasse Temer, elas não apareceram na denúncia apresentada pelo ex-procurador da República, Rodrigo Janot. “O que se lê em toda a peça é só retórica, manifestação de ‘suspeitas’, ou de ‘existência de indícios’, e era somente o conteúdo da denúncia que os deputados tinham que tomar por base para decidirem como votar. Não há que tomar por base o que a mídia passa de forma manipulada, tem-se que levar em consideração apenas o que chegou à Câmara. A história mostrará quem tem razão. Fato é que agora o país está livre para retomar o crescimento e sair da maior crise política e econômica das últimas décadas que, aliás, não foi provocada pelo atual governo, e sim por quem agora lhe faz oposição”, disse o deputado.

A história mostrará quem tem razão

Alexandre Serfiotis

Alexandre continuou dizendo que é fácil criticar sem conhecer o contexto geral de uma ação parlamentar. Lembrou ter votado a favor das dez medidas contra a corrupção, contra o chamado Fundão, pelo impeachment da ex-presidente Dilma, mesmo seu partido sendo da base aliada do governo na época, além de ter votado contra o governo Temer em vários destaques nas matérias sobre terceirização e cortes de direitos trabalhistas. “O que considerar correto, terá meu voto, e o que não considerar, não terá. É nisso que se constitui minha atuação, nisso e em trabalhar dia a dia para atender as demandas da minha região, trazidas pelos prefeitos, vereadores, lideranças locais, além da luta intransigente pela melhoria do Sistema Público de Saúde. Esta é minha marca. Não há porque me envergonhar de nenhuma decisão ou ação, ou da forma como conduzo o mandato que é, sim, e ninguém pode por em dúvida, comprometido com o melhor para o país e minha região”, concluiu.

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