Vaza depoimento de Albertassi na Polícia Federal onde contesta acusações

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ESTADO/SUL FLUMINENSE

Hoje a Globo News obteve com exclusividade o depoimento do deputado licenciado Edson Albertassi (PMDB) à Polícia Federal, no Rio, quando compareceu no dia da deflagração da Operação Cadeia Velha, na terça-feira passada, ao órgão. Albertassi contou que conhece o ex-presidente do Conselho de Administração da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), José Carlos dos Reis Lavouras, mas não tem relação pessoal com o mesmo. Lavouras é suspeito de receber R$ 40 milhões no esquema de corrupção da federação. Além disso, Albertassi disse que se encontrou com ele duas ou três vezes na sede da Fetranspor.

Segundo o deputado licenciado, nunca recebeu doação da Fetranspor para suas campanhas eleitorais ou de qualquer empresa de ônibus do Rio, porém, confirmou que a rádio de sua família manteve contrato de publicidade com a Fetranspor, mas que foi encerrado depois da Operação Ponto Final. Disse que o último valor do contrato era de R$ 20 mil.

A respeito do empresário do setor de transportes Marcelo Traça Gonçalves, considerado pelos investigadores como o responsável pela colaboração decisiva, trazendo detalhes de como empresários do setor de transportes faziam para corromper deputados, Albertassi disse manter uma amizade de 24 anos com ele, antes mesmo de começar sua atividade parlamentar. Falou que Traça nunca teria comentado sobre irregularidade na Fetranspor quando foi dirigente. Continuou seu depoimento afirmando que as declarações de Traça não são verdadeiras. A delação do amigo declara que Albertassi recebia pagamentos periódicos de R$ 60 mil para defender os interesses da Fetranspor na Alerj. A respeito disso, declarou não se recordar das medidas legislativas técnicas que sua equipe teria discutido com a equipe da Fetranspor a pedido de Marcelo Traça.

TCE

Segundo depoimento, Albertassi teria dito que tinha interesse em ser conselheiro titular do Tribunal de Contas do Estado (TCE) desde que Jonas Lopes anunciou sua aposentadoria. Ele reafirmou que os três conselheiros substitutos desistiram espontaneamente depois de que sua indicação foi espalhada pela imprensa. E que um dos conselheiros teria demonstrado desconforto em concorrer a vaga por conta da repercussão negativa.

A assessoria de Albertassi afirmou que a defesa do deputado ainda não foi ouvida no caso. As investigações estão na fase inicial, ainda não existe denúncia formal, apenas um inquérito baseado em uma delação que será questionada. Mencionou ainda que Albertassi confia na Justiça e vai provar sua inocência.

PRESO

Edson Albertassi foi preso preventivamente na terça-feira após nova decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A maioria dos desembargadores decidiu por prender Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi, todos do PMDB e deputados licenciados desde terça-feira. Eles são investigados na Operação Cadeia Velha, deflagrada no dia 14, que levantou um esquema de recebimento de propina do setor de transporte.

O TRF-2 já tinha decidido pela prisão dos três no dia 16, mas a Alerj fez a revogação em sessão extraordinária no dia 17, quando a maioria decidiu por soltá-los. E foi esse o ponto que pesou para novo julgamento no TRF-2. Após sessão, os três deixaram o presídio em Benfica sem que o Tribunal fosse notificado. O argumento é que a competência da soltura é da Justiça Federal e não da Alerj.

Agora, a defesa dos três deputados recorre em Brasília.

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