RESENDE/ITATIAIA
O forte temporal que atingiu a região no final da noite de sexta-feira, dia 4, e a madrugada deste sábado, 5, causou alagamentos e deslizamentos de terra nos dois municípios.
Em Resende, com o transbordamento do Rio Sesmaria ficaram parcialmente alagadas as ruas José Geraldo Coutinho, Rodolfo Pellini Filho, Joaquim de Azevedo Carneiro Maia, Itamar Boop, Vereador Richard Rocha de Andrade e Avenida Sesmaria no Parque Ipiranga. Nenhuma residência foi atingida. Já no bairro Toyota, na Rua 6, 25 ruas foram alagadas, mas água já foi drenada. No bairro Jardim Primavera II, a Rua das Arapongas, também alagou. Já no Jardim Aliança, foram afetadas as Avenidas A e B, mas a situação também já foi normalizada. Também houve queda de barreiras na estrada do Limeira, que liga Resende a Formoso (SP), e na Boca do Leão. Máquinas da Prefeitura estão no local realizando a retirada.
A informação da Defesa Civil é de que o volume de chuva registrado nesse período foi de 52 milímetros em duas horas. Nenhum imóvel foi afetado. Às 23h30minde sexta-feira, o nível do Rio Sesmaria começou a subir, a 1h18min o nível chegou a 3,50m e às 2 horas, ocorreu o transbordamento.
ALAGAMENTOS
Já em Itatiaia, a equipe da Defesa Civil, ligada à Secretaria de Ordem Pública, está atendendo e monitorando, desde a noite de sexta-feira, ocorrências e estragos causados pela forte chuva que atingiu o município. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Valdair do Nascimento, choveu 101 mm em pouco mais de uma hora. Foram registrados alagamentos nos bairros Campo Alegre, Centro, Jardim Itatiaia e localidades de Penedo.
Houve ainda queda de um muro na Rua João Ramos, entre a Vila Magnólia e Vila Maia e ainda um deslizamento de terra na Rua Juliana Campos Neves, no bairro Vila Esperança. Uma moradora do bairro Vila Niterói, ficou desalojada e está na casa de familiares. “Estamos na rua e nossas equipes estão de plantão para atender a população. A previsão é de mais chuva então pedimos aos moradores que a qualquer sinal de perigo, entrem em contato com a Defesa Civil”, relatou Valdair.
O coordenador de Defesa Civil orienta que a qualquer sinal de perigo as pessoas mantenham a calma e busquem ajuda da Defesa Civil ou do Corpo de Bombeiros. Outra dica fundamental é que em caso de chuvas fortes, acompanhada de raios, os moradores desliguem imediatamente os aparelhos eletrônicos das tomadas para evitar curtos-circuitos.
O coordenador frisa ainda que é importante que todos fiquem atentos ao nível da água e não se arrisquem a atravessar a pé ou com carro em ruas ou em áreas de inundação ou alagadas. Também é importante evitar as cachoeiras, pois a instabilidade do tempo favorece o risco de cabeça d’água.
O monitoramento das ocorrências relacionadas a chuvas no município tem sido constante, entretanto, em caso de emergências a população poderá acionar a Defesa Civil pelos telefones 199 ou 3352-6752.
Equipes do Saae de Barra Mansa trabalham na limpeza de áreas atingidas por transbordamento do Rio Barra Mansa
BARRA MANSA
No final da tarde de quarta-feira, dia 2, mesmo com o registro de chuvas leves e moderadas na cidade, o Rio Barra Mansa transbordou na altura dos bairros Nova Esperança, São Luiz e Boa Sorte, em decorrência de uma tromba d’água no município de Rio Claro. Na manhã desta quinta-feira, dia 03, equipes do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, estiveram nas áreas atingidas realizando serviços de limpeza.
De acordo com o coordenador de Resíduos Sólidos, Jackson Rabelo, as equipes trabalharam em duas frentes. “No final da Rua José Gonçalves Rebollas e Rua A ocorre raspagem e tirada de lama, desobstruindo manilhas. Em seguida, vamos lavar as ruas. Na Rua Florianópolis, no Nova Esperança, nossa equipe também está realizando o mesmo trabalho”, pontuou.
A expectativa é de que até o final da tarde desta quinta-feira o serviço seja concluído. “Estamos com 25 funcionários atuando naquela região, com duas retroescavadeiras, três basculantes e três caminhões de carroceria fixa. Com isso acredito que até as 16h as vias estejam liberadas”, disse.
DEFESA CIVIL SEGUE MONITORANDO AS ÁREAS
De acordo com a Defesa Civil, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indicou chuvas leves e moderadas para Barra Mansa até a próxima segunda-feira, dia 7. Equipes do órgão seguem monitorando a situação das chuvas na cidade. “Nossa última atualização com relação ao nível dos rios está dentro do normal. O Rio Barra Mansa está com uma altura de 1,10 metro e com cota de segurança é de 2m. O Rio Bananal está em 1,75 metro e para transbordo e nível precisa estar acima de 4,50 metros. Já o Rio Paraíba do Sul está em 3,72m e a com cota de segurança também é de 4,50 metros”, destacou o coordenador da Defesa Civil, João Vitor da Silva Ramos.
Ainda segundo o órgão, as equipes seguem trabalhando para atender toda a população. “Não tivemos nenhuma ocorrência durante a madrugada. Nossa equipe está na rua atendendo ocorrências que foram entrando na manhã de hoje”, finalizou.
Equipes da Prefeitura de Volta Redonda estão atuando para minimizar impactos da chuva que teve acumulado de 73 mm em 24 horas
VOLTA REDONDA
As equipes da prefeitura de Volta Redonda estão trabalhando desde a noite de quinta-feira, dia 12, para minimizar os impactos resultantes da forte chuva que atingiu a cidade no final da tarde. Foram cerca de 40 minutos de temporal, acompanhado de vento, que assustou a população. Funcionários da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SMI) foram para as ruas e atuaram em vários pontos. A SMI também montou um plantão de emergência com caminhões e máquina preparados para atender qualquer intercorrência pós chuva.
Segundo Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, o município somou 73 milímetros de volume de chuva em 24 horas e a previsão é de mais chuva para os próximos dias. Nas últimas 72 horas, o acumulado de chuva foi de 177 milímetros.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, também está fazendo o monitoramento da situação da cidade, principalmente nas áreas de risco. O coordenador da Defesa Civil, Leandro Rezende, solicitou aos moradores que fiquem atentos e se possível já procurem um lugar seguro até as chuvas cessarem. “É importante levar documentos pessoais, remédios de uso contínuo, celular, peças de roupa e alimentos”, destacou o coordenador, lembrando que em caso de emergência, as pessoas devem entrar em contato com a Defesa Civil pelo telefone 3339-2064 ou disque 199. Até o momento foram registradas ocorrências como deslizamento de terra, quedas de muro e árvores e alagamentos. Não há informações de desalojados e desabrigados.
O bairro Açude, como sempre acontece, ficou debaixo d’água. “Lamentamos o descaso do poder público para com a comunidade do Açude que merece respeito. Esperamos que o Poder Público que apresente alguma solução para esse problema das enchentes que se arrasta por décadas. Coloquei o meu nome a disposição no Legislativo para vereador, para buscarmos meios de resolução definitiva deste problema que prejudica tanto os moradores do bairro Açude. Sabemos que ninguém pode culpar a chuva ela é a natureza. A culpa é da não falta de investimento em drenagens, é omissão e incompetência do poder público”, lamentou o líder comunitário Alan Cunha na sua página do Facebook.
No bairro Retiro, outra localidade que também sofre no período de chuva, teve inundação, principalmente na Avenida Sávio Gama, nas proximidades da antiga sede da Subprefeitura.
BARRA MANSA
As chuvas que começaram na noite de domingo, 17, causaram vários transtornos em Barra Mansa. Segundo informou o prefeito Rodrigo Drable, em decorrência de uma tromba d’água na área rural de Rio Claro, o Rio Barra Mansa subiu quase cinco metros em apenas algumas horas, o que causou o alagamento de diversas residências que estão próximas às margens do rio. As casas atingidas pelas águas estão nos bairros Nova Esperança, São Luiz, Santa Clara, Boa Sorte e Jardim Marajoara. Não houve registro de feridos. A prefeitura, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, está contabilizando o quantitativo de famílias desalojadas no município.
Segundo os depoimentos, a água arrastou carros, móveis, e derrubou árvores. Vários residentes amanheceram limpando as casas e alguns chegaram a perder tudo. Informações de moradores dão conta que essa é a primeira vez, em nove anos, que o Rio Barra Mansa transborda nessa proporção. De acordo informações do coordenador da Defesa Civil, Sérgio Mendes, o Serginho Bombeiro, em três horas o volume de chuvas atingiu 70 milímetros. “Em geral, essa quantidade é registrada durante três dias de chuvas fortes, sem interrupção”, disse.
As pessoas foram pegas de surpresa pela água, pois as sirenes de emergência estão desativadas há cerca de dois anos, segundo de acordo com Sérgio Mendes, o Governo do Estado não teria pagado a empresa responsável pela manutenção. O SMS de alerta também não chegou a ser enviado.
Moradores relataram que a água subiu repentinamente e a força da correnteza era grande. Uma moradora do São Luiz, que não quis se identificar, afirmou que todos foram pegos de surpresa. “Não houve alerta algum, a água subiu durante a noite e muita gente já estava dormindo. Quando as pessoas se deram conta, já não havia nada que se pudesse fazer, pois já estava tudo alagado. Muita gente perdeu tudo”, lamentou.
Monica Ferreira Bitencourt, conta que mora sozinha com a filha de 15 anos, e chorou ao contabilizar todas as perdas. “Perdi várias coisas, mas o que mais dói é a máquina de lavar que acabei de comprar com muito esforço”, lamentou, denunciando a falta do alerta. “Se pelo menos a sirene tivesse funcionado, nós poderíamos levantar alguns móveis, poderíamos ter algum tempo de reação. O Brasil é um país tão rico, não tinha necessidade de o povo passar pelo o que passa, se nossos governantes não olhassem tanto para o próprio umbigo coisas assim não aconteceriam”, afirmou.
OUTROS TRANSTORNOS
Além das enchentes, na Região Leste, foi registrado o desabamento de três casas e queda de barreiras na BR-393, rodovia de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), e policiada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apesar dos inúmeros chamados da prefeitura, nenhum dos órgãos se mobilizou para a desobstrução da estrada, serviço que foi realizado pela própria administração municipal.
Ainda de madrugada, o chefe do Executivo determinou que equipes da Defesa Civil, Secretaria de Manutenção Urbana, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e da Guarda Municipal atuassem de maneira a enfrentar os problemas mais graves provocados pelo temporal, evitando riscos e maiores perdas materiais à população atingida.
PIRAÍ
A chuva que ocorreu na noite dessa terça-feira, 19, alagou a casa de um casal de idosos de 60 anos, no Bairro Prefeitura. O homem que é cadeirante e sua esposa, conseguiram salvar os bens graças a ajuda dos vizinhos. De acordo com o presidente da associação dos moradores, Vanir Júnior do Nascimento, essa não é a primeira vez que as casas do bairro são invadidas pela água. Segundo ele, o alagamento é causado por um desmatamento de uma mata alta, onde foram construídas propriedades, e, com isso, toda a água escoa para dentro das casas que estão em baixo.
A filha do casal, Vania de Jesus Silva Baldez, contou que a água quase chegou ao joelho e que sua mãe ficou em pânico, e, o pai, que não tem uma das pernas, não conseguiu ajudá-la. “Estamos morrendo de medo que outra chuva forte caia. Esse barranco pode até mesmo desmoronar. A gente paga os imposto e recebe isso”, disse indignada, contando que as construções de casas acima do bairro, prejudicaram toda a comunidade e ninguém fiscaliza.
O presidente da associação dos moradores contou em entrevista ao A VOZ DA CIDADE que essas construções foram feitas em um local onde era uma mata alta. Em 2014 as construções de residências começaram. “Desmataram dos dois lados e fizeram uma rua no meio. Toda a água do morro escoa para o nosso bairro como uma calha. A água é tão forte, que um em um temporal vai acabar arrastando algum carro. Várias casas já foram alagadas e muita gente já foi prejudicada com essa situação”, denunciou.
Vanir Júnior contou ainda que várias denuncias e reclamações já foram realizadas na prefeitura, mas nada foi feito. “Estamos à mercê de uma tragédia anunciada. Sabemos que as chuvas são inevitáveis, mas a falta de fiscalização é o fator que faz com que as tragédias aconteçam”, frisou.
O A VOZ DA CIDADE entrou em contado com a assessoria da Prefeitura de Piraí, que não respondeu até o fechamento desta edição.
BARRA MANSA
As fortes chuvas que atingiram o município na quarta-feira, 6, causaram alagamentos em algumas regiões. A Defesa Civil registrou as ocorrências na Via Sérgio Braga; no bairro São Judas Tadeu, em uma área conhecida como Sem Terra, onde a água invadiu as casas; houve também o transbordamento do Córrego Secades, no bairro Nove de Abril, na Região Leste, e o alagamento nas ruas do bairro Colônia Santo Antônio e no Ano Bom.
De acordo com o órgão, o pluviômetro do Parque da Cidade Natanael Geremias, no Centro, registrou 37 milímetros de chuva, já o aparelho do bairro Vila Orlandélia chegou a 44. Apesar das ocorrências, a Defesa Civil informou que o trabalho preventivo realizado antes do período chuvoso ajudou a evitar grandes transtornos no município.
O coordenador da Defesa Civil, Sérgio Mendes, frisou que a prioridade do órtão é prestar assistência às pessoas que residem em áreas consideradas de risco. “Nós estamos visitando os locais onde ocorreram alagamentos, assim como área de encostas e avaliando a situação”, informou, completando que a grande preocupação nesse período de fortes chuvas é para casos de alagamentos e enxurradas.
RESENDE
A Defesa Civil de Resende está em alerta diante da possibilidade de temporal atingir o município durante as próximas horas. Neste sábado, 19, o coordenador Atanagildo Oliveira emitiu informe através das redes sociais comunicando a situação da cidade após o forte temporal ocorrido entre o fim da noite de sexta-feira e o início da madruga de hoje,
A chuva iniciada por volta das 23h20min de sexta-feira durou mais de 1h40min e registrou, segundo a Defesa Civil, o índice pluviométrico de 50 milímetros. A medida, segundo a autoridade de segurança é o equivalente ao acumulado durante seis dias de chuva para o mês de Janeiro, no município. Apesar do volume, nenhum incidente foi registrado no município. Para este sábado e domingo, a mínima na cidade fica na média de 22º e a máxima de 34º, com a previsão de chuva com trovoadas, ao fim da tarde e início da noite, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
O Rio Sesmaria, monitorado constantemente em virtude de transbordamentos durante temporais, principalmente as trombas d´água no interior de São Paulo, onde fica sua nascente, chegou a subir durante a madrugada, sem risco aos moradores. O manancial corta diversos bairros do perímetro urbano de Resende, como o Parque Ipiranga, Jardim Brasília, desaguando no Rio Paraíba do Sul, no Centro. Segundo Atanagildo Oliveira, o Sesmaria teve elevação do leito em 70 centímetro, atingido 1.4 metros durante a madrugada. “Mas, logo voltou ao seu normal”, disse.
Em Visconde de Mauá, localidade na Serra da Mantiqueira que em março de 2018 sofreu com a queda de mais de 200 barreiras, danificando a RJ-163, a chuva foi amena. O acumulado foi de 13 milímetros, o que é segundo a Defesa Civil é considerado normal para um dia na serra. “Neste sábado e domingo ainda estamos em alerta pra ocorrência de novos temporais, entre fim da tarde e noite. Fique atento! Emergências com a chuva ligue: 199 Defesa Civil”, alerta o coordenador da Defesa Civil de Resende.
BARRA MANSA
O temporal de domingo que atingiu a região das Agulhas Negras provocou o aumento do nível do Rio Paraíba do Sul e até o transbordamento em algumas cidades como Barra Mansa. Agora o volume já está em queda, porém novas chuvas previstas para a tarde desta segunda-feira, dia 5, podem provocar transtornos. O coordenador municipal da Defesa Civil, Sérgio Mendes, alertou que os moradores das margens dos rios que cortam a cidade fiquem atentos e tomem algumas precauções.
“Sexta-feira o Rio Paraíba do Sul estava com nível de 2,69 metros. Na manhã desta segunda-feira chegou a 4,08 metros, mas agora já é de 3,98 metros. Toda essa água é de chuva, não é da represa, então por isso é rápido o esvaziamento. Barra Mansa já não tem risco de enchente, mas a chuva prevista para agora à tarde é preciso que os moradores à margem dos rios tomem algumas precauções, fazer o levantamento de móveis e ficar em alerta”, disse Mendes, lembrando que as áreas de risco já estão identificadas.
O coordenador da Defesa Civil disse ainda que pelo grande volume de chuva em outros municípios, como Bananal-SP, São José do Barreiro-SP, Arapeí-SP e Resende, na altura de Visconde de Mauá, os rios Bocaina e Bananal também estão cheios. Mendes informou que houve transbordamento em alguns pontos, como Vista Alegre, Vila Maria e Colônia Santo Antônio, porém não foram ocorrências graves.
“É importante salientar aos moradores que Barra Mansa sofre as consequências das chuvas ocorridas em cidades acima como Itatiaia, Resende, Porto Real e Quatis. O que acaba ocasionando o aumento no volume de água nos rios que cortam o município”, finalizou Sérgio Mendes, acrescentando que em casos de emergências decorridas de temporais os moradores podem entrar em contato pelo (24) 3322-1410 ou pelo telefone de emergência 199, que funciona 24 horas.
REPRESA DO FUNIL
Ainda de acordo com o coordenador, muitos moradores entraram em contato com a Defesa Civil para saber o motivo das cheias. A maioria das dúvidas era em relação à vazão da Represa do Funil, em Itatiaia. Mendes informou que entrou em contato com a direção da represa, que relatou que a vazão de água está em 235 metros cúbicos por segundo, considerado normal. A capacidade também está dentro do previsto em 69,9%, restando cerca de 30% para alcançar o limite.
TURBIDEZ DA ÁGUA CAUSA PARALISAÇÃO DAS ETAs
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) paralisou, temporariamente, as Estações de Tratamento de Água (ETAs) do bairro Colônia Santo Antônio e do distrito de Floriano por conta da turbidez da água devido ao volume de chuvas registrado nessas localidades que ocasionou, respectivamente, as cheias dos Rios Bananal e Paraíba do Sul. A recomendação do Saae é que os moradores dessas localidades economizem água até que a qualidade da mesma se normalize e seja possível o tratamento apropriado e a distribuição às residências.
Após chuvas fortes, as águas dos mananciais de superfície ficaram turvas, devido à condução dos sedimentos das margens pela enxurrada. A turbidez é causada por partículas sólidas em suspensão, como argila, barro e matéria orgânica, que interferem na propagação da luz pela água, impedindo assim o tratamento adequado pelas ETAs.
AGULHAS NEGRAS
Novamente as chuvas com alta intensidade provocaram transtornos no Rio de Janeiro e no interior não foi diferente. Na noite desta quarta-feira, dia 21, as chuvas alagaram diversas vias, principalmente em Resende e Porto Real. Em Itatiaia e Quatis o temporal não provocou alagamentos gerando chamados da Defesa Civil, segundo informaram os governos locais.
Em Resende a precipitação teve início por volta das 19h30min e registrou fortes ventos o que provocou queda de energia em alguns trechos do município. Na zona urbana, a Defesa Civil comunicou o registro de altos índices pluviométricos o que gerou alagamento de vias durante o ápice do temporal, que durou cerca de 15 minutos.
Retenção de águas das chuvas na Rua Sarquis José Sarquis, no Jardim Jalisco – Foto: Redes Sociais
De acordo com o coordenador de Defesa Civil, Atanagildo de Oliveira, os pontos de alagamento foram nos bairros Jardim Jalisco, Manejo, Vila Julieta, Grande Alegria, Fazenda da Barra II, Paraíso e Jardim do Sol. Nestes locais, as águas das chuvas encontram dificuldade de vazão. “Na região da Grande Alegria registramos chuva com 39 milímetros de índice pluviométrico. Na Vila Julieta (Alvorada) 38 milímetros; no Paraíso 19 milímetros e na Fazenda da Barra II a chuva também teve 38 milímetros. Nós tínhamos a previsão da chegada de frente fria com chuvas entre 100 mm e 110 mm de quarta até esta sexta-feira. Porém, apenas na quarta-feira tivemos em média, 38 mm, em cerca de 15 minutos. Avalio como se fosse a chamada cabeça d’água. Por isso, houve pontos de retenção em volume muito grande e a rede pluvial urbana não teve força pra desaguar rápido, até porque o nível do Rio Paraíba do Sul também aumenta durante as chuvas, o que dificulta a vazão”, explica Atanagildo, observando que a previsão do clima é de mais chuvas. “Logo que a chuva forte passa, a situação se normaliza. Alguns trechos como na Avenida Coronel Mendes (imediações do Posto de Saúde), no Manejo, e ainda na Avenida Governador Portela (Vila Julieta), o escoamento é mais lento pela característica do terreno. Em toda a cidade não houve registro de queda de árvores, muros ou encostas. Moradores de condomínios na Morada da Barra registraram água no interior de seus imóveis, também pela retenção das chuvas na rua. Uma equipe da Defesa Civil e Assistência Social foi designada para o local e não há registro de desalojados ou desabrigados”, argumenta o coordenador.
ALERTA
A situação é de alerta em Resende. Segundo a Defesa Civil, a previsão é que o sistema de baixa pressão atrelado à frente fria provoque temporais com raios e rajadas moderadas de vento. “O esperado para os próximos dois dias (22 e 23) é de chuvas para Resende variando entre 30 e 45 milímetros de índice pluviométrico. Torcemos para que sejam chuvas espaçadas, não caiam forte e em curto período”, projeta o diretor de Defesa Civil.
O órgão orienta durante a tempestade, se estiver em casa, não utilizar equipamentos ligados à rede elétrica. Em caso de raios, é importe que os pedestres procurem um lugar seguro, não permanecendo em áreas abertas e debaixo de árvores isoladas. Em situação de emergência, acionar a Defesa Civil através do telefone emergencial: 199.
Situação alarmante nas imediações de um supermercado, no Manejo – Foto: Redes Sociais
FAMÍLIAS ATINGIDAS PELAS CHUVAS EM RESENDE
Na noite de quarta-feira, dia 21, quatro famílias do bairro Campo Belo foram atendidas pela equipe de plantão de calamidades da Secretaria Municipal de Assistência Social de Resende, juntamente com a Defesa Civil. As intensas chuvas foram responsáveis por pontos de alagamentos, quedas de árvores e corte de energia em bairros da cidade.
O atendimento feito pela Prefeitura ocorreu prontamente, ainda sob chuva, por volta das 21h30. A equipe visitou as famílias afetadas e constatou as necessidades dos moradores. As famílias receberam um ticket referente a uma quantia para a compra de suprimentos de alimentação, além de um kit com materiais de limpeza.
Já na manhã desta quinta feira, 22, uma equipe do CRAS se dirigiu ao bairro Morada da Barra para dar continuidade à assistência prestada pelo Plantão Social a outras quatro famílias.
De acordo com a Assistência Social, além do suporte prestado aos moradores, também foi realizada a reposição dos kits para auxílio emergencial. “Em todas as casas visitadas, vimos a necessidade de suporte alimentar e também de material de limpeza, devido à quantidade lama gerada pela chuva. Também prestamos orientação aqueles que perderam seus documentos sobre como retirar segunda via”, explica a secretária Jessica Pavone.
RETENÇÃO EM PORTO REAL
Em Porto Real moradores relataram queda de energia momentânea e vias com retenção de vazão. Segundo a Defesa Civil local, o registro de volume pluviométrico foi de 50 milímetros. “Em Porto Real, a Defesa Civil registrou acumulado de 50 milímetros de chuva e identificou três pontos de alagamentos, sendo dois no bairro Novo Horizonte e um no bairro Parque Mariana”, informou a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, frisando que uma nota oficial será remetida à imprensa sobre o assunto.
LIMPEZA E CANALIZAÇÃO EM QUATIS
Em Quatis, o temporal desta quarta-feira não provocou incidente. Porém, o governo local promove ações preventivas a partir do alagamento de vias e imóveis, registrado após as chuvas de domingo, dia 20. Naquela data, o córrego do Jardim Pollastri subiu um metro. Nesta quinta, o governo anunciou a limpeza do córrego e sua futura canalização.
Os atuais serviços de roçada, retirada de lixo e remoção de entulho no leito do córrego estão sendo realizadas por meio de uma ação coordenada entre a Defesa Civil do Município e a Secretaria Municipal de Obras, Urbanismo e Serviços Públicos. A prefeitura também abriu processo visando contratar uma empresa que ficará responsável pelas obras de manilhamento de um trecho de 80 metros do córrego pelo Jardim Pollastri.
O córrego no Jardim Pollastri transbordou domingo, provocando transtornos – Foto: Divulgação PMQ
Com 500 metros de extensão, o córrego começa no bairro Bondarowsky, desce sob uma ponte na Avenida Euclides Guimarães Cotia, principal via de acesso ao Centro da cidade e desemboca no Ribeirão dos Quatis, no bairro Barrinha. As manilhas foram cedidas à administração municipal pelo DER-RJ. As obras começam ainda neste semestre.
QUATIS
Um forte temporal atingiu a cidade de Quatis no fim da tarde deste domingo, dia 18. A chuva gerou problemas na região central e também nos bairros da periferia do município com alagamentos. Nos bairros Jardim Pollastri, São Benedito e Santo Antônio, houve alagamento de ruas e alguns imóveis. O sistema de drenagem da rede de águas pluviais foi alvo de críticas dos moradores.
Através das redes sociais, inúmeras postagens de fotos e vídeos, durante e após o temporal, chamaram a atenção principalmente pelas vias alagadas temporariamente pela dificuldade na vazão das águas das chuvas através dos bueiros. A sujeira acumulada nas vias públicas seria o principal fator. “Mais uma vez a imprudência de uns, afeta outros. Onde era bueiro simplesmente jogaram escória e alagou a casa das pessoas. E, lixo deixado pela limpeza, que deveria ser um alívio, virou transtorno. Vamos pensar antes de executarem obras. Tinha galeria que pegava a rua toda para escoar a água, colocaram escória e deixou apenas uma pequena boca de lobo, que não suporta quando tem uma grande quantidade de água para escoar”, reclamou o internauta Flávio dos Anjos. Com os bueiros entupidos, houve retorno de água para o interior de algumas residências.
A reportagem do A VOZ DA CIDADE manteve contato com a Prefeitura de Quatis sobre o temporal e suas consequências. O governo informou através de nota oficial a situação registrada pela Defesa Civil no município.
Segundo o governo, devido à forte chuva foram registrados alagamentos de ruas em alguns bairros situados acima da linha férrea, entre eles, o Santa Bárbara, Santo Antônio, São Benedito e Jardim Independência. “Outro transtorno ocorreu no Jardim Pollastri, bairro situado na área central de Quatis. Em um trecho aproximado de 800 metros, o nível da água do córrego que corta a comunidade subiu cerca de um metro, alagando vias públicas e pelo menos três residências. Cerca de uma hora depois do temporal, a situação estava contornada porque o nível da água já havia abaixado. Nenhuma família ficou desalojada e não há registros de prejuízos materiais”, informa a nota.
Sobre a sujeira nas vias, o governo informou ainda “que realiza com permanência a retirada de lixo e entulho das ruas, além de ter iniciado no fim de 2017 um reforço na desobstrução de bueiros. O secretário César Salazar, declara que apesar do trabalho realizado, ainda há casos de moradores que jogam lixo em vias públicas e que depositam material de construção, tipo areia, pedra e brita, nas calçadas. Por isso, a partir da próxima semana será intensificada a fiscalização sobre o lançamento de material de construção e sujeira nas ruas de todo o município”, frisa a nota oficial do governo quatiense.
CANALIZAÇÃO
Segundo a Secretaria de Obras, Urbanismo e Serviços Públicos, “a Prefeitura de Quatis iniciará em breve uma obra de canalização de parte do córrego do Jardim Pollastri. A obra terá o objetivo de diminuir os riscos de transtornos na época das chuvas fortes. O serviço vai ser feito através de uma parceria da administração municipal com o DER – RJ (Departamento de Estradas de Rodagens do Estado do Rio de Janeiro), que já cedeu as manilhas para mais essa obra de infraestrutura”, finaliza a nota.