Sassaricando – Oscar Nora – 18 de julho de 2020

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Foto: Divulgação

A distância da família e a indefinição no calendário das próximas competições, todas essas coisas potencializadas pela pandemia do coronavírus, pesaram na decisão de Jorge Jesus. Ele tinha um pacto com os jogadores de ficar no Flamengo e tentar ganhar o Mundial de Clubes, mas a realização do torneio ainda este ano é uma dúvida. Muito mais do que a milionária oferta do Benfica, foram essas circunstâncias que o levaram à decisão de voltar ao clube onde já jogou e como treinador foi tricampeão.
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Jorge Jesus era para ser técnico no Vasco da Gama, mas desistiu da proposta que lhe foi feita diante do conturbado ambiente em São Januário. Sorte do Flamengo onde o treinador estreou no dia 14 de julho de 2019 com uma goleada de 6 a 1, aplicada pelo Flamengo ao Goiás, na décima rodada do Campeonato Brasileiro. E agora se despede com o título de Campeão Carioca.
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A passagem de Jorge Jesus pela Gávea é fantástica e inclui a invencibilidade dele em partidas no Maracanã. Em 57 jogos foram 43 vitórias, 10 empates e apenas 4 derrotas. Nas minhas contas isso representa alguma coisa perto de noventa por cento de aproveitamento. O ataque rubro-negro se tornou fulminante: 129 gols marcados, ou seja, 2,26 por partida. A defesa se fechou: 47 gols sofridos, o mesmo que apenas 0,82 por jogo.
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Em apenas um ano, Jorge Jesus conquistou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores de 2019. A Recopa Sul-Americana, a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca este ano. Ele e Flávio Costa estão em segundo lugar como os técnicos mais vitoriosos da história do Flamengo. Perdem apenas para Carlinhos que possui seis conquistas, mas em 17 anos.
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O Real Madrid voltou a respirar no futebol espanhol, ao vencer o campeonato nacional do seu país na última quinta-feira. “Voltou a respirar no futebol espanhol” não é uma frase de efeito exagerada; é uma realidade para quem se intitula o melhor clube do mundo no século vinte e é tricampeão da Liga dos Campeões.
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Na terra de Dom Quixote de la Mancha e seu fiel escudeiro Sancho Pança, quem vinha mandando no pedaço era o Barcelona. Nas últimas sete edições do campeonato nacional da Espanha, cinco foram ganhas pelo Barcelona e apenas uma única vez pelo Real Madrid. E não se pode atribuir a secura de títulos à saída de Cristiano Ronaldo, considerado um líder do time.
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As dez vitórias nos dez últimos jogos aconteceram com estrelas como Sergio Ramos, Karim, Benzema e Marcelo cumprindo somente o dever de atuarem bem colaborando com o conjunto da obra e dividindo lideranças. Hazar, contratado com grande estardalhaço, mas atuando poucas vezes, nem teve sua ausência notada.
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A conquista do título nacional pelo Real Madrid pode provocar um efeito cascata com benefício ao jogador Neymar. Incomodado com as comemorações do seu maior rival, o Barcelona pode facilitar as negociações para o brasileiro voltar e fazer uma avassaladora dupla com Messi.

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