Prefeituras da região se manifestam e afirmam que informação sobre aplicação de vacinas vencidas não é verídica

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SUL FLUMINENSE/BRASÍLIA

Segundo cruzamento de dados oficiais do governo federal, feito pelos pesquisadores Sabine Righetti, da Unicamp, e Estêvão Gamba, da Unifesp, e publicado pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’, ao menos 26 mil pessoas podem ter recebidos doses vencidas da vacina AstraZeneca contra a Covid-19. Segundo a matéria, até o último dia 19 de junho, os imunizantes com o prazo de validade expirado foram utilizados em 1.532 municípios brasileiros, inclusive em Barra Mansa, Volta Redonda, Resende, Piraí, Angra dos Reis e Rio Claro.

O levantamento aponta que todos os imunizantes expirados integram oito lotes da AstraZeneca importados ou adquiridos por consórcio, sendo que um deles teria passado da validade no dia 29 de março. O que venceu há menos tempo, segundo a reportagem, estava válido até o dia 4 de junho.

Segundo aponta a F. de São Paulo as doses vencidas foram aplicadas nos seguintes municípios da região Sul Fluminense: Barra Mansa (duas); Volta Redonda (26); Barra do Piraí (30); Resende (35); Piraí (uma); Rio Claro (uma); Angra dos Reis (29).

Algumas prefeituras se pronunciaram e negam o problema. O Ministério da Saúde disse que todas as doses são enviadas dentro do prazo e que, caso as aplicações fora do período ocorram, é preciso passar por uma nova aplicação, respeitando um intervalo de 28 dias.

Segundo a nota enviada pela Prefeitura de Barra Mansa, a informação não condiz com a verdade. “As doses citadas, com vencimento no dia 14 de abril, foram aplicadas no município no dia 3 de abril, dentro do prazo de validade. O Governo Federal enviou o lote com o vencimento próximo e tão logo chegou à cidade, já foi administrada imediatamente. A confirmação pode ser conferida nos cartões de vacinação com a comparação da data de imunização e com o número do lote que está registrado no documento”, declarou.

A Secretaria de Saúde de Volta Redonda esclareceu que o lote da vacina AstraZeneca (Oxford) foi recebido pelo município em fevereiro de 2021 e integralmente utilizado naquele mesmo mês como primeira dose, pois a orientação recebida foi a de que, como a segunda dose tinha prazo de doze semanas para aplicação, não deveria haver estoque local. “A reportagem identifica 26 pessoas em Volta Redonda como registradas, predominantemente com esse lote, com a aplicação da vacina após sua validade, 14 de abril, em diversas unidades, havendo inclusive registro de unidade com uma única aplicação, o que não tem coerência visto que frascos têm cinco ou dez doses”, declarou, completando que os casos já identificados pelo município, serão contactados individualmente para verificação das cadernetas de vacinação e correção dos possíveis erros de registro.

A Prefeitura de Barra do Piraí se disse surpresa com a divulgação da matéria. “Acontece que, ante as informações apresentadas pelo jornal, o Departamento de Vigilância em Imunização promoveu a checagem e anotações dos lotes apresentados, na tarde desta sexta, dia 2, e que, diante dos documentos, viu que não existe qualquer dado de lotes vencidos ou aplicados em qualquer morador com códigos e data de validade vencida. Inclusive, o último frasco desta vacina com o lote citado foi aplicado no dia 4 de março de 21”, afirmou a prefeitura em nota.

Angra dos Reis também afirmou que não aplicou doses de vacina com validade vencida. “Os lotes de vacina são cadastrados pelo Ministério da Saúde (DataSus), e equivocadamente a instituição ao realizar o registro não se ateve ao fato dos imunobiológicos serem importados e virem com a descrição seguindo o padrão americano (mês/dia). O Ministério da Saúde, junto com o DataSus, fará um pronunciamento a respeito desta situação e enviará notas aos municípios”, ratificou.

A Prefeitura de Resende destacou que está apurando a informação, mas que até o momento não foi identificado nenhum caso de vacina aplicada fora do prazo de validade. Rio claro também se manifestou afirmando não haver doses vencidas no município. E Piraí  ratificou que verificou as notas técnicas enviadas e não consta o lote citado. “Estamos verificando junto ao Estado para que ele se manifeste com informações corretas na mídia”, finalizou.

O A VOZ DA CIDADE acompanha o caso e trará mais informações a qualquer instante.

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