Número de acidentes com trens sobe na região e imprudência é maior causa

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SUL FLUMINENSE

A MRS Logística divulgou o balanço semestral de acidentes na linha férrea sob concessão da empresa. Durante o primeiro semestre deste ano foram registrados 54 atropelamentos ou abalroamentos, número que representa uma queda de 3,5% se comparado ao mesmo período do ano anterior (56 ocorrências). No entanto, nas cidades do Sul Fluminense, o número subiu de oito em 2017 para 11 em 2018. O estudo aponta a imprudência como a principal causa e o maior obstáculo para a formação de uma cultura de segurança perante à linha férrea.

Segundo a MRS Logística, através de uma análise das causas dos acidentes, foi possível confirmar a tese, solidificada ao longo dos últimos anos, de que não há uma concentração geográfica das ocorrências, tendo em vista que os atropelamentos ou abalroamentos são provocados pelo comportamento imprudente nas proximidades da ferrovia, um componente imprevisível.

“Além dessa constatação, os números apresentam pontos positivos como a redução no registro de abalroamentos, que são os choques entre o trem e os demais veículos. Ao todo, foram seis casos a menos, se compararmos ao 1º semestre de 2017. Registramos uma pequena redução no número total de acidentes, o que é bom. No entanto, poderíamos melhorar muito mais. Afinal de contas, precisamos de uma simples mudança de atitude por parte das pessoas”, ressaltou Filipe Berzoini, especialista em Segurança de Riscos Operacionais da MRS.

Trecho da MRS Logística na região teve 11 atropelamentos ou abalroamentos neste primeiro semestre contra oito no mesmo período de 2017

Imagens flagradas por câmeras de monitoramento da empresa mostram motoristas contornando e até danificando cancelas, na tentativa de ultrapassar a passagem de nível antes da travessia da composição ferroviária. Pedestres também se colocam em situações de risco, atravessando na frente dos trens.

CONSUMO DE ÁLCOOL E DROGAS

Ainda segundo o levantamento, os atropelamentos estão diretamente ligados ao uso de álcool ou drogas nas proximidades da linha férrea. Os casos do tipo praticamente dobraram neste período, passando de sete no 1º semestre de 2017 para 13 em 2018. Dois atropelamentos foram causados por jovens que utilizavam o celular no momento do acidente e, por isso, não observaram a aproximação do trem.

“Trinta dos 36 atropelamentos no 1º semestre foram registrados em locais proibidos ao trânsito de pedestres, ou seja, fora das passagens em nível oficiais. Isto representa 83% dos casos desse tipo e mostra, de forma decisiva, a importância de se atravessar a ferrovia apenas em locais permitidos”, alertou Berzoini.

CAMPANHAS EDUCATIVAS

Além de sempre orientar pedestres e motoristas a respeitarem as placas afixadas nas passagens em nível, que diz “pare antes de cruzar a ferrovia, olhe para os dois lados e escute”. A empresa realiza algumas ações de conscientização, entre elas campanhas e blitzes educativas, que orientam sobre os riscos da imprudência na linha férrea e a importância de manter a faixa de domínio limpa para o bem-estar de todos. A MRS Logística informou que tem investido na construção de passagens de nível. Ao longo do 1º semestre de 2018, foram realizadas 683 intervenções para melhorias delas, totalizando um investimento de R$3,5 milhões.

 

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