Voluntários de Volta Redonda vivem experiência de resgate no Rio Grande do Sul

0

VOLTA REDONDA/RIO GRANDE DO SUL

“Se encontrar” em meio a uma tragédia humanitária. Esse foi um dos sentimentos revelados pelo entregador Vítor Meneses, de 30 anos, enquanto esteve no Rio Grande do Sul, vivenciando a experiência de resgate na companhia de dois amigos: Glauber Rogério, de 30 anos, que é funcionário de uma auto center, e Afonso Henrique, de 24 anos, que é vendedor de carro, todos moradores de Volta Redonda. Os três foram para o município de Canoas, um dos mais afetados pelas inundações, no dia 9 de maio e retornaram no dia 17.

Além de doações de água potável para consumo, em um total de 160 fardos, os amigos ainda levaram rações e roupas para as famílias atingidas pelas chuvas, e ainda fizeram o resgate de 82 animais, sendo a maioria cães. Conforme detalha Vitor, eles passaram por quatro bairros, sendo um deles o de Mathias Velho, um dos mais populosos, com cerca de 100 mil habitantes, e que foi 95% atingido pela enchente. “Tivemos a ideia de ir, meio que na aventura, porque não tínhamos experiência em socorro e nunca atuamos em caso idêntico, mas chegando lá nós encontramos enquanto pessoas nesse tipo de ajuda humanitária e temos certeza de que essa é nossa missão de vida. O cenário encontrado era de pós-guerra, só que com enchente, e havia muitas pessoas precisando de ajuda”, destacou o entregador.

Vitor explicou que, para atuar em Canoas, ele e os amigos se deslocaram em um carro emprestado e toda viagem foi custeada através de doações via Pix. Embora não tivessem nenhum equipamento especial, eles levaram um motor de popa capaz de se acoplar em qualquer embarcação que conseguissem emprestada quando chegassem ao Rio Grande. “Nosso trabalho diário era de realizar buscas por pessoas e animais, mas graças a Deus não precisamos resgatar nenhuma pessoa. No começo utilizamos uma embarcação emprestada, mas, logo, por meio de doações, conseguimos comprar um e aí só acoplamos o motor”, disse o voluntário ao acrescentar que todas  as operações realizadas foram organizadas por civis e tendo moradores afetados como guias, já que a maioria dos resgatistas era de outros estados.

Durante o período em que ficaram no Sul, os amigos foram abrigados no CTG Veteranos, no bairro São José, em Canoas. Vitor recorda que foi aberta uma exceção para ficarem pernoitando no local, que se transformou em um Centro de Distribuição de Doações, justamente porque foram participar das operações. Após oito dias vivenciando o que já é considerada a maior tragédia climática do país, Victor, Glauber e Afonso já pensam em se profissionalizar através de cursos de bombeiros e resgate em áreas de desastres ou remotas.

“Estamos querendo ajuda nisso. Caso algum curso queira doar bolsas para nós. Também estamos atentos aos acontecimentos em Santa Catarina e conforme for, iremos para lá também. Pelo o que já vimos o estado tem dez municípios já em estado de emergência”, disse.

 

 

 

Deixe um Comentário