Surto de sarampo reforça a necessidade de vacinação em cidades do Sul Fluminense

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BARRA MANSA

O surto de sarampo que atinge os estados do Amazonas e Roraima acionou o sinal de alerta para a imunização da doença, que estava erradicada no país. Além dos dois estados, casos da doença também foram confirmados no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rondônia e nesta segunda-feira, dia 9, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio confirmou que dois pacientes foram diagnosticados com sarampo pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), laboratório de referência do Ministério da Saúde. As vítimas são alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde, até o final da semana passada, havia 13 casos suspeitos de sarampo.

No Amazonas e Roraima, 500 casos já foram confirmados; Rio registrou dois, vítimas são estudantes da UFRJ

Em Barra Mansa, a coordenadora do Setor de Imunização da Secretaria de Saúde, Marlene Fialho, esclareceu a importância da vacina, única forma de se proteger contra o sarampo. Ela revelou que uma campanha nacional de vacinação será realizada em agosto.

“As pessoas não precisam se preocupar, mas devem se vacinar. É importante a imunização justamente para que não haja um surto. Quando a pessoa não se vacina porque não quer, ela acaba colocando não só ela em risco, mas os outros não vacinados. A dose e o contato com a doença causam a imunidade. A orientação do Ministério da Saúde é de que pessoas com até 29 anos e que nunca tiveram a doença ou se vacinaram devem tomar duas doses; de 30 a 49 anos, uma dose única”, afirmou, lembrando que por ser de vírus vivo, a vacina causa alguns efeitos colaterais entre eles febre alta de cinco a 12 dias após a imunização e possui contraindicações.

“Pessoas que estejam com alguma doença ou possuem imunidade baixa, crianças menores de seis meses e gestantes não devem se vacinar. Recomenda-se que até aquelas mulheres que planejam engravidar aguardem pelo menos 30 dias”.

Marlene esclareceu que tanto a vacina contra o sarampo, a chamada tríplice viral que protege da caxumba e rubéola; quanto a que combate a poliomielite, que previne a paralisia infantil, fazem parte da rotina da Secretaria de Saúde, mas que pelo surto do sarampo, ambas serão intensificadas com o objetivo de garantir o controle das doenças nos demais estados. “Essa é uma forma de se evitar que haja mais casos. A poliomielite está tendo uma cobertura vacinal bem baixa nos últimos anos e as mais suscetíveis são as crianças”, disse, lembrando que a pólio está erradicada no país há 30 anos.

O público-alvo da campanha, que está prevista para ocorrer de 6 a 30 de agosto – com o Dia D marcado para 18 daquele mês -, será definido nos próximos dias. O morador que tiver alguma dúvida deve procurar a unidade de saúde mais próxima da residência para esclarecimentos.

SINTOMAS

Febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas no corpo são alguns dos sintomas do sarampo. Ele é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Isso porque uma pessoa é infectada pelas vias aéreas, ou seja, a transmissão pode acontecer quando o doente fala, tosse ou espirra perto de uma pessoa não vacinada. O período em que a doença pode ser transmitida começa sete dias antes do aparecimento das manchas vermelhas e dura por uma semana.

SARAMPO PODE MATAR

A doença é perigosa, com alguns casos podendo evoluir para complicações respiratórias graves, levando à morte. Crianças menores de um ano, adolescentes e adultos acima de 40 anos são idades consideradas críticas do sarampo.

Vassouras e Paraty estão entre cidades com baixa cobertura vacinal da poliomielite

O Ministério Público Federal oficiou 312 prefeitos de municípios brasileiros, entre eles Vassouras e Paraty, cobrando medidas para garantir vacinação adequada de crianças. Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura vacinal para a poliomielite nessas cidades está abaixo dos 50%, quando a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o índice se mantenha em 95%.

No ofício, a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, solicita que seja ampliado o horário de funcionamento das salas de vacina, a fim de assegurar a pais e responsáveis a possibilidade de atendimento fora do horário comercial.

O MPF também pede que seja rigorosamente observado o Calendário Nacional de Vacinação, ainda que se tenha que aplicar mais de uma dose por vez – exceto se houver recomendação médica em contrário.

As 312 prefeituras terão de assegurar a implantação do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização e o treinamento adequado de servidores responsáveis pela utilização do sistema, para que as informações de cobertura vacinal cheguem regularmente ao ministério.

Devem ser adotadas ainda medidas para que profissionais da atenção básica – inclusive agentes comunitários de saúde – façam busca ativa de crianças de sua área de abrangência que não estejam com a caderneta de vacinação em dia.

As escolas também deverão ser chamadas a contribuir com o cumprimento do calendário, sendo orientadas a verificar, no momento da matrícula, a caderneta de vacinação do aluno e a informar à família e às autoridades sanitárias casos de ausência de doses obrigatórias.

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