Sassaricando – Oscar Nora – 5 de novembro de 2022

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Foto: Divulgação/Internet

De todas os jogos do campeonato brasileiro que serão disputados neste final de semana, a partida entre Ituano FC e CR Vasco da Gama será a mais importante de todas elas. Embora seja um duelo entre alvinegros e rubronegros, cores que identificam o Flamengo, ele está longe de ser um embate entre os tradicionais adversários do famoso clássico dos milhões. A importancia está no inusitado da situação de quem vive há dois anos na segunda divisão.
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Em tempos sombrios da sua atual realidade, o time que um dia foi casa de Carlos Germano, Belini, Coronel, Ademir, Roberto Dinamite, Romário e Edmundo, dessa vez, na casa do adversário, tentará a modesta e prosáica proeza de voltar à primeira divisão do futebol brasileiro.
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Sofridos e angustiados, os torcedores vascaínos estarão em fervorosa súplica pedindo, até aos santos aposentados para ajudarem nas orações, pelo desfecho favorável que já deveria ter exorcizado o fantasma da segunda divisão faz muito tempo.
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Basta um simples empate para o Vasco ter a vitória. De sobra, independente de qualquer resultado, restará um julgamento favorável do jogo contra o Sport em Recife. Mas, depender dessas condições aleatórias na última rodada do torneio, faz o intrépido Vasco da Gama se mexer na sepultura onde descansa em sono eterno fazem 498 anos.
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Foi em homenagem ao navegante que um grupo de remadores denominou o CR Vasco da Gama em 21 de agosto de 1898. Com uma jornada de glorias no campo e fora dele, onde lutou bravamente contra os preconceitos raciais, sociais e construiu o maior estádio do Brasil até o advento do Maracanã, o Vasco se tornou exemplo.
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Direta ou indiretamente inspirados por ele, centenas de clubes adotaram o nome de CR Vasco da Gama, apenas Vasco da Gama ou somente Vasco, em várias partes do mundo. São 2 na África, 3 na Ásia, 4 nas Américas do Norte e Central, 7 na América do Sul, 13 em Portugal e 79 no Brasil.
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Infelizmente os momentos de gloria foram rareando, a tal ponto que a torcida do Vasco é cada vez mais idosa e menos jovem. Sempre um convidado de honra do futebol europeu, seu último título por lá foi em Paris, em 1957. Depois vieram a Copa Libertadores em 1998, Copa Mercosul e Campeonato Nacional em 2000, Copa do Brasil em 2011 e Campeonato Carioca em 2016.
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Em suas cores, se o preto do uniforme do Vasco sugere os mares desconhecidos do Oriente e o branco da faixa diagonal à rota descoberta pelo almirante, as duas levam à compreensão de uma comunhão de etnias, lutas e bravura. Que elas sejam uma fonte de energia e competência para seus atletas dignificarem, neste domingo, a bela história do CR Vasco da Gama.
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