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Público masculino representa mais da metade dos pacientes infectados pelo HIV em Barra Mansa

Por Roze Martins
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BARRA MANSA

Um levantamento do Programa de Infecção Sexualmente Transmissível (IST/Aids), da Secretaria de Saúde de Barra Mansa, apontou que dos pacientes soropositivos para HIV em tratamento, no município, o percentual de homens infectados pela doença representa mais da metade dos casos. De um total de 834 pessoas portadoras do HIV, na cidade, 541 casos são do público masculino e 293 referentes a mulheres que contraíram a doença.

Nesta sexta-feira, 1º, quando é celebrado o Dia Mundial de Combate à Aids, a coordenadora do programa, Tatiane Tavares Ferreira, reforça a importância de ações preventivas e de informação sobre a doença, mas afirma que a melhor forma de evitar a contaminação pelo HIV é a consciência da população sobre a responsabilidade de fazer o uso de preservativos e evitar se expor a relações sexuais de risco.

“Toda confirmação de diagnóstico para um paciente soropositivo é muito triste porque, ainda que haja tratamento, quase sem efeitos colaterais, a Aids é uma doença que é carregada de preconceitos. Muitas das pessoas que descobrem a doença nem imaginavam que podiam estar contaminadas. Por isso, sempre vamos ressaltar que o mais importante é se prevenir e tomar os cuidados para não se infectar”, disse a coordenadora.

Segundo ela, todos os casos confirmados no município foram através de exames feitos na rede pública, incluindo a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), todas as Unidades de Saúde, Hospital da Mulher, Setor de Tuberculose e Santa Casa.  De janeiro a outubro de 2023 foram realizados 11. 581 testes rápidos para HIV e 36 casos novos confirmados.  “Mais ou menos um caso por semana foi confirmado ao longo desse ano. Se o resultado for reagente no teste positivo nós fazemos a confirmação com outro exame e, se realmente confirmar a infecção pelo vírus, logo fazemos o acolhimento desse paciente, encaminhando para o tratamento, inclusive com o apoio de um psicólogo”, explicou a coordenadora.

Faixa etária de contaminados é cada vez menor

De acordo com a coordenadora do Programa de Infecção Sexualmente Transmissível (IST/Aids), um dado preocupante, em torno das contaminações por HIV, é que em Barra Mansa cada vez se torna menor a faixa etária de pessoas com a doença, que segundo ela é predominante entre 18 e 23 anos.


Os números refletem uma tendência nacional, já que segundo um boletim divulgado pela Agência de Notícias da Aids também aponta o aumento de casos de infecção por HIV, no Brasil, em jovens com idade entre 15 e 24 anos. O documento mostra que, entre 2007 e junho de 2022, foram 102.869 casos (23,7%) nessa população, sendo 25,2% em pessoas do sexo masculino e 19,9% nas do sexo feminino.  “No município, uma explicação para esses números está associada ao fato de que a maioria dos jovens que chegam ao setor não tem conhecimento sobre a doença. E isso é realmente um fator preocupante”, disse a coordenadora.

Barra Mansa vai receber a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV

No próximo dia 8 de dezembro Barra Mansa vai participar, em Brasília,  do deferimento da Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV, um título inédito conquistado pelo município. Conforme explicou Tatiane, somente Barra Mansa e outra cidade do estado foram credenciadas, em função do trabalho do Programa de IST/Aids na prevenção da transmissão vertical do HIV, de mãe para filho, dentro do Hospital da Mulher, nas unidades de Atenção Primária à Saúde, no Laboratório Municipal, entre outros dispositivos da rede.

Quando uma gestante do município tem o diagnóstico positivo do HIV, ela realiza o pré-natal de risco no Hospital da Mulher e é atendida pelo Programa IST/AIDS. Após o nascimento, a criança é acompanhada por um infectologista pediatra e recebe uma fórmula láctea infantil fornecida pelo estado. “É importante essa certificação porque  ela representa um reconhecimento de que fizemos um trabalho que funciona; que tivemos condições de evitar que crianças que estavam nascendo de mães soropositivas não estivessem contaminadas por um vírus que carrega tanto preconceito e que iria fazê-las tomar uma medicação a vida inteira”, enfatizou Tatiane.

A Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical (TV) do HIV é uma estratégia do Ministério da Saúde (MS) para fortalecer a gestão e a rede de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS), aprimorando ações de prevenção, diagnóstico, assistência e tratamento das gestantes, parcerias sexuais e crianças, além da qualificação da vigilância epidemiológica e dos sistemas de informação, monitoramento e avaliação contínua das políticas públicas voltadas à eliminação da TV do HIV no Brasil.

A transmissão vertical ainda é a principal via de infecção por HIV na população infantil, segundo o Ministério da Saúde. Esse método de transmissão responde por aproximadamente 90% dos casos de AIDS relatados em crianças menores de 13 anos. Estima-se que de 15 a 30% dos bebês nascidos de mães soropositivas para o HIV adquiram o vírus durante a gravidez, o parto ou a amamentação.

 

 

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