Psicóloga fala sobre importância de cuidar da saúde mental desde a infância

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SUL FLUMINENSE

Cuidar da saúde mental desde a infância pode garantir uma série de benefícios. Isso porque os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento do indivíduo adulto. No mês de conscientização dos cuidados com a saúde mental, o Janeiro Branco, o A VOZ DA CIDADE conversou com a psicóloga especialista em Neuropsicologia da infância e adolescência, Marcele Campos.

Ela pontou que a arquitetura do cérebro é formada nos primeiros anos de vida e as experiências negativas podem influenciar no desenvolvimento saudável da criança. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos casos de transtornos mentais se iniciam até os 14 anos. As causas são diversas como violência, abandono afetivo, bullying e negligência. “A criança não possui habilidade emocional para gerenciar experiências desagradáveis. Assim as vivências negativas podem causar o adoecimento mental como depressão infantil e ansiedade”, explica à psicóloga.

Dados da OMS mostram que, no mundo, a depressão entre crianças na faixa dos seis aos 12 anos saltou de 4,5% para 8% na última década. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens brasileiros de 15 a 24 anos de idade.

Durante a pandemia da Covid-19, o isolamento social contribuiu ainda mais para o aumento desses números. Em 2022, quase um bilhão de pessoas, incluindo 14% dos adolescentes do mundo, estavam com algum transtorno mental. “Durante a pandemia houve muitos prejuízos como o aumento de quadros de depressão e ansiedade, dificuldades de interação na escola, dificuldades no retorno a rotina anterior e comportamento compulsivo”, lembrou.

Diante dos sinais de alerta, promover um ambiente familiar e social seguro torna-se indispensável. “É importantíssimo compreender os contextos nos quais elas essas crianças vivem. Uma criança que cresce em um ambiente saudável, com recursos de saúde e educação e afeto tende a ter menos estresse e menor vulnerabilidade para desenvolver depressão, ansiedade uso e abuso de drogas”, disse.

Para a psicóloga, reconhecer e tratar esses problemas ainda na infância tende a melhorar as condições de reação e recuperação do bem-estar emocional. “Diante de um comportamento agressivo, os pais precisam primeiro ter controle das próprias emoções para acalmar a criança, tirá-la de exposição negativa e conversar sobre o ocorrido, sem ameaças ou punição. Estar próximo, dar afeto, ter autocontrole e procurar ajuda profissional para tratamento e orientação são pontos primordiais”, falou.

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