Passageiros se dizem apreensivos ao pegar ônibus durante pandemia

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BARRA MANSA/VOLTA REDONDA

O transporte coletivo, tendo uma grande rotatividade de pessoas, pode ser considerado um local com foco de contágio da Covid-19, ainda mais se as normas de prevenção ao vírus não forem seguidas de forma disciplinar. O A VOZ DA CIDADE esteve nas ruas e conversou com os passageiros que afirmaram se sentir apreensivos ao pegar um ônibus e relataram que mesmo tomando todos os cuidados pessoais, a contaminação ainda é uma realidade. Segundo depoimentos, muitas pessoas entram nos coletivos de máscaras e em seguida as tiram ou usam de forma errada.

Algumas normas sanitárias de prevenção à Covid-19 nos coletivos são: sanitização dos veículos a cada viagem; uso obrigatório da máscara para passageiros e funcionários; e fica proibida a lotação.

O jornal questionou as prefeituras de Volta Redonda e Barra Mansa sobre o processo de monitoramento das normas e quantas multas já foram aplicadas pelo não cumprimento delas. Volta Redonda já havia divulgado que as fiscalizações são realizadas periodicamente, mas não respondeu ao questionamento até a publicação desta nota, assim como Barra Mansa.

De acordo com o passageiro João Batista de 54 anos, morador do Vista Alegre, em Barra Mansa, ver um ônibus lotado não é algo tão fora do comum nesse período de pandemia. “Quem precisa do transporte público não tem outra opção. Tem gente que entra no ônibus com máscara e lá dentro tira ou usa de forma errada, nosso medo é de nos manifestarmos e a pessoa achar ruim, então continuamos nessa situação”, lamentou.

De acordo com o coordenador da clínica médica do hospital Unimed Volta Redonda, Felippo Coutinho, o contato físico com as hastes de apoio do transporte também é outra preocupação, mas é algo inevitável, por isso evitar levar a mão no rosto é algo extremamente necessário. “Todo ambiente que se tem várias pessoas próximas, se torna um foco de contágio, se houver um controle rígido sobre isso, é possível amenizar a transmissão, mas ainda há uma variedade de gente entrando e saindo desses transportes, então é importante levar um álcool gel e sempre passá-lo quando descer do ônibus e também utilizar a máscara da forma correta”, orientou.

Outra passageira que falou sobre o medo de contágio nos coletivos foi a Lionice Serafim, de 56 anos, moradora do Vila Coringa. “Sempre procuro pegar os ônibus mais vazios, com as janelas abertas e estou sempre com o meu álcool gel. Mas tem coisas que são inevitáveis. Às vezes você está sentado e alguém senta perto de você, mas quem tem que ir trabalhar não tem outra opção”, relatou, finalizando que trabalha em Volta Redonda e que os colegas de serviço relatam que as vezes encontram os ônibus lotados. “O bom é que quando volto para casa, já está mais tarde e eu geralmente não pego o transporte cheio, mas ainda assim, o medo é presente”, concluiu.

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