Moradores de condomínio na Região Leste reclamam de inconstância no abastecimento de água

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BARRA MANSA

Lavar as roupas, louças, cuidar da casa e tomar banho de madrugada. Essa tem sido a rotina de moradores de um condomínio localizado no bairro Paraíso de Cima, na Região Leste de Barra Mansa, que nesta segunda-feira, dia 20, entraram em contato com o A VOZ DA CIDADE para relatar os transtornos que vêm enfrentando com o desabastecimento de água no local. De acordo com eles, nesta terça-feira, dia 21, completam 25 dias em que a água que abastece todos os apartamentos só chega na caixa d ‘água durante a madrugada.

Segundo a autônoma Nathanne Oliveira da Silva, de 29 anos, que mora no 5º andar de um dos blocos com o marido e o filho de três anos, ela tem encontrado dificuldades para realizar as tarefas do dia a dia porque suas torneiras estão sempre vazias. Ela acrescenta que, assim como outros moradores, já fez várias queixas ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), no entanto, o problema não é solucionado.

“Pago as minhas contas, de água, luz, todas em dia. Sou dona de casa e infelizmente já entramos em contato com o Saae várias vezes e não tivemos respostas para esse problema. Essa não é a primeira vez que ficamos tanto tempo sem água; já não temos mais a quem recorrer. Nesta segunda-feira saí de casa às 5h40min para fazer uma faxina, só vou chegar às 20 horas e nunca tem água. Aí começa a cair de madrugada e, mesmo cansada, preciso fazer as coisas da minha casa”, reclamou.

A auxiliar administrativa, Heloisa Cristina de Souza Alvim, de 22 anos, mora com a mãe em um dos apartamentos e relata os transtornos causados pela falta de água que, segundo ela, está ocorrendo desde o dia 24 de abril sem cair direto. O abastecimento, conforme detalha, só acontece na madrugada ou umas duas horas durante o dia

“E tem dias que a gente fica 24 horas, 36 horas sem água direto. Houve dia da água cair às 3 horas da madrugada depois de termos ficado 36 horas sem. Nesse dia, eu só consegui tomar banho nesse horário, mas, já aconteceu de a gente dormir sem tomar porque não tinha uma gota de água. Já houve dia das reservas acabarem e não ter água nem para beber direito. Isso é muito desgastante para quem precisa cuidar da casa e ainda sair para trabalhar todos os dias”, ressaltou.

Falta de água afeta idosos, crianças e gestantes

A prospectora de vendas, Kelly Maria Raimundo, de 24 anos, mora no 3º  andar de um dos prédios e ressalta que os transtornos com a falta de água afetam diretamente as crianças pequenas, idosos e mulheres grávidas que moram no local e que, principalmente em dias mais quentes, fazem um consumo maior. No total, o condomínio tem 240 apartamentos e 4 blocos. Ela também chama atenção para o fato de que o problema com a escassez já se estende por quase um mês, prejudicando diretamente a rotina de todos os moradores. “Nós estamos precisando de atenção. Chegamos do serviço cansados, querendo tomar um banho e nada de ter água. Tem dias que não tem nem pra fazer uma comida mais já reclamos em vários lugares e nada. Quando a água não cai eu tenho que ir na casa da minha avó, no bairro Retiro para tomar banho. Alguém tem que resolver essa situação”, disse.

Recentemente, ao retornar de uma visita a Brasília, o prefeito Rodrigo Drable disse em suas redes sociais que um dos motivos da viagem foi captar recursos para dar início às obras da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Região Leste, o que segundo ele é o que vai resolver de forma definitiva o problema de abastecimento na localidade. “É uma obra que vai ficar marcada na história e que vai transformar de forma impactante a vida de muita gente, além de dar mais eficiência para abastecer as outras partes da cidade”, disse o prefeito.

Por meio de nota, a Prefeitura de Barra Mansa, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae-BM), informa que a autarquia reconhece a dificuldade de abastecimento do bairro Paraíso de Cima e está trabalhando para a melhoria do serviço. Entretanto, o grande número de inadimplentes (das 206 unidades habitacionais, 192 não estão em dia com as contas) onera os cofres do Saae-BM, estimula o desperdício e prejudica a distribuição regular de água aos contribuintes pagantes.

 

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