Itatiaia decretará estado de emergência devido aos casos de dengue

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SUL FLUMINENSE

A estimativa do Ministério da Saúde é a de que o Brasil possa chegar a cinco milhões de casos de dengue, em 2024. Para conter o avanço da doença, as Secretarias de Saúde de algumas cidades do Médio Paraíba estão reforçando suas estratégias de prevenção, conforme levantamento feito pelo A VOZ DA CIDADE. Em Itatiaia, conforme adiantou na noite desta segunda-feira, dia 29, o secretário de Saúde, Luiz Eduardo Saldanha, o município irá decretar nesta terça-feira, dia 30, estado de emergência, para que possa buscar apoio para as ações de identificação dos focos do Aedes aegypti, que também é transmissor de doenças como a Zika e a Chikungunya.

Se comparada com outras cidades, Itatiaia chama atenção por ter registrado somente em janeiro deste ano 401 casos, enquanto Volta Redonda, Barra Mansa, Porto Real, Resende, Angra dos Reis, Paraty e Barra do Piraí somam um total de 418 no mesmo período. “Vamos decretar Estado de Emergência para que possamos abrir um edital e contratar agentes visitadores de imóveis que possam atuar na identificação dos focos. Estamos pensando também em pedir ajuda do Exército”, disse o secretário de Saúde ao jornal.

Conforme levantamento do município, em 2023 foram 1.086 notificações de dengue, sendo 256 casos confirmados. Já neste ano, somente em janeiro, foram 810 notificações, sendo 401 delas confirmadas para a doença. O resultado do último Levantamento Rápido de Índices de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa) referente a janeiro, com resultado 3.6, coloca a cidade em estado de alerta

De acordo com Saldanha, a situação de Itatiaia está sendo monitorada pela Secretaria de Estado de Saúde, que se colocou à disposição para ajudar o município. “Conversando com sobre o aumento dos casos de dengue, nos foi informado que a preocupação é pelo fato dos casos estarem acima do esperado, comparando com os últimos dez anos”, ressaltou o secretário.

Segundo ele, embora o município esteja fazendo ações contínuas, por meio da Vigilância Ambiental, principalmente nos bairros com mais notificações e casos confirmados, além de visitas domiciliares e também o controle químico e a eliminação de criadouros, o apoio e a conscientização da população é fundamental para conter o avanço da doença.

“Temos um percentual significativo dos focos encontrados em residências, em vasos sanitários, pratos, garrafas retornáveis, recipientes de degelo em geladeiras e pequenas fontes ornamentais, além de vasilhas de água de cães, gatos, aves, cavalos e vacas. A gente trabalha, mas precisamos muito que as pessoas nos ajudem. Existe a cobrança da passagem do carro Ultrabaixo Volume (UBV), mas ele não é a única solução, porque enquanto matamos 40 mosquitos, com ele, no criadouro a fêmea está botando 400 ovos. O problema maior é o foco”, alertou o secretário.

Segundo ele, já está em funcionamento, também em parceria com Estado, no Hospital Municipal, a Sala de Hidratação com capacidade para 10 pacientes. No espaço é possível fazer a administração de soro e também a coleta de sangue. Na cidade, as áreas com maior incidência são Campo Alegre, Jardim Itatiaia, Vila Esperança, Nova Conquista, Vila Magnólia e Vila Odete.

O período tradicionalmente onde o número de casos aumenta é no final do verão e início do outono. Ou seja, ainda não chegou.

Volta Redonda adota “força-tarefa” para combater a dengue

Em Volta Redonda, onde o município teve 494 casos confirmados em 2023 e 113 em janeiro deste ano, a Secretaria de Saúde intensificou as ações de combate à dengue com a criação de uma força-tarefa entre as Secretarias Municipais de Saúde e de Infraestrutura, que oferece vistoria e orientações dos agentes de endemia nas residências; e serviços de limpeza urbana com a disponibilização de caçambas para descarte de materiais que acabam se transformando em depósito para o mosquito.

O aumento de casos foi observado em bairros como Santa Cruz, Aterrado e Sessenta, por exemplo. Quanto aos índices de infestação, os bairros como Eucaliptal, Conforto e região do Siderlândia, Belmonte, Padre Josimo e Jardim Belmonte são os que tem maiores índices.

Barra Mansa intensifica visitas e palestras educativas

Segundo dados da Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Barra Mansa, a cidade teve 59 casos da dengue confirmados em 2023 e  41 neste mês de janeiro.  A Vigilância em Saúde Ambiental do município está intensificando as ações de combate ao Aedes por meio de visitas domiciliares, eliminando criadouros e tratando com larvicidas, além de fazer palestras educativas com as associações de moradores. Recentemente, teve início o programa “Bota Fora”.

Angra dos Reis, Paraty, Porto Real, Barra do Piraí e Resende também reforçam ações

Em Angra dos Reis, a Secretaria de Saúde fez um alerta de que entre os dias 7 e 13 de janeiro, agentes de endemias pesquisaram 3.621 imóveis e encontraram larvas do Aedes aegypti em 86% deles. As ações de rotina do município incluem visitas domiciliares, busca ativa de focos do mosquito, instalação de armadilhas para remoção de ovos do Aedes e ações de educação em saúde.  Na cidade, até o dia 23 de janeiro, foram registrados 484 casos suspeitos de dengue, sendo 73 confirmados. Em 2023 foram 56 confirmados e houve um óbito pela doença.

Já em Paraty, segundo a Secretaria de Saúde, neste ano foram confirmados apenas três casos de dengue. Em 2023 foram 572 casos de dengue e 12 casos de Chikungunya.

Com 156 casos de dengue confirmados, até o dia 26 de janeiro, 156, Resende tem os bairros Cidade Alegria, Itapuca, Morada do Contorno, Alegria e Jardim Aliança como as localidades com maior número de confirmações para a doença. A prefeitura criou o Centro de Hidratação na UPA e no Hospital de Emergência, para atender pacientes com sintomas da dengue e também a Sala de Telemonitoramento, onde médicos realizam ligações aos pacientes notificados, acompanhando seu quadro clínico. Mais de 80% dos focos de Aedes aegypti, no município, estão dentro das residências.

Em Porto Real, onde há 20 casos confirmados até o dia 22 de janeiro, a Secretaria de Saúde tem feito visitas periódicas nos imóveis, criação de brigadas em prédios públicos e empresas, bloqueio químico de casos, intensificação do acompanhamento dos pontos estratégicos e criação de sala de situação contra as arboviroses. A maior incidência de focos está no distrito Bulhões e nos bairros Parque Mariana, Jardim das Acácias e Freitas Soares, com maior concentração em domicílios.

Além de todas as ações preconizadas pelo Secretaria Estadual de Saúde, Barra do Piraí também tem buscado incluir vistorias quinzenais em pontos estratégicos como ferro velho, cemitério, reciclagens, além de vistorias realizadas a partir de denúncias. O município registrou 12 casos de dengue conforme dados coletados no dia 15 de janeiro.

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