Flip tem início e edição comemorativa de 20 anos apresenta a maior bancada feminina da história

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PARATY

A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que teve inicio hoje,  comemora 20 anos e elegeu uma autora negra como homenageada, a maranhense Maria Firmina dos Reis, primeira escritora brasileira e por muito tempo apagada pela história —a ponto de não existir sequer imagem oficial de seu rosto. A programação completa poder ser conferida em https://www.flip.org.br/programacao-geral/

Além disso,  a edição 2022, está mais feminina do que nunca: o evento chamou uma maioria de mulheres para compor as mesas —de 43 convidados da programação principal, apenas 14 são homens.

É a maior proporção feminina em todas as edições do evento e, em números brutos, só perde para o evento online de 2021. Tem, entre os curadores, duas mulheres negras e um homem branco. Por fim, temas caros às mulheres também irão permear a festa literária, entre eles a violência de gênero.

Nobel de Literatura é presença aguardada

Outra autora que dedicou sua vida à literatura e à educação estará no centro desta Flip: Annie Ernaux, 82, convidada pelos curadores antes de ser anunciado que o Nobel deste ano seria dela. A primeira escritora francesa a receber a honraria é a presença mais aguardada da festa. Sua palestra será no sábado, dia 26, às 15 horas, ao lado da escritora brasileira Veronica Stigger. Os ingressos estão esgotados, mas é possível acompanhar a conversa pela Tenda da Praça ou pelo YouTube da feira, gratuitamente.

Quem é Maria Firmina dos Reis

É a primeira vez que a Flip homenageia uma autora negra. A maranhense Maria Firmina dos Reis nasceu em 1822, ano em que o Brasil declarou sua independência de Portugal, é considerada pela Biblioteca Nacional a primeira escritora brasileira. Professora primária concursada, publicou em 1859 o romance abolicionista ‘Úrsula’, que será debatido logo na abertura da festa, às 20h desta quarta, por estudiosas da autora. No dia seguinte, às 10h, os professores Eduardo de Assis Duarte, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Lilia Schwarcz, da Universidade de São Paulo (USP) esmiuçam os escritos pouco conhecidos da maranhense e como eles contribuem para o pensamento sobre o Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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