Comissões da Alerj debatem sobre projeto do Complexo Econômico-Industrial da Saúde

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ESTADO

Os deputados membros das Comissões de Saúde e de Ciência e Tecnologia, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), se reuniram para discutir sobre o projeto do Complexo Econômico-Industrial da Saúde nesta quarta-feira (22/03). Durante a reunião, o economista e diretor da Assessoria Fiscal da Casa, Mauro Osório, destacou que a área da saúde tem um grande potencial para amenizar a crise fiscal enfrentada pelo Estado do Rio. Para ele, é necessário enxergar a saúde não somente como uma ação pública essencial, mas também como uma política econômica fundamental para geração de emprego e renda.

Na apresentação, Osório também comentou sobre as potencialidades e os desafios para o fortalecimento do projeto do complexo. Um levantamento apresentado pelo economista apontou que o déficit comercial passou de U$1 bilhão, em 2006, para U$20 bilhões, em 2021, e por isso a proposta do Governo Federal é reduzir as importações e atrair empresas. “Somos o maior sistema público do mundo, com poder de compra muito grande, temos importado cada vez mais remédios e equipamentos médicos. Queremos que o Rio tenha um papel importante, que as empresas e indústrias possam se organizar para aproveitar essa oportunidade”, explicou.

Outro ponto levantado durante a explanação foi o bom aproveitamento das unidades hospitalares, visto que o Rio de Janeiro possui 30 das 84 unidades hospitalares federais existentes no Brasil. No entanto, mais de 30% dos leitos das unidades federais estavam inativos devido à falta de profissionais, de acordo com dados mencionados pelo diretor da Assessoria Fiscal. “Saúde é vida, os hospitais federais estão sendo subutilizados. Se utilizarmos bem essas unidades, podemos acabar com a fala do Sisreg, vamos empregar mais pessoas, vamos ajudar no dinamismo econômico. Precisamos pensar de forma integrada”, afirmou o economista.

Diante dos dados expostos por Osório, o presidente da Comissão de Saúde, deputado Tande Vieira (PP), declarou que o Complexo Econômico-Industrial pode ser um dos principais eixos estruturantes do estado, uma vez que o Governo Federal tem demonstrado interesse em investir nesse tema. O parlamentar afirmou, ainda, que pretende propor ao presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (PL), a recriação de um grupo executivo para estudar e planejar o projeto, envolvendo universidades e pesquisadores, com objetivo de discutir as prioridades para investimento em infraestrutura e construir um modelo prático de desenvolvimento.

“Temos uma oportunidade muito grande nos próximos anos, quando se trata do desenvolvimento econômico do estado. Temos também um papel muito importante de tentar desmantelar o cenário institucional hostil para o desenvolvimento de novas empresas e manutenção das que já existem. Nossa proposta é voltar com o grupo executivo para tratar sobre as questões pertinentes do Complexo Econômico-Industrial e fazer um planejamento das ações importantes para que o projeto seja implementado de forma adequada”, salientou Tande.

Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, a deputada Elika Takimoto (PT) frisou que a atuação coletiva é fundamental para pensar em políticas para promover o desenvolvimento do estado: “O Rio de Janeiro está passando por uma grave crise econômica, mas temos capacidade de mudar esse cenário. Queremos cooperar para a retomada do desenvolvimento do nosso estado à luz desse projeto”.

O deputado Vitor Júnior (PDT), que é membro do colegiado, sugeriu a condução de um estudo para identificar o perfil e as características de cada município fluminense, com intuito de criar políticas públicas e ações regionais consorciadas. Também presente na reunião, o deputado Dr. Deodalto (PL), integrante da Comissão de Saúde, propôs a unificação dos leitos municipais, estaduais e federais.

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