Apesar de leve aumento na vacinação infantil, números ainda estão abaixo do esperado

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SUL FLUMINENSE

Nos últimos anos a taxa de vacinação infantil no Brasil sofreu uma queda brusca. De acordo com dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas, em 2022 a imunização para esse público caiu de 93,1% para 71,49%. Segundo uma pesquisa, realizada pela Fiocruz, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice colocou o país entre os dez com menor cobertura vacinal no mundo. Neste ano, um novo levantamento conduzido pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/ Unifase) revelou um aumento na cobertura vacinal entre 2021 e 2022, porém, os números ainda deixam a desejar.

O médico sanitarista de Volta Redonda, Carlos Vasconcellos, explica que a procura pela maioria das vacinas já estava baixa, e essa situação piorou com a pandemia da Covid-19. “A queda prévia a pandemia se deu em parte pela baixa disponibilidade de vacinas, o que gerou um desabastecimento na rede e consequentemente uma queda na vacinação. Com a pandemia isso se agravou muito, primeiro por conta do lockdown, em que houve a orientação para que as pessoas evitassem a circular e outra pelo movimento antivacina, que já existia no mundo e que se intensificou”, disse.

Carlos reforça que a desinformação e a falsa sensação de que não há mais doenças circulando, acabaram levando a uma desconfiança da população sobre a importância e a eficiência das vacinas fornecidas pelo Ministério da Saúde. “Inclusive revistas com bastante respeitabilidade publicaram trabalhos científicos que colocavam em dúvida a aplicação de algumas vacinas como a do sarampo, e que depois foi verificado que esses artigos foram fraudados. Isso tudo gerou um grande prejuízo mundial com relação à cobertura vacinal, porque um hábito que era natural que as pessoas iam se vacinar sem grandes receios, mudou por conta desse tipo de material, das fake news, campanhas e inclusive da vinculação das imunizações com questões políticas, ideológicas, que na minha opinião são coisas que não tem relação”, falou.

A baixa cobertura vacinal no país deixa a população infantil exposta a doenças que antes não eram mais uma preocupação, como o sarampo, que foi erradicado no país em 2016 e em 2018 voltou para a lista de doenças no Brasil. Além do sarampo, outras doenças que correm o risco de voltar a acometer as crianças são a poliomielite, rubéola e a difteria.

BUSCA ATIVA

Sobre o assunto, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforçou ao A VOZ DA CIDADE que, além de serem seguras, as vacinas estão entre as medidas mais eficazes para a proteção contra doenças imunopreveníveis. A secretaria disse ainda que realiza frequentemente reuniões de capacitações para as equipes de imunização, Vigilância Epidemiológica e de Atenção Primária dos municípios, demonstrando a importância de realização de busca ativa de não vacinados, a realização de visitas domiciliares e a vacinação extramuros para atualização dos esquemas vacinais em atraso.

A SES disse ainda que vem buscando parcerias visando ao desenvolvimento de ações efetivas que motivem a população a se vacinar. Inclusive tem realizado uma série de reuniões com representantes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a construção conjunta de estratégias de mobilização.

VACINAÇÃO

 

  • ESTADO

ANO DE 2021

Poliomielite – 55,8% do público alvo foi vacinado;

BCG – 65,3% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral D1 – 59,5% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2022

Poliomielite – 58,9% do público alvo foi vacinado;

BCG – 76,4% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral D1 – 66,7% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2023                      

Poliomielite – 43,3% do público alvo foi vacinado;

BCG – 59,2% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral D – 145,5% do público alvo foi vacinado;

  • ANGRA DOS REIS

 ANO DE 2021

Poliomielite – 47,28% do público alvo foi vacinado;

BCG -76,64% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral -51,05% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2022

Poliomielite – 52,33% do público alvo foi vacinado;

BCG -80,54% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral -54,55% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2023

Poliomielite – 52,41% do público alvo foi vacinado;

BCG – 81,01% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral – 54,59% do público alvo foi vacinado;

  • RESENDE

ANO DE 2021

Poliomielite – 65,40% do público alvo foi vacinado;

BCG – 89,63% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral – 61,66% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2022

Poliomielite – 69,73% do público alvo foi vacinado;

BCG – 98% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral – 74,36% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2023

Poliomielite – 52,71% do público alvo foi vacinado;

BCG- 59,49% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral – 47,74% do público alvo foi vacinado;

  • VOLTA REDONDA

ANO DE 2021

Poliomielite – 58,79% do público alvo foi vacinado;

BCG – 59,92 do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral D1 – 65,76% do público alvo foi vacinado;

ANO DE 2022

Poliomielite – 64,84% do público alvo foi vacinado;

BCG – 66,70% do público alvo foi vacinado;

Tríplice Viral – 75,84% do público alvo foi vacinado;

*Não informou sobre o ano de 2023

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