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Barista: uma profissão que vai muito além da paixão pelo café

Por Andre
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André Matheus

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A grande maioria das pessoas desconhece essa profissão; muitos sequer sabem, ou até mesmo podem imaginam o que seja um. Barista é o profissional especializado em cafés de alta qualidade (cafés especiais).

O barista também trabalha criando novas bebidas, tendo como ingrediente principal, o café, utilizando-se de licores, cremes, bebidas alcoólicas, leite, entre outros. Muitas vezes, é o responsável por criar o cardápio de cafés em restaurantes e lugares especializados. Para fazer um bom espresso(*), é preciso conhecer a matéria-prima: diferenciar os grãos, entender da torra e saber operar a máquina, adaptando-a ao café.

FORMAÇÃO

Para ser um barista é necessário que o profissional tenha realizado um curso de formação ou capacitação de baristas, que é oferecido por algumas instituições de ensino e por profissionais do ramo. O curso tem grade curricular ampla e visa uma formação completa. Algumas matérias que fazem parte da grade curricular do curso são: a história do café; regiões produtoras de café no mundo; cafés especiais; processo produtivo; torra, moagem e empacotamento; equipamentos; espressos; vaporização do leite; entre algumas outras, que também são de grande importância.

PRINCIPAIS ATIVIDADES

Estudar os diferentes tipos de café e sua história, escolher o tipo de café que trabalhará em cada ocasião. Em alguns casos, acompanhar, inclusive o plantio, a torra e a moagem dos grãos. Desenvolver receitas próprias, ou aprimorar as já existentes, de drinks e bebidas com base no precioso grão preparar e servir o café, sempre em busca da ‘xícara perfeita’.

ÁREAS DE ATUAÇÃO E ESPECIALIDADES

O barista trabalha em locais onde o café é servido, geralmente em cafeterias, casas de cafés, restaurantes, bares, hotéis, etc. A função desse profissional é produzir e servir a bebida, ou derivados dela, aos seus clientes, buscando sempre a sua satisfação. Esse profissional também pode trabalhar diretamente com a produção e processamento dos grãos, embora seja menos comum, buscando aplicar seus conhecimentos, em parceria com profissionais de outras áreas e assim, aprimorar a produção.


MERCADO DE TRABALHO

A profissão de barista ainda não é tão difundida no Brasil quanto no exterior, onde é mais divulgada e reconhecida. No entanto, existem muitos profissionais brasileiros que encontraram reconhecimento e conseguiram premiações em concursos nacionais e internacionais, além do terem conseguido o respeito dos consumidores e apreciadores do bom café. a profissão tende a crescer, uma vez que o café é uma bebida apreciada e muito consumida mundialmente.

E para falar um pouco dessa profissão, o jornal A VOZ DA CIDADE conversou com o barista, barra-mansense, Leonardo Neri Ferreira Gomes, o Léo Neri, que contou um pouco sua paixão pela bebida que encanta, não apenas pelo sabor, mas também pelo aroma que o grão moído, ou não exala. “Minha paixão pela bebida surgiu ainda na infância. Nos melhores momentos da manhã e da tarde. Onde meu avô me chamava para o café. Essa sensação nostálgica atinge a maioria das pessoas, mesmo elas não gostando do sabor do café, elas têm uma memória afetiva em relação ao aroma. Não conheço uma pessoa que não se encanta com o aroma do café” citou o barista.

Ele contou que, em 2011, após ser ‘apresentado’ aos grãos de café arábicos, decidiu se profissionalizar. “Existem vários meios de fazer, preparar um café. Eu o fazia de modo simples e de uma maneira mais prática. Foi quando um bom amigo me apresentou os grãos arábicos. Comecei a pesquisar sobre eles, e descobri um universo dessa extraordinária bebida. E, neste exato foi decidido que seria preciso experimentar e conhecer este universo. E no ano de 2011 tomei a decisão e corri atrás para me profissionalizar no ramo”, lembrou Léo Neri.

Ele comentou que teve que ir para São Paulo buscar o conhecimento especifico, e necessário, para exercer a profissão. “O curso foi feito em São Paulo SP, na Astoria, onde fiquei com eles desde a montagem das máquinas de café, a escolha dos grãos e a arte do barista. Junto em parceria com o café do centro, também em São Paulo, onde realizei a percepção de valores e sabores que durou quatro dias. A melhor parte do curso de barista é sem dúvida a arte, o poema em forma de xícara e claro as amizades que se formam em volta de uma xícara de um bom café”, comentou.

Falando de sua experiência profissional como barista, Léo Neri relatou que é uma grande satisfação. “Ser barista é proporcionar, ao amigo consumidor de café, uma experiência única e exclusiva. Trazendo a tona toda a sensibilidade do café, desde sua plantação, escolha dos grãos, torra e moagem” destacou, reforçando que tudo tem que ser feito com muito amor. “O principal, de ser barista, é o amor ao atendimento nesta área. É admirar o sorriso do cliente/amigo ao saborear a bebida com satisfação de uma boa escolha. Ser barista é transformar um simples momento de café com as melhores lembranças. O barista é o maestro da cafeteria”, citou o barista.

Conversamos também com Leonan Claro, de 30 anos, que tem formação técnica na área de telecomunicações, e exerce o ofício de barista. Ele contou ao A VOZ DA CIDADE que, até bem pouco tempo atrás, também atuava como fotógrafo, mas que, neste ano, decidiu se dedicar ainda mais a profissão que aprendeu diretamente com um barista. “Aprendi o ofício diretamente com o barista e um dos donos do ‘Literarte Café’, que infelizmente fechou as portas, o André Pires. Fui aprendiz dele e trabalhei nesse café durante dois anos”, contou Leonan revelando que pretende fazer alguns cursos. “Pretendo fazer alguns cursos no futuro, pra consolidar meu conhecimento na área e levar a cultura do café para mais pessoas” contou Leonan, afirmando que continua estudando por conta própria pesquisando muito na internet sobre o assunto. “Além estar sempre pesquisando e estudando sobre o assunto, quando estou fora do ambiente de trabalho, costumo fazer alguns experimentos e testes relacionados ao café” revelou.

Falando sobre seu gosto pela bebida, Leonan disse que nunca se interessou pelo café. Ele disse que o tomou, pela primeira vez, em um barbeiro que frequentava. “O irônico é que passei boa parte da minha infância na casa da minha avó materna, onde tinha café todos os dias, e nunca me interessei. Foi depois que fui morar com meu pai que o café finalmente me chamou a atenção. Fui beber café pela primeira vez num barbeiro que frequentava. Depois o interesse pelo café foi aumentando, mas eu não encontrava algo que pudesse me satisfazer nesse sentido. Até que em 2014 conheci o André do ‘Literarte Café’ e, ele percebendo meu interesse pela profissão, resolveu me ensinar o ofício de barista” comentou Leonan, que, e até no ano passado, conciliou as profissões de barista e fotógrafo. “Neste ano, por questões pessoais, resolvi dar mais prioridade à profissão de barista. Consegui fazer essa transição e hoje vivo quase que exclusivamente do café, e estou satisfeito com os resultados”, revelou Leonan Claro.

(*) O uso da palavra ‘espresso’ fora do âmbito do café é errado. Sendo apenas correta a palavra ‘expresso’, tanto para indicar um adjetivo, um substantivo ou uma forma verbal.

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