Hoje, dia 10, Barra do Piraí completa 128 anos. O nome da cidade é devido ao fato do Rio Piraí desaguar no Rio Paraíba do Sul, formando, no município a barra (a foz) do rio.
Durante o período colonial, a região onde se encontrava o município, ou seja, o Vale do Paraíba era uma imensa floresta habitada por índios das tribos Xumetos, Pitas e Araris, que foram chamados pelos portugueses de Coroados, devido à forma do seu cabelo. Essa herança deixada pelos índios ainda é vista nos dias de hoje, nos rios Paraíba e Piraí, no nome do distrito de Ipiabas, da Serra do Ipiranga e da Fazenda Ibitira.
Muito ouro de Minas Gerais e Goiás foi trazido para a região. A ligação entre o Rio de Janeiro e a região das minas era feita por meio de trilhas no meio da mata: as estradas do outro. Outras estradas menores foram abertas e algumas passavam próximas ao lugar onde está hoje Barra do Piraí e Valença. Esses caminhos serviam para passagem das tropas de mulas, que por serem animais muito resistentes, faziam o transporte do ouro e, posteriormente, da produção do café, que saia de nossas lavouras para o Rio de Janeiro, trazendo na volta produtos para os habitantes das minas.
As minas de ouro decaíram somente após a independência. Muitos mineiros e portugueses vieram se estabelecer nas margens do Rio Paraíba, começando assim a plantação do café. Nessa época que começaram a surgir fazendas de café que, para se formar, expulsaram os índios. Eles foram aldeados na então Conservatória do Rio Bonito (atual Conservatória do distrito de Valença). Daí por diante, várias cidades foram surgindo em torno da lavoura do café como Valença, Vassouras, Piraí, Barra do Piraí, entre outras.
O trabalho escravo era a mão de obra usada na produção cafeeira. Nas fazendas da região existiam grandes senzalas, que abrigavam escravos negros, de vários grupos étnicos vindos da África.
Com a construção dos ramais da estrada de ferro para São Paulo e Minas Gerais, diminuiu-se o movimento de exportação do café. Porém, Barra do Piraí continuou sendo um grande entroncamento ferroviário, onde os viajantes faziam baldeação e, muitas vezes, pernoitavam. Daí a existência de um Hotel da Estação, muito movimentado na época.
O café trouxe grande riqueza para as cidades do Vale do Paraíba, porém essa riqueza durou poucos anos. O Vale, a partir de 1830, entrou em decadência 40 anos depois. As grandes fazendas definharam e os fazendeiros empobreceram. Em 1888, quando foi abolida a escravidão, a maioria das fazendas já estava sendo entregue aos bancos aos quais os fazendeiros deviam muito dinheiro. Barra do Piraí, porém, não sofreu muito com a decadência do café, por ser um entroncamento ferroviário importante.
ELEVAÇÃO
Barra do Piraí foi elevada a município em 10 de março de 1890, tendo suas terras desmembradas dos municípios vizinhos. Da cidade de Valença, foi desmembrada a Vila de Sant’Ana, à margem esquerda do Paraíba. De Piraí, a próspera freguesia de Barra do Piraí, situada à margem direita do Paraíba. E de Vassouras, a Vila dos Mendes, que já possuía, nesta época, uma fábrica de papel (Cipec) e fábrica de fósforos, além de fazendas.
Quatro mil habitantes existiam na cidade em 1890. O município foi crescendo e tornou-se um centro comercial muito importante do Vale do Paraíba.
A criação de bovinos substituiu o plantio do café nas propriedades rurais. E, a partir de 1946, passou a ser realizada uma Exposição Agropecuária Sul Fluminense, reunindo produtores de muitos municípios e que, muitas vezes, foi inaugurada com a presença de Presidentes da República, que se hospedavam nas antigas propriedades de café.
Possui atualmente uma população estimada em quase 97 mil pessoas; uma área de 582,1 quilômetros quadrados; um comércio muito desenvolvido e variado; várias agências bancárias; indústrias grandes, médias e pequenas.
A cidade conta com seis distritos: Barra do Piraí (sede), Ipiabas, Vargem Alegre, Dorândia, São José do Turvo, Califórnia da Barra.