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Santa Casa, uma instituição que há 158 anos salva vidas em Barra Mansa

Por Andre
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ANDRÉ MATHEUS
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A história da Santa Casa teve início 1859, quando o então Barão de Guapi, eleito festeiro do Divino, realizou um evento que fez história na cidade de Barra Mansa. No dia 6 de setembro daquele ano, o Barão junto aos seus companheiros decidiu dar um nobre destino à renda da festa, e criou a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa. E assim foi lançada a semente da Santa Casa, que logo germinou.

No entanto, desde aquela época, diversas causas ocasionais concorreram para retardar a edificação do hospital, como a “praga do café”, que gerou uma enorme crise na região, uma vez que a cidade contava com várias propriedades produtoras do grão, e ainda a Guerra do Paraguai, que aconteceu de dezembro de 1864 a março de 1870.

Foi então que em 1866, o médico Dr. Manoel do Rego Macedo tomou para si a tarefa de levar a cabo o empreendimento, que seria a construção do hospital. Para esse fim promoveu uma subscrição pública na qual tinha lugar para os ricos e para os pobres; organizou quermesses e solicitou do governo e dos consignatários das barcas os favores de transporte de que podiam dispor. Conseguiu levantar a soma próxima de 20 contos de réis, que utilizou para comprar do Comendador João Thomaz, o prédio em que foi instalada a Santa Casa e ainda se localiza até os dias atuais.

Legalizado o título de compra, a Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa foi inaugurada no dia 2 de Julho de 1867 sobre o nome de Santa Casa e os Auspícios de Santa Isabel, o Hospital.

Margeada pela Rodovia Presidente Dutra, principal acesso entre Rio de Janeiro e São Paulo, a Santa Casa recebe inúmeros pacientes oriundos dos acidentes ocorridos nesta rodovia.

São 158 anos de luta desta instituição filantrópica que atende todo Sul Fluminense, sendo uma das entidades que mais emprega no município. A estrutura hospitalar tem 192 leitos de internação clínica e cirúrgica; 19 leitos de UTI para média e alta complexidade.

CRISE?

Há cerca de dois anos as Santas Casas de todo o país passaram a apresentar grandes dificuldades financeiras por conta da crise que ainda assola o país. No entanto, a Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa, ao invés de simplesmente se acomodar, preferiu buscar apoio e recursos para continuar a prestar os mesmos serviços à população, e ainda, apesar da crise, melhorar o atendimento e sua infraestrutura. Afinal, embora seja uma entidade filantrópica, a Santa Casa é o único hospital da cidade que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, inicialmente, foi desenvolvido um plano de ação para modernizar a entidade, inclusive acrescentando o serviço de comunicação, a fim de estar mais próxima do paciente e da população. O início desse processo começou com o ex-provedor Rafael Teixeira, e quando Jair Fusco assumiu a provedoria no dia 2 de julho de 2015, deu continuidade. No entanto, os antecessores de Rafael Teixeira, também deixaram as suas contribuições. Hoje, a Santa Casa, que tem como provedor, Getúlio José Pereira, conta uma mídia social ativa e um bom relacionamento com seus colaboradores e cidadãos barra-mansenses. Após o início da modernização do hospital e conseguir mostrar as significativas mudanças, inclusive aos empresários da cidade, que passaram a ver o hospital com outros olhos, muitos deles passaram a colaborar de maneira bastante significativa para as melhorias que foram feitas e ainda estão sendo realizadas.

Um grande exemplo dessa ajuda, foi a realização, em 2016, de um leilão de gado, promovido pela Associação de Fazendeiros da Região, que doou para a Santa Casa e para a Apae-BM todo o valor arrecadado com a venda do gado. Com o valor doado, a provedoria da Santa Casa realizou importantes obras. As enfermarias e banheiros foram reformados, posto de enfermagem, sala de utilidades, DML (setor de distribuição de resíduos), armário novos para rouparia, portas revestidas em fórmica com perfil metálico para maior proteção e durabilidade, cortinas em PVC mais higiênicas, que oferecem maior proteção contra infecção, são mais resistentes e com o ambiente climatizado.

Atualmente, a Santa Casa de Barra Mansa realiza mais de 80% dos atendimentos pelo SUS, sendo que a obrigatoriedade para hospitais filantrópicos é de 60%.

DANDO MÉRITO


Ao falar sobre as melhorias, o atual provedor Getúlio José Pereira, disse que isso não é mérito apenas da atual gestão. “Temos que reconhecer que, nos últimos 20 anos, todos os provedores que por aqui passaram deixaram sua contribuição. O que estamos realizando hoje foi iniciado há algum tempo, todos nós temos ciência dessa contribuição. Vale destacar que assim como nós, que hoje aqui estamos à frente da Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa, todos somos voluntários, nenhum membro nomeado da provedoria recebe qualquer tipo de ajuda financeira da entidade. É preciso deixar isso muito claro para a população”, afirmou o provedor.

O tesoureiro Vivaldo Moreira Ramos, resumidamente, falou sobre as contas da entidade. Ele destacou que apesar de ainda possuir dívidas, a Santa Casa está com crédito na praça. “Temos todas as certidões negativas, e, além disso, a Santa Casa de Barra Mansa está com crédito na praça. Não devemos a nenhum fornecedor. Todos os funcionários estão com seus salários em dia. Não falta medicamento na nossa farmácia”, destacou Vivaldo acrescentando que apesar de todas as melhorias, muitas coisas ainda precisam ser feitas. “A melhoria tem que ser constante. A demanda da saúde cresce a cada dia, e infelizmente, nenhuma instituição consegue acompanhar essa demanda com a mesma velocidade, mas acredito que nós, que hoje aqui estamos, estamos fazendo a nossa parte e buscando humanizar ainda mais o atendimento aos pacientes e também aos seus acompanhantes, pois sabemos que ninguém vem a um hospital a passeio, quando vem é porque necessita e tem que haver um bom atendimento”, frisou Vivaldo.

LAVANDERIA

A lavanderia faz parte do setor de hotelaria hospitalar e segue à risca os padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e é importante no controle de infecções, na recuperação, conforto e segurança do paciente, na segurança e conforto da equipe de trabalho, no controle de tempo e material, bem como, na redução dos custos operacionais no período de janeiro a dezembro do ano passado lavou e passou mais de 280 toneladas de roupas (lençóis, fronhas, cobertores, traçados – peças para proteger o lençol, conjuntos do Centro Cirúrgico, entre outros). Alcançar esse número expressivo e importante, só foi possível graças a chegada de três novas lavadoras extratoras, três secadoras e de uma calandra (que passa a roupa), isso aliado aos 15 funcionários operam no setor.

De acordo com o chefe da lavanderia, Ernani Félix, que era auxiliar de enfermagem e agora se declara apaixonado pela nova função, o setor opera com total segurança. “A verdade é que a gente em casa não lava direito a roupa. Aprendi isso aqui. Com a reestruturação do setor, proporcionamos muito mais segurança e agilidade no processo da lavagem”, revelou Ernani, comemorando dividindo o mérito dos números alcançados com toda a equipe da lavanderia. “É uma engrenagem, cada fazendo a sua parte conseguimos alcançar esse expressivo número de roupas lavadas e garantir mais higiene e segurança para todos os pacientes e também nós, os funcionários”, comentou.

CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS

A Organização de Procura de Órgãos Barra Mansa (OPO), que funciona na Santa Casa, foi inaugurada em 2015. Até o fim de 2017, a organização contabilizou números expressivos. Foram notificadas 311 mortes encefálicas (morte cerebral); 70 doações efetivadas; captados 296 órgãos.

ONCOBARRA

Contando com equipamentos de última geração, os mesmos usados nos principais hospitais do país, estando à disposição para a população da região a unidade foi inaugurada no ano de 2016, oferece tratamento contra o câncer. Entre as especialidades oferecidas estão atendimento de mastologia; urooncologia; ginecologia oncologia; cirurgia de cabeça e pescoço; cancerologia cirúrgica; cancerologia clínica; radioterapia (convencional, conformada ou tridimensional e radiocirurgia); braquiterapia (de alta taxa de dose 2D e 3D); enfermagem oncológica; farmácia oncológica; psicooncologia; fonooncologia; fisioncologia e nutrição.

Você Sabia?

  • Que a Santa Casa de Barra Mansa não é um hospital público e sim uma instituição privada e filantrópica e que seu sustento vem exclusivamente dos atendimentos que presta?

 

  • Estes cidadãos barra-mansense, Joaquim Leite, Major José Bento, José Pinto Ribeiro, José Carlos Guimarães Cotia; Mário Pinto dos Reis, Orlando Brandão e Moises Braga Lima, que denominam logradouros importantes da cidade foram todos provedores da Santa Casa de Barra Mansa?
  • Que a unidade, é o segundo maior empregador privado de Barra Mansa com mais de 1.150 postos de trabalho?

 

  • A Santa Casa de Barra Mansa no ano de 2017, atendendo ao SUS, convênios e particulares, registrou 95.482 consultas; no pronto socorro, 64.808 atendimentos; internou 11.557 pessoas; realizou 6.227 cirurgias; mais de 140 mil exames laboratoriais?

 

  • Que a Santa Casa de Barra Mansa, através do Centro de Saúde Auditiva, que funciona anexo ao prédio da Apae, no bairro Estamparia, já distribuiu, desde 2006, mais de 11 mil próteses auditivas e que é referência de atendimento para 25 municípios do Estado do Rio?

Para mais informações sobre o funcionamento da Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa, fazer algum tipo de reclamação ou elogio, e também aos interessados em contribuírem com a entidade, podem entrar em contato através do telefone (24) 3325-8300, pelo email: [email protected] ou ainda visitando o site: http://www.scbm.org.br/contato.

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1 Comentário

Fernando 22 de janeiro de 2018, 14:03 - 14:03

E poderia ser muito melhor ainda se não houvessem ‘certas heterodoxias administrativas’ em favor de lobbies médico, lá dentro, que drenam recursos valiosos a instituição…

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