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Produtos Financeiros X Investimentos

Por Franciele Aleixo

 

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Ao longo da minha vida profissional escutei diversas estratégias, das mais diferentes possíveis para se conquistar o que planeja. Gente investindo no mercado financeiro, em gado, em imóveis, em uma nova carreira e até em figurinhas da copa. Também vi pessoas comprando alguns produtos financeiros, achando que era um investimento rentável, mas quando colocava o retorno na ponta do lápis, a conta não fechava muito bem. O que deveria fazer crescer o patrimônio, acaba estagnando aquela reserva ou até mesmo causando perda de dinheiro.

Qualquer coisa pode ser considerada um investimento para muita gente, até mesmo um perfume para o primeiro encontro em busca de um retorno que é causar boa impressão. Mas os investimentos no mercado financeiro devem obedecer à algumas regras. Eles são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), devem ser ofertados mediante o perfil de tolerância a risco de cada investidor e, a intenção de todos eles deve ser gerar retorno financeiro.

Existem alguns produtos que parecem com investimentos, são oferecidos em banco e corretoras, mas que na verdade não são, como os títulos de capitalização por exemplo. Eles se assemelham a uma loteria, você paga por um tempo determinado, normalmente de cinco anos, no decorrer desse tempo concorre a sorteios e, se no final não for contemplado, recebe o valor de volta com a correção da TR. Muita gente confunde com a correção da Caderneta de Poupança, a diferença é que na poupança, além da TR, é somado 70% da SELIC. Outro detalhe é que quando a taxa de juros fica tão baixa como está agora, a TR é igual a zero, ou seja, o título de capitalização fica sem correção, e se for resgatado antes do prazo, você pode perder até 50% do valor que aplicou. Para quem é indicado este produto? Para as pessoas que gastam mais do que devem em apostas. Se seu palpite não for certeiro, pelo menos tem o dinheiro de volta.


Outra modalidade que também não é um investimento é o consórcio. Nele você antecipa o pagamento por um bem que ainda não tem e paga uma taxa de administração por isso, essa taxa gira em torno de 14%. Algumas pessoas comparam com um financiamento e julgam o preço que se paga mais barato, mas no financiamento você já está usufruindo do bem. Se todas as parcelas que seriam pagas fossem aplicadas no Tesouro SELIC, o resultado seria bem maior do que o valor da carta de crédito. Para quem é indicado? Para as pessoas que não conseguem manter uma disciplina na hora de poupar, e precisam de uma “parcela” para conquistar o que deseja.

Não há nada de errado em decidir colocar seu dinheiro no que não é um investimento, desde que você saiba o retorno ou a falta dele que terá. Para isso não acontecer, tenha um objetivo claro e não terceirize a administração do seu montante. Pesquise antes de investir!

 

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