Produtores de leite de Valença sofrem com quedas no abastecimento de energia

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VALENÇA

As constantes quedas no abastecimento de energia no distrito Santa Isabel do Rio Preto, em Valença, têm provocado transtornos e prejuízos aos produtores de leite da localidade que, até a manhã desta quinta-feira, 16, ainda estavam sem o serviço, que foi interrompido na tarde de quarta-feira, 15, após as chuvas. Conforme relatam, os principais problemas estão relacionados aos tanques de leite, que não conseguem manter o leite refrigerado, colocando em risco a perda de produção e também de maquinários, devido a instabilidade da energia elétrica.

Conforme disse o produtor Marcus Paulo Abranches, ao jornal A Voz da Cidade, ao longo de todo o ano o distrito vem sofrendo com as quedas na energia, que segundo ele, ocorre mesmo em dia de sol, sem registro de chuvas ou ventos. Segundo Abranches, o sistema de energia na região estaria precisando de reparos e manutenção por parte da Light.

“Desta vez o problema está relacionado à chuva, mas aqui, falta luz até em dia de sol. É um problema sério porque, por exemplo, a energia caiu na quarta-feira, 15, por volta das 15 horas e voltou por volta das 21 horas, mas só com uma fase, o que não é suficiente para manter as máquinas como os tanques, a ordenha de tirar leite e a picadeira de capim, para alimentar o pasto, entre outros aparelhos, funcionando. Passamos a quinta-feira, 16, toda com instabilidade, ainda correndo o risco de danificar”, reclamou o produtor, ao recordar que por conta da queda de energia, ele já perdeu dois mil litros de leite, avaliados em cerca de R$ 6 mil.

Entre outros transtornos, ele cita a interrupção da internet, perda de alimentos dos produtores e de vacinas e da medicação dos animais que precisam de refrigeração. Além disso, embora exista a possibilidade de acionar o gerador, Abranches explica que o custo para uso do equipamento é alto, por conta do combustível, e que nem todos os produtores possuem.

“O pequeno produtor, principalmente o de agricultura familiar, nem tem gerador. A solução para nossos problemas não deve ser essa, mas sim que a Light faça a manutenção devida, com ações preventivas. Nós fazemos contato todos os dias, geramos protocolos, alguns funcionários até têm a boa vontade, mas a empresa precisa dar uma atenção e fazer manutenção porque somos muito prejudicados. Se o leite azeda no tanque, porque ele não está refrigerando, o fabricante não leva e o prejuízo é nosso”, disse o produtor, ao acrescentar que mais de 100 produtores locais vêm enfrentando esses transtornos.

REDE ANTIGA

Há quase 30 anos atuando como produtor rural, em uma propriedade localizada na Estrada das Palmeiras, Igor Daniel Ferreira é outro que também se queixa da falta de manutenção na rede elétrica do local, que segundo ela é a mesma desde que ele foi para lá. De acordo com Ferreira, a informação que os produtores tiveram é de que a linha que está atendendo a localidade não tem capacidade suficiente. “A rede é muito antiga e precisa urgente de manutenção porque às vezes nem está ventando e já falta luz. Ontem, 16, ficamos o dia todo com problemas no abastecimento de energia e isso nos prejudica demais. O meu gerador, por exemplo, não comporta e acaba estragando e precisando de manutenção. O tanque de leite e o refrigerador, com o vai e volta da luz, também precisam de manutenção porque a instabilidade queima alguns componentes. Eu já perdi 900 litros e, agora, outros 480”, lamentou o produtor.

O produtor  Giovanni Batista Duque da Fonseca, que atua na produção de leite há 40 anos, também associa o problema de abastecimento às más condições da rede elétrica. Ele, que produz uma média de seis a sete mil litros por mês, conta que por conta da instabilidade no dia de ontem,16, sua produção ficou prejudicada.  “Quarta-feira acabou a energia e voltou bem tarde da noite com uma fase só, que não dá pra ligar o tanque de leite. Levamos para o vizinho aí o tanque dele também parou de funcionar e tivemos que  buscar em várias viagens. É muito constante a falta de energia e nem sempre conseguimos salvar a produção. É desgastante e fica difícil transportar quando não é dia do caminhão buscar”,  disse o produtor.

O jornal A Voz da Cidade entrou em contato com a assessoria de comunicação da Light, no entanto, até o momento, não teve retorno.

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