BARRA MANSA
O presidente do Grupo Motoboys Barra Mansa, Paulo Ricardo de Souza Santos, com apoio dos cerca de 350 profissionais do município, se mobilizou para entregar nos principais condomínios da cidade, nesta semana, uma cópia da Lei Municipal nº 75/2023, que proíbe que seja exigida dessa categoria a entrada em área comum ou particular e que determina que, em condomínios verticais ou horizontais os pedidos deverão ser entregues nas portarias, o que também se estende para prédios residências e comerciais.
A lei, que já está em vigor, é de autoria do presidente da Câmara, vereador Paulo Sandro, e é voltada para entregas de encomendas por parte de motoboys e motogirls que exerçam a atividade em regime de CLT ou autônoma. Também consta na lei, que os profissionais que fazem entrega ficam desobrigados a subirem em servidões, devendo os consumidores receberem as entregas na entrada desses locais.
De acordo com Santos, ele teve a iniciativa de solicitar que os próprios motoboys o indicassem os locais onde gostariam que a lei fosse informada, com base nas dificuldades que enfrentam no dia a dia. Em único dia ele visitou 13 condomínios e três estabelecimentos e, conforme disse, os campeões de pedidos foram o edifício Pio XII, no Centro, e Morada do Sol, na Colônia Santo Antônio. “São condomínios grandes e que dificultam a entrega por parte dos motoboys, nos apartamentos. O Pio XII porque o elevador é muito distante da entrada do prédio e o Morada do Sol porque são muitos blocos. Essa lei veio para nos beneficiar porque acaba que a gente perde muito tempo, às vezes não consegue um lugar seguro para estacionar e a moto ainda fica sujeita a roubo”, disse o presidente do grupo.
Conforme destaca Santos, alguns empresários e proprietários de estabelecimentos para os quais os motoboys prestam serviços já estão colaborando e informando sobre as leis em próprias redes sociais. No entanto, ainda há resistência por parte daqueles que acham que podem ser prejudicados com a determinação.
“Algumas pessoas acham que vão perder clientes por causa disso, mas elas precisam entender o lado dos entregadores, que às vezes sobem vários andares com peso nas costas e ainda são maltratados por motivo de demora ou outro imprevisto. E além disso, ainda tem o risco dos constrangimentos. Eu já fui recebido para a entrega por um homem nu e outra vez por um que estava só de cueca. Antes da pandemia eram apenas três motogirls fazendo entregas em Barra Mansa e hoje são quase 20. Imagina elas passando por isso?”, questionou Santos.
Profissionais comemoram as novas medidas
O motoboy Gustavo de Paula Santos, de 24 anos, trabalha com entregas em Barra Mansa e comemora a aprovação da lei que, segundo ele, era um grande sonho dos profissionais que atuam nesta área em toda a região. “Nenhum motoboy gosta de subir no apartamento por dois motivos. Um deles é a questão da segurança com a moto, que acaba ficando exposta a roubo durante as entregas e também pelo fato de muitos prédios não terem elevadores. Gostei muito da lei. Com certeza vai favorecer muita gente que trabalha nesse ramo”, salientou.
Desde janeiro trabalhando como motogirl, a autônoma Priscila de Carvalho Alvarenga, de 37 anos, também disse que a lei favorece por diminuir o risco de roubo, mas também em outros aspectos como evitar problemas de saúde, devido ao peso, e até mesmo no faturamento. “É importante ressaltar que, até mesmo na chuva nós estamos trabalhando para atender os clientes, só que ninguém faz ideia de uma bag nas costas, com três ou quatro pizzas, mais refrigerante,,o peso que não é e como isso nos causa dores. Sem falar que nós ganhamos por entrega, então quanto mais demoro num determinado endereço, menos eu deixo de entregar e lucrar. Essa lei é muito importante e nos livra até das chantagens dos clientes, pois eu mesma já ouvi diversas vezes que por eu não subir no apartamento eles vão parar de comprar no estabelecimento”, pontuou a motogirl.
