Quando eu era criança ficava fascinada com os filmes que mostravam a gritaria dos antigos pregões da bolsa de valores, queria entender como os berros de ‘compro’ e ‘vendo’ faziam uma pessoa enriquecer. Hoje em dia os pregões são eletrônicos, dá para comprar e vender as ações pela internet, ninguém precisa mais gritar, mas continua tão fascinante quanto antes.
No momento que alguém pensa em se tornar um investidor, a primeira coisa que passa pelo imaginário é a bolsa de valores. Todo mundo quer descobrir a fórmula mágica de transformar R$ 1.000,00 em R$ 1.000.000,00 em pouco tempo, mas na hora de pegar a sua reserva e aplicar em algo que oferece um risco de oscilação, a aversão a perda faz muita gente desistir. Reuni algumas informações para ajudar a quem quer iniciar seus investimentos em renda variável, a se livrar dos medos e começar com o pé direito.
Primeira coisa e separar o dinheiro que vai para o mercado acionário, este não pode ser sua reserva de emergência. Caso um imprevisto aconteça, você pode ser obrigado a realizar um prejuízo se as ações estiverem sofrendo uma desvalorização pontual. Na faculdade eu tinha um professor que dizia que o dinheiro da cesta básica deveria ficar na renda fixa, e o dinheiro da pinga na renda variável.
Com a reserva de emergência acumulada, o próximo passo é se cadastrar em uma corretora, pode ser a do seu próprio banco ou uma corretora independente, o importante é se atentar aos custos cobrados para viabilizar sua operação, se for muito alto, pode consumir parte significativa dos seus rendimentos. Para se ter ações em carteira, é preciso arcar com os custos de corretagem para dar as ordens de compra e venda, e de custódia para guardar as suas ações. Antes de eleger a instituição que vai te ter como cliente, compare os preços destas taxas e escolha a menor.
Depois destes passos, é hora da missão mais difícil, escolher os papeis. Obter retorno no mercado acionário, não é fácil, exige acompanhamento e estudo. O mercado não é um jogo de apostas, não se deve tomar decisões baseadas somente na intuição. Na hora de escolher um papel, pesquise sobre a empresa, se ela anda com as contas em dia, se o preço atual está abaixo do histórico, se tem expectativa de lucro e o que os outros investidores andam falando sobre ela. Investir tudo em um único papel pode trazer uma exposição ao risco muito maior, o ideal é ter uma carteira diversificada. Para quem está começando indico os ETFs (Exchange Traded Funds) que são fundos negociados em bolsa, que replicam o desempenho de determinados índices. Quando um investidor adquire uma cota de um ETF, é como se ele estivesse comprando todas as ações da carteira usada como referência, como por exemplo, o BOVA11 que replica o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na bolsa de valores, o índice IBOVESPA.
Para quem acha que a renda fixa não anda colaborando muito com o crescimento da sua reserva, já pode usar estas informações para dar o primeiro passo rumo ao crescimento mais expressivo da sua reserva.