Hoje em dia você vai a uma loja e repara que os preços estão mais altos que antigamente, leva a família pra almoçar fora e a conta anda vindo mais salgada do que há anos atrás, ou a maneira mais explícita de estar em contato com a alta dos preços: uma visitinha ao supermercado. Mais que praga é essa que faz as coisas ficarem mais caras e o nosso dinheiro mais curto? Ela se chama inflação. Se você é uma pessoa que escuta no jornal que a inflação subiu ou desceu e não dá a mínima, ou não faz ideia de quanto é aproximadamente, está na hora de mudar, aliás é urgente, porque ela tem um efeito enorme sobre a nossa vida.
Pra começar, vamos entender o que é. A inflação é uma alta generalizada dos preços, é uma cadeia de aumentos. Temos um exemplo bem claro que foi o efeito da greve dos caminhoneiros em maio do ano passado, pela falta de abastecimento, muitos itens essenciais para o nosso dia-a-dia sofreram escassez, e quando a procura é maior que a oferta, compra quem pode dar mais. Tudo subiu de preço absurdamente, mas o que mais sentimos foi a gasolina. Sem combustível os bens de consumo não chegam ao seu destino, se este ficou mais caro, a entrega também ficou mais elevada, e por consequência, o preço final do produto acompanhou o que se foi gasto para que o vendedor não ficasse no prejuízo. O resultado foi uma inflação registrada em junho de 2018 de 1,26%, a título de comparação, em abril, antes da greve, a alta registrada foi de 0,22%.
O governo tem uma medida oficial de inflação, se chama Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), é calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado uma vez por mês. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a cada quarenta e cinco dias com a missão de controlar o IPCA e mantê-lo dentro da meta, que este ano é de 4,25%, para isso ele usa a nossa famosa taxa básica de juros, também conhecida como taxa SELIC. Se a inflação está alta, aumenta a SELIC, se a inflação está baixa, reduz a SELIC e assim não deixa o IPCA se descontrolar, porque se isto acontecer, começamos a viver realidade que acontece hoje na Venezuela.
Na coluna da semana passada vimos como o dinheiro produzido por um país representa sua riqueza. Se uma nota de R$ 100 representa uma certa quantidade de riqueza e de repente o governo começa a produzir notas sem aumentar suas reservas, a mesma quantidade de riqueza será representada por um número maior de notas, como ninguém quer ficar na desvantagem, os preços sobem gerando inflação. Com esse tipo de mecanismo falho, tivemos a infeliz oportunidade de ver a Venezuela registrando uma inflação de 1.698.844,2% em 2018. É como para comprar algo que no início do ano custava R$ 1,00, agora você precisa de mais de um milhão e meio de reais.
A coluna de hoje convida a você que ainda guarda dinheiro em casa, achando que o banco vai “comer” ou “roubar” o que juntou a refletir. Além dos riscos de acidentes, como incêndio, alagamento, traças, etc, cada dia que se passa é poder de compra que se perde. Se a inflação ficar dentro da meta esse ano, é como seus R$ 10.000,00 virassem R$ 9.575,00. Levar seu dinheiro para o banco e deixar parado em conta corrente também não adianta muita coisa, é preciso avaliar um investimento dentro do seu perfil para fazer sua reserva parar de ser consumida pela inflação e começar a crescer.