VOLTA REDONDA
O reajuste no preço do gás de cozinha é mais um dos abusos constantes contra a população. Segundo os usuários, nem bem se acostumaram com o aumento de R$ 55 para R$ 65 e agora são surpreendidos com o novo valor do botijão de gás que varia, na maioria das revendedoras, entre R$ 75 e R$ 80. Foi constatado também que tem estabelecimentos comercializando o produto a R$ 90.
A autônoma Maria Helena Oliveira, de 56 anos, é uma das que achou o preço do gás de cozinha um absurdo. Lembrou que a onda de reajustes no preço do produto parece não ter fim. Ela lembrou que, a exemplo do que aconteceu em 2015, quando foi visto recordes de altas em produtos com preços tabelados pelo governo, como o gás de cozinha, em 2018, pelo jeito parece continuar causando preocupações aos consumidores. Em Volta Redonda, de acordo os consumidores, os vendedores estão reajustando o preço em menos de cinco meses. “É um absurdo. Enquanto muitas pessoas continuam com o mesmo salário há anos, e até desempregados, os preços das coisas são aumentados absurdamente”, criticou.
Segundo o pedreiro Ângelo Máximo Novaes, 45 anos, sempre que é anunciado o aumento para as revendedoras, a população reclama. “Reclamamos com razão, pois não tem como pagar R$ 10 ou até R$20 a mais em um produto que usamos sempre, enquanto o salário parece congelado para aqueles que ainda estão empregados. “Além disso, o desemprego continua em alta. Não sei o que esses políticos e empresários estão pensando da vida. Acho que querem mesmo é acabar com os preços. Matar nós todos. Quando um aumento desse é anunciado, somos obrigados a calcular cortes para manter o orçamento”, relatou Ângelo.
A professora Aline Rodrigues, 41 anos, é outra que está insatisfeita com o aumento no preço do gás. Segundo ela, o produto é indispensável, em qualquer cozinha, por isso esses aumentos abusivos. “Como pode um botijão de gás com 13 quilos custar, em média, R$75, com o novo ajuste? Esse aumento corresponde a 2,2% para o bolso do consumidor. É um valor muito grande que já está pesando bastante no bolso das famílias trabalhadoras”, reclamou.
Não só quem compra o gás para a residência está se queixando e insatisfeito com o novo aumento, mas principalmente quem trabalha vendendo comida. A cozinheira Zélia Maria Delgado, 45 anos, que começou recentemente vender marmitex no bairro Retiro, disse que teme pelas consequências do ajuste. “sabemos que toda vez que tem um aumento no preço do gás isso é repassado aos clientes. Isso pode afastar a freguesia, mas não tem como não repassar”, declarou.
Outro responsável por venda de comida, que preferiu não se identificar, ressaltou que, para tentar não levar tanto prejuízo, a solução é usar truques caseiros para economizar gás. Disse que, alimentos que precisam de mais tempo no fogo, ele pré-cozinha no carvão. Além disso, disse que, ter cuidado com o vento e não deixa fugir gás, são outras dicas.
Vale lembrar que, em algumas distribuidoras de Volta Redonda o preço foi reajustado assim que foi anunciado nacionalmente, mas em outras o reajuste só passou a valer dias depois. Como em um estabelecimento no bairro Retiro, onde o consumidor pode encontrar botijões a R$75 para entrega e R$59,90 se buscar no local.