BARRA MANSA
Parentes, colegas de trabalho, de atividades de lazer em comum… Hoje existem vários grupos virtuais que reúnem integrantes de um mesmo clã. Os intuitos, assim como os perfis, são diversos, mas a finalidade sempre é o bem comum. Pensando nisso, aliado à segurança pública, moradores de Barra Mansa criaram grupos no aplicativo WhatsApp para monitorarem o condomínio onde moram e/ou rua; com a finalidade de se ajudarem caso haja alguma situação que os coloque em perigo.
Quem aderiu a pratica foi a fisioterapeuta Fabiana Gonçalves de Freitas, de 31 anos; moradora do bairro Colônia Santo Antônio. “Tive a ideia de reunir os moradores do condomínio onde moro após ocorrer um furto à residência em nossa rua. Comentei com uma vizinha de porta e a gente criou o grupo com o nome do nosso residencial, localizado na Estrada Governador Chagas Freitas. A partir daí, fomos adicionando os demais moradores. Hoje, os 16 apartamentos estão representados”, disse a fisioterapeuta.
Fabiana mencionou ainda, que além do alerta, caso necessário, a medida que adotaram melhorou também o relacionamento entre os moradores. “Antes de nos unirmos, ainda que virtualmente, tinha moradores com os quais apenas cumprimentava. Hoje, já fazem parte do meu círculo de amizades. Acho que o que nos une é o bem querer e isso ficou bem claro quando nos associamos para nos protegermos; estreitamos os laços e isso foi muito bom para todos”, alegra-se.
A medida, antes praticada apenas durante as férias e hoje rotina de muitas famílias, também foi aderida pelo diagramador Fernando Gonçalves, de 23 anos. Ele, que mora na Rua Michel Wardini, no Centro, disse que teve a ideia de criar o grupo ‘Moradores em Alerta’ após ver uma reportagem sobre pessoas que criavam grupos visando segurança.
“Li sobre quais regras eram adotadas por esses grupos e criei um no WhatsApp. Adicionei primeiro amigos próximos, depois os demais moradores. Hoje, são 46 participantes em pouco mais de um ano de criação (9 de setembro de 2016). Adicionei primeiro os homens até mesmo para explicar o intuito do grupo e explicar que as mulheres precisavam de uma atenção especial. A rua geralmente não é violenta, mas estavam ocorrendo assaltos no local. Então, com a contribuição e monitoramento de todos é possível evitarmos determinadas situações. Quando alguém vê alguma coisa diferente, avisa no grupo. Quando há uma mulher para subir à rua (que tem um trecho sem residências), fica mais seguro. Nos falamos todos os dias, não apenas sobre segurança, mas também sobre como melhorarmos a relação entre a vizinhança, evitando barulhos pela madrugada, avisando sobre falta d’água, entre outros. Esse é o único grupo que participo que não é silenciado”, destacou Fernando, acrescendo que,através do grupo acredita que será possível os residentes se unirem para reivindicar melhorias junto ao poder público, como limpeza urbana e reparos estruturais.
AÇÕES
O comandante da Guarda Municipal de Barra Mansa, Joel Valcir Pereira, que inclusive participa do grupo ‘Moradores em Alerta’, destaca que a Lei federal 13022/2014 – estatuto das guardas municipais – faculta a atuação na segurança pública. “A GM ainda não está restringida ao patrimônio público e trânsito, mas também ao meio ambiente, saúde, segurança pública; todas as áreas. Sabemos que é um dever do estado proporcionar a segurança publica ao cidadão, mas não consegue dar essa segurança. Vemos nosso estado com deficiência para garantir isso. Então, os grupos visam buscar essa segurança”, explica o comandante.
Ele também destacou a aproximação entre pessoas que residem próximo umas as outras. “As pessoas estão se falando mais. Antes, vizinhos que não conversavam, nem davam bom dia, hoje tem essa necessidade; de informar, alertar. É sempre bom ter algum integrante relacionado com órgãos de segurança pública para acionar rapidamente as autoridades, caso haja necessidade”, pontuou Valcir.
O comandante da GMBM concluiu dizendo que os grupos sociais contribuem com a ação das autoridades. “Ajudam muito; são grandes parceiros na caminhada da segurança pública. São os que pontuam demandas; problemas a serem solucionados”, concluiu.