Barra Mansa é contagiada por ações da Fundação Cultura

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Partir das expressões populares e não moldá-las em padrões impositivos é o que pratica a Fundação Cultura de Barra Mansa, que tem como superintendente o jovem Marcelo Bravo. Com o currículo extenso e energia necessária, junto com seus colegas de trabalho ajuda a revelar a identidade local com numerosas ações, que nunca foram tão constantes como agora aos barra-mansenses. Entre elas a retomada das atividades no Ponto de Ação Cultural (PAC), abandonado há dez anos; e o Afro Saberes, que tem o objetivo de difundir a cultura afro através da ampliação da voz e do conhecimento sobre a cultura negra no município.

“Desenvolver atividades em relação à diversidade e acessibilidade (gratuidade) é pauta protagonista da Fundação Cultura. Apesar de ser o óbvio, isso nunca aconteceu aqui em Barra Mansa. O que fazemos é algo inovador, pois não havia diretrizes fortes, sistematizadas. Quando vimos o desenvolvimento da cultura afro, movimentos da cultura negra, professora Fátima (vice-prefeita) implementando a Secretaria da Igualdade Racial e o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, vimos um potencial a ser desenvolvido”, destacou Bravo.

A Fundação conta com o apoio da Secretaria liderada pela vice-prefeita para realizar várias atividades, como o Afro Saberes e suas variáveis. A primeira edição do evento foi feita na Estação das Artes, com palestras, food trucks, atividades culturais, exposição de moda, turbantes, bonecas. Após dois – três meses de projeto, voltado para o jovem e empreendedores, novos públicos foram abordados. No mês de maio, a atividade foi voltada para as mulheres e hoje, crianças de até 12 anos participam quinzenalmente do Afro Saberes Erê.

“A Fundação contribui na Educação, pois ajuda a por em prática a Lei 1.126, que determina o ensino da cultura afro nas escolas. As unidades de ensino participam do projeto (Afro Saberes Erê) que promove contação de histórias africanas, capoeira, oficinas de turbantes. As crianças de até 12 anos têm contato direto com o dialeto, canções e estética características. As atividades acontecem no coreto do Parque Centenário (Jardim das Preguiças), no Corredor Cultural e no Palácio Barão de Guapi”, acrescenta Marcelo.

SUCESSO DO AFRO SABERES

A atividade atrai escolas e educadores de outras cidades, como pessoas do quilombo de Quatis e universitários de Mesquita – cidade da região metropolitana do Rio. “No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho, fizemos uma edição Afro Saberes Mulheres, com palestras da Prof. Fátima e outras atividades; que foram impactantes. A atividade conta com a participação de todos; do negro como protagonista, sem vitimismo – isso não se diz, não se trabalha a cultura por esse caminho. Ao invés da Cultura de cima pra baixo, trabalhamos de baixo pra cima. O estado não diz o que é Cultura. Procuramos entender quais expressões temos e a fomentamos; subsidiamos”, destacou o superintendente da Fundação de Cultura de Barra Mansa.

PROGRAMA DE FORMAÇÃO

Com o intuito de aprimorar os trabalhos de agentes culturais do município e reviver um local marcante de difusão de tais atividades, o Ponto de Ação Cultural foi ‘revivido’. Há dez anos inerte, hoje o PAC abriga cursos de formação.

Segundo a gerente de formação da Fundação de Cultura, Alessandra Sudré, participam das atividades de aperfeiçoamento, professores de artes visuais, pintura, desenho, argila, dentre outras. “Juntamos e conversamos com a Sandra Procópio (diretora do Colégio Estadual Barão de Aiuruoca), pois o PAC pertence ao colégio; foi a casa da primeira diretora de lá (Jandira Reis). Hoje fazemos cursos livres onde esses agentes realizam, pois já são profissionais. Isso possibilita a eles aperfeiçoar seus trabalhos. Para o próximo ano estamos planejando a realização de um curso técnico em artes visuais. O aluno do Ensino Médio do Colégio Barão terá a opção de se qualificar em nível técnico em artes visuais”, destaca Alessandra, acrescentando que há outros projetos para o próximo ano, como a qualificação livre de até um ano – curso extensão; formação técnica com certificação em artes visuais e artes cênicas.

REVIVENDO O PAC

Para casa não virar um órgão do estado, quando Jandira Reis faleceu, os artistas da época (1979), como Clécio Penedo, transformaram a casa da diretora do colégio Barão de Aiuruoca no Ponto de Ação Cultural. Hoje, após dez anos abandonado por governos anteriores, o espaço abriga novamente inúmeras atividades. “Estava sendo usado por agentes da sociedade civil com pouca projeção, quando propomos à atual diretora para ocupar o espaço com atividades, ela nos apoiou. A primeira temporada aconteceu de maio a julho; tivemos contação de histórias, produção de desenhos artísticos, pinturas, cerâmica, políticas culturais, entre outras ações. O espaço reviveu! Já estamos com novos cursos programados”, comemora Marcelo Bravo.

Os detalhes sobre as capacitações promovidas, como a agenda das atividades e inscrições, podem ser conferidos na página do Facebook Fundação Cultura Barra Mansa – FCBM.

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