BARRA MANSA
O estudo da Universidade de Washington (EUA), publicado na revista científica ‘The Lancet’ aponta que a dieta mais comumente associada à cultura ocidental, os fast foods — com muito sal e gordura e poucas frutas ou fibras — é responsável por mais mortes no mundo do que o fumo e a pressão alta.
O tempo talvez seja um dos principais elementos de valor no contexto globalizado atual. As sociedades, majoritariamente as ocidentais, se tornaram muito apressadas. Um reflexo dessa “correria” é encontrado na alimentação, nos chamados fast-foods (do inglês, “comida rápida”).
A pesquisa comparou as dietas, taxas de doenças e de mortes em 195 países. Ela mostrou que os maus hábitos alimentares estão se disseminando, com maior consumo de carne e menor consumo de vegetais, além da proliferação da chamada ‘fast food’. Cerca de um quinto das mortes no mundo podem ser atribuídas à alimentação pouco saudável, que é a causa principal de doenças cardíacas, câncer e diabetes.
Em 2017, essa dieta ruim matou 11 milhões de pessoas — 22% do total de mortes no mundo, naquele ano. O cigarro respondeu por oito milhões de mortes, e a pressão alta, por pouco mais de dez milhões.
De acordo com a nutricionista Raphaela Rocha, a baixa ingestão de frutas e fibras e o alto consumo de sódio, presente no sal, causaram mais da metade das mortes ligadas à má alimentação. “O restante está ligado ao alto consumo de carne vermelha e processada, refrigerantes e outras bebidas artificiais. Pior do que comer alimentos cheios de sal e de gordura, é não comer os saudáveis. Políticas que promovem o consumo de comida saudável podem ter melhores efeitos do que aquelas que tentam reduzir o consumo de fast food”, destaca a profissional.