Era uma vez uma pessoa que gastava sem o menor controle, considerava o cheque-especial parte do seu salário, pagou o mínimo do cartão de crédito por alguns meses até que não teve jeito, precisou parcelar a fatura. Feito isso continuou usando o cartão, mas como agora o limite era bem menor, contratou os serviços financeiros de outro banco e toda a história se repetiu. Se você se identifica com o personagem dessa estória, não precisa se considerar um paciente terminal, existe uma corda pra te tirar desse buraco.
O descontrole acaba com a saúde financeira de várias famílias e por conseqüência, geram transtornos que podem acabar até com a própria família. Acredito que nenhum tratamento de saúde seja agradável, com a vida financeira é a mesma coisa. Além do remédio amargo é preciso ter hábitos saudáveis.
O primeiro passo é reavaliar como anda o seu consumo, uma planilha com suas despesas é o ideal para ter a correta compreensão de pra onde anda indo seu dinheiro, mas nem todo mundo consegue anotar tudo, até porque é da nossa natureza fugir de informações ruins, então tenho uma dica simples que vai fazer muita diferença. Baixe o app do seu banco e olhe o extrato da sua conta todos os dias, mas tem que ser todo dia mesmo, sem exceção. À medida que você acompanha seus gastos, vai ficar claro o que pode ser cortado.
Outro vilão é o cartão, seja débito ou crédito ele dá a mesma aparência para qualquer valor. Na hora de pagar, o que sai da sua carteira é sempre o mesmo retângulo, com a mesma cara, seja para R$ 10, R$ 100 ou R$ 1000, assim o desconforto de gastar muito é amenizado. Deixe o cartão em casa e passe a pagar suas compras com dinheiro vivo, os peixes e as onças vão te ajudar a parar de gastar sem critério.
E por último é necessário renegociar as dívidas e trocá-las por soluções mais baratas. Os maiores juros cobrados são os do cartão e do cheque-especial, não as deixe acumular. A primeira opção de crédito é uma modalidade chamada ‘consignado’, ela é descontada na sua folha de pagamento e possui taxas bem baratas. Outra opção é o refinanciamento do seu veículo, é como vender o carro pra si mesmo, você recebe o valor do carro, quita as dívidas e paga as parcelas. A última opção é um crédito pessoal, negocie bastante e procure taxa de juros de até 3% ao mês.
Aos poucos sua saúde financeira vai se recuperando e sai da UTI dos endividados. A bonança não vem da noite para o dia, mas é totalmente possível fazer com que sua conta corrente e seu dinheiro sejam felizes para sempre.