ESTADO
Durante sessão plenária de terça-feira, 18, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado estadual Tande Vieira (PP), denunciou a falta de transparência da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) sobre o vazamento que ocorreu no início do mês de março na Fábrica de Combustíveis Nucleares, em Resende. O deputado destacou que a INB alegou que comunicou o vazamento à Comissão Nacional de Energia Nuclear, mas o fato apenas se tornou público no final do mês de março, após divulgação na imprensa.
Durante o seu pronunciamento, Tande citou ainda o vazamento de 90 litros de água contaminada da Usina de Angra 1, em setembro de 2022. A ocorrência, que provocou a contaminação da Baía, foi divulgada pela Eletronuclear somente no dia 30 de janeiro deste ano. ¨Ninguém é contra a energia nuclear, mas é preciso tratar os fatos com mais responsabilidade. Eu não estou disposto a morar com meus filhos num lugar em que a gente fica sujeito que o técnico de uma empresa decida ou não se podemos ficar ou não sabendo quando acontece um fato dessa gravidade, e se foi contaminante ou não para a população. Esse não é um caso isolado: aconteceu em Angra dos Reis e, agora, em Resende, e me parece que é uma prática de falta de transparência do nosso sistema nuclear, que não pode continuar assim¨, ressaltou Tande Vieira.
Em forma de sugestão, Tande destacou que as Comissões de Saúde, de Meio Ambiente e de Minas e Energia da Alerj, possam se reunir para buscar soluções e medidas necessárias para responsabilização dos envolvidos e prevenção de futuros casos.
A INB, no final do mês de março fez a comunicação à imprensa de um vazamento em uma das armadilhas criogênicas usadas no processo de enriquecimento de urânio na Fábrica de Combustível Nuclear, em Resende. A empresa destacou que a quantidade exposta foi pequena e comunicada ao CNEN e não gerou consequências para o pessoal ou para o meio ambiente.