SUL FLUMINENSE
Apesar das altas temperaturas registradas nos últimos dias, o verão só chegou oficialmente nesta quinta-feira (21), às 14h28min (horário de Brasília). A estação mais quente do ano ocorre quando há uma inclinação do eixo da Terra e, por isso, o hemisfério sul do planeta recebe mais raios solares. Segundo meteorologistas, a expectativa é que este verão seja marcado por chuvas, principalmente na primeira metade da estação, com risco elevado para enchentes. E a previsão já se concretizou ontem. No final da tarde uma chuva forte foi registrada na região.
A equipe do A VOZ DA CIDADE conversou com o observador meteorológico de Barra Mansa, Rafael Leonardo Bellan, sobre o que esperar da época mais quente do ano na região. Ele explicou que a tendência é que as chuvas se concentrem mais no período entre dezembro-janeiro e isso vai amenizar a forte sensação de calor que podia ser sentida há alguns dias.
“O mês de janeiro é o mais chuvoso em todo o estado, ou seja, chuva acima da média, o que pode causar até transtornos. Esses temporais que virão serão daquela forma, como as típicas pancadas ou aqueles dias com chuva persistente que variam de intensidade”, comentou.
Pela previsão, de acordo com Bellan, as chuvas vão manter as temperaturas um pouco abaixo da média em todo o estado em janeiro, mas isso não quer dizer que será um verão atípico. “Isso não significa que teremos frio, apenas uma amenizada no calor em alguns dias desse mês”, garantiu o observador meteorológico.
Já em fevereiro, os índices pluviométricos ainda ficarão altos, mas com temporais mais irregulares que os registrados em janeiro. Sem a constância de chuvas, a tendência é que o clima fique mais quente que no mês anterior. Março, quando se encerra o verão, a previsão é de que o clima fique bem parecido com o registrado em fevereiro.
“As famosas chuvas que fecham o verão talvez não serão tão intensas, fazendo com que o março feche com a chuva abaixo do normal e a temperatura acima na média em todo o estado”, disse Bellan, lembrando que março ainda é um mês que acumula grandes volumes de chuva. “Com mais sol e menos período de chuva, poderemos ter semanas quentes e secas. Elas intercalam com semanas com pancadas de chuva. No geral será um mês de temperaturas acima da média no estado”, garantiu Bellan.
O observador meteorológico frisou que essas informações são somente uma projeção para a estação com base em dados divulgados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ou seja, uma previsão sazonal, mas que está sujeita à mudanças.
O verão vai até 13h15min do dia 20 de março, pelo horário de Brasília.
CENTRO DE MONITORAMENTO
O Centro de Monitoramento Climático Fluminense (CMCF) trata-se do trabalho de observação dos jovens Rafael Bellan, de 22 anos, e Rodrigo Augusto, de 27. Ambos estudam sobre o tema há mais de dez anos e são moradores da Vila Maria. O CMCF é uma página criada há mais de um ano no Facebook e que hoje já conta com mais de 15,5 mil seguidores. Segundo Bellan, eles já contribuíram com informações para jornais locais, como o A VOZ DA CIDADE, por exemplo, e de fora, como Folha de São Paulo, Uol Notícias e Veja. “Somos reconhecidos pela Unidade Meteorológica. Coletamos dados há mais de dez anos, que muitas vezes até ajudam no trabalho deles. Além dos nossos conhecimentos pessoais do comportamento do clima aqui no Sul do Estado, sempre usamos como base o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Windyty, Spark, e o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), que significa Administração Oceânica e Atmosférica Nacional”, disse Bellan em reportagem concedida ao A VOZ DA CIDADE em outubro.