VOLTA REDONDA
O Memorial Zumbi dos Palmares, na Vila Santa Cecília, já faz parte da história de Volta Redonda. Portanto, no dia em que a cidade completa 66 anos de emancipação, o espaço não poderia ficar de fora. O Memorial Zumbi foi inaugurado em 1º de Junho de 1990 e reinaugurado em novembro de 2004, após muita luta do movimento negro da região. A inauguração do Espaço contou, na ocasião, com a presença de várias autoridades e representações de países do continente africano como Zimbabuê, Gana e Zaire.
Com o objetivo de preservar e difundir a Cultura Afro, o Espaço, que abriga também o Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Comuppir), é usado por vários grupos e coletivos de cultura afro oferecendo atividades gratuitas para a população, como aula de dança de salão, dança afro, percussão, capoeira, canto e teatro, charme e jongo. É utilizado ainda para manifestações da Cultura Negra e outros eventos culturais em geral. O local é composto por um anfiteatro e um salão de exposições.
ACERVO E PAINEL
O Memorial tem como acervo fotos de quilombolas da região doadas pelo fotógrafo André Sodré e um painel chamado Zumbi feito em acrílica sobre madeira do artista Clécio Penedo, além de uma pequena biblioteca para pesquisa, organizada em 2019. Abriga ainda as reuniões das Comissões de Folias de Reis e de Povos de Terreiro que passaram a se organizar no início deste ano. E promove desde 2018 o Projeto Memória das Contas, que realiza o mapeamento de Terreiros, em Volta Redonda.
O Memorial promove três grandes eventos, que já fazem parte do calendário cultural do município: o Prêmio Dandara e Zumbi dos Palmares, que comemora o aniversário do Memorial e homenageia negros e negras da região que se destacam em várias linguagens culturais, a Semana do Povo Preto, que comemora o Dia da Consciência Negra com uma semana de atividades voltadas para cultura, gastronomia, moda e educação, e o Festival de Curimba do Sul Fluminense, que reúne casas de matriz afro de várias cidades para apresentações musicais.
O coordenador do Memorial Zumbi, Sid Soares, destacou que no momento atual onde a cultura é tão atingida por conta da pandemia, a Cultura Afro é a que mais sofre. “Volta Redonda, apesar das dificuldades que todos nós enfrentamos é referência por tudo que os agentes culturais e artistas negros representam e fazem e, por tudo que o Memorial Zumbi simboliza e é. Manter este espaço ativo e as atividades que ele abriga é manter luz sobre uma causa relevante e necessária que é a pauta da Igualdade Racial, que passa obrigatoriamente pela preservação do direito de acesso a educação, identidade e cultura afro”, destacou Sid Soares.
