BARRA MANSA
Com o tema ‘É você quem tira esses sonhos do papel’, há 30 anos os Correios realiza a campanha de Natal, que começou quando os funcionários se sensibilizaram com as mensagens com letras recém-aprendidas ou desenhos coloridos, que chegavam a empresa. Com o passar dos anos, a campanha se solidificou, mas a emoção dos funcionários com as mensagens continua a mesma. O A VOZ DA CIDADE conversou com a gerente do Correios de Barra Mansa, Rose Tavares Sambade da Silva, e a tesoureira Paula Barreto, que contaram sobre as histórias mais emocionantes da ação.
Os Correios realiza duas campanhas de Natal: uma é direcionada as escolas públicas, onde é estimulada também a escrita das crianças, sendo realizada pela agência do município. Na ocasião, os presentes são entregues nas unidades de ensino; a segunda são as cartas avulsas, onde a criança entrega a carta nos Correios e recebe o presente em casa. Essas cartas avulsas são levadas para o Rio de Janeiro, onde a população pode adotar através do site
blog.correios.com.br/papainoeldoscorreios.
Em Barra Mansa já estão disponibilizadas cerca de 200 cartas para padrinhos e madrinhas adotarem um sonho para realizar. Neste ano a agencia está atendendo a Escola Municipal Adelaide Duarte Flores, do bairro Siderlândia e a data limite para adoção é até o dia 29 de novembro. A campanha das escolas atende as unidades públicas, com foco na criança em invulnerabilidade social.
Segundo Rose Tavares, que trabalha na unidade há 17 anos a ação é direcionadas para o público de até dez anos, no entanto, algumas crianças dessas escolas estão em séries atrasadas, sendo assim, as crianças mais velhas também participam. A gerente conta também que neste ano, tiveram muitos pedidos de bicicletas. “Essa é uma carta que as pessoas dificilmente adotam. Mas nós aconselhamos a pessoa a levar e caso não tenha condições, que presenteie com alguma outra lembrança, pois para esses jovens, qualquer ato de carinho é válido”, afirmou.
Funcionárias relembram histórias emocionantes de cartas de crianças carentes
‘Homenageando a quem partiu’
Entre todas as histórias marcantes que trazem as cartas, Rose Tavares lembrou de um acontecimento que a fez chorar na campanha de Natal dos Correios do ano de 2018. Segundo ela, além das histórias escritas para o papai Noel, também existem curiosidades nos padrinhos e madrinhas que adotam as mensagens. “Ano passado uma mulher chegou para adotar uma carta e pediu que eu mostrasse para ela cartas de meninas de até quatro anos. Ela então começou a desabafar comigo e contou que ela e a filha, de quatro anos, já tinham adotado cartas em outras ocasiões e planejavam adotar outra. No entanto a criança morreu, e a mãe decidiu adotar em homenagem a filha, e ela afirmou que o presente que ela daria de Natal a sua filha, ela iria dar a uma criança”, contou emocionada.
‘Retribuindo a alegria’
Já em outros casos alguns padrinhos adotam uma carta como forma de agradecimento, pois já foram agraciados pela campanha no passado. Esse é o caso de um jovem de 19 anos, que quando tinha cerca de oito anos, escreveu pela primeira vez e recebeu o presente. Segundo Rose, que contou a história, o rapaz disse que isso o marcou, pois ele nunca imaginou que receberia realmente o presente. “Ele contou que agora quer adotar as cartas porque também quer proporcionar essa alegria aos outros. Ele é a primeira pessoa que eu conheço que recebeu o presente”, disse Rose.
‘PRESENTEANDO A EDUCAÇÃO’
A tesoureira, que trabalha na agencia há 15 anos, Paula Barreto, também se lembrou de um caso que, apesar de ter acontecido na cidade do Rio de Janeiro, é algo marcou a Campanha de 2018. “Duas crianças, que são parentes, uma menina de cinco anos e um menino de sete, entregaram as cartas na agencia, pedindo para estudar em uma escola melhor. Eles contaram que onde eles estudavam tinha muito tiroteio e por isso, muitas vezes eles não podiam estudar”, expôs, se emocionando ao relatar que um empresário adotou essas cartas e agora está custeando os estudos dos pequenos. “Ele disse que irá pagar os ensinos até que eles se formem. Isso me marcou demais”, contou.