Na última semana, dia 7, a secretária de Saúde Maria da Conceição de Souza Rocha, em reunião no Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio de Janeiro (Cosems-RJ), apresentou a proposta para ministrar a segunda dose da vacina da AstraZeneca em oito semanas. A secretaria do município está estudando essa antecipação. Atualmente a aplicação da vacina em segunda dose acontece em até 12 semanas. Segundo informações obtidas pelo A VOZ DA CIDADE, a Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVASP), publicará nesta terça-feira, 13, deliberação reduzindo o intervalo de aplicação entre as doses da vacina AstraZeneca de 12 para oito semanas.
Segundo o coordenador da Vigilância em Saúde de Volta Redonda, o médico sanitarista Carlos Vasconcellos, a antecipação visa garantir de forma mais rápida a imunização da população, tendo em vista a confirmação de novas variantes da Covid-19 no Estado. Vasconcellos mencionou que, inicialmente, o município pretende priorizar a antecipação para as pessoas mais velhas, entretanto todo o estudo acerca da medida depende do estoque disponível de doses. “A vacina AstraZeneca (Oxford/Fiocruz) tem estabelecida em sua bula que a aplicação da segunda dose pode ser feita entre 8 a 12 semanas. Por receio de falta de doses, o Governo Federal limitou em 12 semanas, que é o máximo do prazo, o intervalo. Na medida em que Volta Redonda tenha estoque, nós iremos reduzir aos poucos esse intervalo para que possamos proteger mais pessoas com as duas doses garantir que tenhamos a continuidade da redução do número de casos e de óbitos pela Covid-19 em Volta Redonda e tomando cuidado para que não haja também falta da vacina. No dia a dia conforme o nosso estoque iremos divulgar a data até onde a pessoa que tomou a primeira dose possa procurar para fazer a segunda dose”, explicou o médico sanitarista.
A proposta de antecipação, segundo a prefeitura, foi aceita pela Secretaria Estadual de Saúde após contato do Cosems pelo presidente Rodrigo Oliveira, secretário de Saúde de Niterói. Houve uma avaliação do comitê científico. “Alguns municípios, como Volta Redonda, colocaram esse pedido. No estado, já temos cidades com algumas doses reservadas para a injeção de reforço. Elas já estão no estoque dos municípios. Temos agora no cenário uma nova variante, e estudos mostram que a segunda dose faz diferença na eficácia da proteção. Como a bula da AstraZeneca permite que a segunda dose seja feita entre 4 e 12 semanas depois da primeira, a ideia é autorizar a antecipação para todas as cidades”, afirma Oliveira.
A ideia ainda não teve o endosso do Ministério da Saúde. Mesmo se houver negativa de Brasília, a intenção do Cosems é publicar uma deliberação conjunta bipartite, ou seja, assinada por estado e municípios, no Diário Oficial do Estado.
A medida visa acelerar ainda mais o esquema vacinal, tendo em vista que os municípios já estão com estoque disponível do imunizante para a segunda dose.
OUTROS ESTADOS
O assunto não está sendo debatido apenas entre o Rio de Janeiro. Distrito Federal e Acre já determinaram reduções, outros municípios de estados diferentes, como Pernambuco, Santa Catarina e Espírito Santo também estão nesse planejamento de antecipação da data da segunda dose. São Paulo descartou a possibilidade, argumentando que quando maior o intervalo entre as duas doses, maior será a imunidade contra a doença.