PORTO REAL
“Eu não aguentava mais as dores no meu pé. Recorri a diversos tratamentos, fiz fisioterapia, tomei muitos medicamentos e o problema não passava. Fui encaminhada ao médico da dor. Depois de um ultrassom, foi dado o meu diagnóstico e com o tratamento adequado, digo que já melhorei 90%. Não vou nem mais precisar comprar uma bengala, como eu tinha pensado”, comentou a pensionista Sílvia Regina da Silva, de 67 anos, moradora do Bairro de Fátima, em Porto Real. Esse é apenas um dos diversos depoimentos de pacientes que tiveram sucesso com um tratamento conhecido como medicina intervencionista da dor, realizado no Centro de Diagnóstico e Tratamento Henrique Sabadini Filho (CDT). É na unidade que funciona o Ambulatório da Dor. As consultas precisam ser encaminhadas pelas Unidades de Saúde da Família.
A medicina intervencionista da dor trata dores crônicas. São exemplos: enxaquecas mais complexas; neuralgia do trigêmeo (dor facial); relacionadas ao câncer; nas articulações; ombros; quadris; joelhos; na coluna, ligadas ou não à hérnia; fibromialgia; reumáticas; reumatológicas e ainda dores crônicas pós-operatórias. O médico anestesista, que é especialista em medicina intervencionista da dor, Alexandre Damasceno, atende os pacientes no CDT desde fevereiro do ano passado e contou como funciona o tratamento.
“Utilizamos técnicas intervencionistas, que são minimamente invasivas. Geralmente são aplicadas punções, sem cortes ou bisturis. Os procedimentos são feitos com agulhas ou cânulas. Exames de imagem como o arco em “C” (raio x); ultrassom e tomografia são utilizados para detectar as estruturas afetadas, auxiliando no diagnóstico do paciente. A medicina intervencionista da dor tem um grande poder de diagnóstico, e, raramente, precisa de anestesia geral. Normalmente, só anestesia local ou uma leve sedação basta”, explicou Alexandre.
O médico ainda esclareceu que o tratamento também, muitas vezes, precisa estar associado a outros procedimentos como fisioterapia, acupuntura, e, principalmente acompanhamento psicológico. “O próprio paciente auxilia a nortear o tratamento, relatando o que está sentindo e ao que já recorreu antes de chegar ao Ambulatório da Dor. A reabilitação é extremamente necessária e o acompanhamento psicológico é mandatório para o tratamento da dor crônica. Tratamos a dor como a própria doença do paciente. Um paciente com dor de cabeça há 10 anos, a doença dele é essa”, continuou o médico, que ainda destacou outros benefícios.
“O custo efetivo para o município é mínimo e as chances de sucesso são efetivamente grandes. São muitos os casos onde conseguimos evitar procedimentos cirúrgicos invasivos, diminuindo consideravelmente a magnitude que a dor provoca na pessoa afetada, com procedimentos feitos dentro do ambulatório médico. O paciente chega aqui com dificuldades para andar e fazer movimentos simples e após as técnicas utilizadas as mudanças são notórias”, finalizou.
“Como médico, sei que a dor afeta de maneira impactante a vida do paciente. Há reflexos sociais, emocionais e muitos outros que prejudicam tanto, que a dor quase que passa a definir a vida dessas pessoas. Resolvemos implantar essa especialidade em Porto Real, porque acreditamos no potencial dessa técnica como uma solução eficaz para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, afirmou o prefeito Alexandre Serfiotis.