BRASÍLIA
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu anular uma decisão da Justiça Trabalhista do Rio de Janeiro que autorizou o desconto da contribuição sindical na folha de pagamento, sem autorização individual do empregado. A decisão foi assinada na quinta-feira, dia 25 de junho, e vale somente para o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do estado. No entanto, o mesmo entendimento poderá ser seguido pela Justiça do Trabalho em todo país.
O caso chegou ao Supremo após uma vara trabalhista no Rio entender que a manifestação de vontade do empregado poderia ser substituída pela decisão tomada por assembleia geral, convocada pelo sindicato, e com validade para todos os membros da categoria, mesmo para quem não esteve presente na reunião. Em 2017, ficou definido na Reforma Trabalhista que os sindicatos só podem receber a contribuição após aprovação prévia e expressa do empregado. No entanto, o texto não teria tratado da necessidade de manifestação individual do funcionário, segundo o juiz trabalhista.
Ao analisar a questão, o ministro Barroso entendeu que os sindicatos precisam da aprovação prévia e expressa de cada empregado, conforme ficou definido na Reforma Trabalhista. Essa decisão já havia sido confirmada pelo plenário do STF. “O órgão reclamado, por sua vez, afirmou que a aprovação da cobrança da contribuição em assembleia geral de entidade sindical supre a exigência de prévia e expressa autorização individual do empregado. Nesses termos, delegou a assembleia geral sindical o poder para decidir acerca da cobrança de todos os membros da categoria, presentes ou não na respectiva reunião – é dizer, afirmou a validade de aprovação tácita da cobrança. Tal interpretação, aparentemente, esvazia o conteúdo das alterações legais declaradas constitucionais pelo STF”, decidiu o ministro. (*Com informações da Agência Brasil).
SUL FLUMINENSE
A população vive nova expectativa de tensão entre governo e caminhoneiros, isso porque circula pelas redes sociais áudios e transmissões onde um cidadão adverte a população e incita a categoria a aderir na ocupação de paralisação de Brasília (DF), no dia 30. O alvo é o Supremo Tribunal Federal (STF) e também o Congresso Nacional, onde segundo as postagens que viralizaram no último fim de semana, sobretudo no Whatassap, é preciso haver mudanças. O interlocutor dá conta de que no próximo domingo, uma frota de veículos vai interditar vias e restringir serviços, como abastecimento de diesel de aviação no aeroporto da capital federal. A meta é obrigar que STF e a Câmara dos Deputados não interfiram em projetos políticos e econômicos da gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Por coincidência ou não, dia 30 é o Dia dos Caminhoneiros e também de atos nacionais programados por aliados e simpatizantes do governo, neste caso, a favor do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Os manifestantes dão conta que 1,5 mil caminhoneiros e 400 ônibus poderiam ‘fechar’ a Esplanada dos Ministérios, no domingo. Há rumor ainda que os caminhoneiros possam ocupar as imediações do Estádio Mané Garrincha, situado aproximadamente a 4,3 km do Palácio do Planalto. De forma sintetizada, a organização conclama o ato como uma defesa a Jair Bolsonaro, provocada pelo povo ‘contra poderes que não funcionam’.
Na região, o assunto foi tema de roda de conversas nesta segunda-feira, com opiniões desencontradas e receosas. Afinal, o ato dos caminhoneiros acontecerá e, por consequência, poderá desencadear nova greve conforme ocorreu entre maio e junho de 2018? Para a direção do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Sul Fluminense (Sinditac), a resposta é direta: não.
Segundo o presidente da entidade que representa mais de nove mil associados, em 17 municípios do Sul Fluminense, a liderança do movimento sindical dos caminhoneiros desconhece qualquer mobilização combinada entre caminhoneiros de entidades sindicais oficiais, seja em Brasília ou outra localidade.
De acordo com Francisco Wilde, o responsável pelas postagens não representa a categoria e lamenta o tom de ameaça contra poderes constituintes da democracia nacional, como o STF e o Congresso. Wilde lembra que a categoria detém representantes mantendo diálogo aberto com o presidente Jair Bolsonaro e ministros, desde a fase de transição e o início de sua gestão, que não há qualquer rumo de greve ou ato hostil. “Essa informação da mobilização dos caminhoneiros reunidos em Brasília, no dia 30, não procede. Ele (interlocutor) não é do nosso meio. Garanto pra você que não vai fluir, nem sei qual a entidade que ele representa. Entrei em contato com o presidente do sindicato do contorno de Brasília: não existe nada a respeito. Todo mundo que negociou com o governo Bolsonaro participa das reuniões, é ouvido. Ele (o interlocutor das mensagens) está por fora do que está acontecendo”, explica Wilde.
REUNIÃO EM JULHO
Por outro lado, o Sinditac Sul Fluminense ressalta que os caminhoneiros tiveram sinalização do governo federal para aguardar decisões futuras sobre pautas que pleiteiam, como falta de fiscalização eficiente contra transportadoras que não praticam a tabela do preço mínimo do frete rodoviário, além de considerar que o diesel pode sofrer maior redução de preço nas bombas. Sobre essa pauta a insatisfação é praticamente geral entre a categoria e nova reunião está prevista para o dia 20 de julho. “De fato, a realidade é que dia 20 teremos uma reunião em Brasília pra tratar desses assuntos. Estamos confiantes, o governo avançou em outras ações a favor da categoria. Não acreditamos em manifestação, mas se tiver que acontecer, seria somente após o dia 20 de julho, prazo que vence a reunião assinada por todos. Prazo para que tudo volte ao normal”, frisa Wilde.
Em abril, o governo federal anunciou a liberação de R$ 500 milhões para linha de crédito aos caminhoneiros autônomos, com a projeção limite de até R$ 30 mil por motorista, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, informou que realizará o investimento de R$ 2 bilhões em rodovias, sendo R$ 900 milhões para manutenção das estradas. Porém, a tabela do frete e o preço do diesel norteiam as reivindicações da categoria.
Decisão do STF que libera criação e guarda de animais de estimação em condomínios divide opinião de moradores de Volta Redonda
O Superior Tribunal Federal (STF) decidiu na terça-feira, 14, que a criação e a guarda de animais de estimação não podem ser proibidas em ambiente condominial. A decisão partiu do julgamento de uma ação específica, ocorrida em Brasília, para proibir a permanência de uma gata em um condomínio localizado na cidade satélite de Samambaia. Por unanimidade, a Terceira Turma do STF sentenciou que o impedimento fere o direito constitucional da propriedade. Em Volta Redonda, a decisão foi comemorada por muitos moradores e não bem aceita por outros.
O síndico de um Edifício no bairro Aterrado, em Volta Redonda, Edmilson Carvalho, disse que mesmo com a decisão, os donos dos animais têm que apresentar carteirinha de todas as vacinas pertinentes, devem ser carregados no colo dentro dos elevadores e não podem perturbar o sossego alheio. “A atenção com os animais deve ser redobrada nas áreas comuns. São regras simples para uma boa convivência”, explicou.
UNS COMEMORAM E OUTROS CRITICAM
O designer Erickson Alan, residente em um condomínio localizado no bairro Jardim Amália II, também em Volta Redonda, comemorou a decisão. “Tenho duas cachorras no meu apartamento que nunca causaram nenhum tipo de transtorno à vizinhança. Não tive problemas com o fato de possuir animais de estimação no condomínio, mas me sinto mais seguro em saber que a lei garante esta tutela”, comemorou.
Já para a psicóloga Luê Valiante, a tranquilidade dos demais moradores tem que ser preservada. “Eu moro em uma casa que fica ao lado de um edifício, onde um morador vive com seis cachorros. Os vizinhos chegaram ao fazer um abaixo assinado para que ele saísse do condomínio por conta do barulho dos latidos”, destacou. Lembrou ainda que algumas pessoas reclamavam também do mau cheiro que vinha do apartamento dele. “Eu tenho dois cachorros, amo animais, mas o respeito com as pessoas que estão próximas a você é fundamental. É uma linha tênue entre proibir as pessoas de terem um animal de estimação e o bom senso com a vizinhança”, completou. A enfermeira Daniele Aparecida de Freitas, que também reside em um prédio no Aterrado com outros moradores, acredita que essa liberação divide opiniões, já que não são todas as pessoas que gostam de animais.
DECISÃO RELEVANTE
A advogada e diretora da ACJ Condomínios, Vanisi Ferreira, ressalta que a decisão é relevante, porém deve respeitar o direito à segurança e à tranquilidade de demais condôminos. “A posse de animais de estimação é um dos assuntos mais polêmicos no ambiente condominial. No entanto, o artigo 1.228 do Código Civil, que garante o direito de propriedade, assegura a posse de animais de estimação no apartamento. Já a circulação e permanência dos pets em áreas de uso comum ficam a cargo das decisões tomadas durante assembleia de condomínio. Recomendamos que estas regras sejam divulgadas e fiquem visíveis a todos os condôminos”, destacou a administradora de condôminos.
BRASÍLIA
No início da noite de sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revogou a decisão que determinou a retirada de uma reportagem sobre o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, do site O Antagonista e da revista Crusoé.
A medida foi tomada após críticas de membros da Corte, da Procuradoria-geral da República (PGR), de parlamentares e de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na segunda-feira, dia 15, por determinação do ministro, o site de notícias O Antagonista e a revista Crusoé foram obrigados a retirar da internet a reportagem intitulada ‘O amigo do amigo de meu pai’.
A decisão ainda determinou que os responsáveis pelas publicações prestassem depoimento na Polícia Federal (PF) e aplicação de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
A matéria trata de uma citação feita pelo empresário Marcelo Odebrecht, um dos delatores da Operação Lava Jato, a um codinome usado em troca uma de e-mails com um ex-diretor da empreiteira.
Segundo os advogados do delator, a expressão “o amigo do um amigo de meu pai” refere-se ao ministro Dias Toffoli. O texto das mensagens não trata de pagamentos ou de alguma situação ilícita. O caso teria ocorrido quando Toffoli era advogado-geral da União (AGU), durante o governo da então presidente Dilma Rousseff, sobre interesses da Odebrecht nas licitações envolvendo usinas hidrelétricas.
Alexandre de Moraes revogou a decisão por entender que foi esclarecido posteriormente que o documento no qual Toffoli foi citado realmente existe. “Comprovou-se que o documento sigiloso citado na matéria realmente existe, apesar de não corresponder à verdade o fato que teria sido enviado anteriormente à PGR para investigação.
Na matéria jornalística, ou seus autores anteciparam o que seria feito pelo MPF {Ministério Público Federal] do Paraná, em verdadeiro exercício de futurologia, ou induziram a conduta posterior do Parquet [corpo de membros do Ministério Público]; tudo, porém, em relação a um documento sigiloso somente acessível às partes no processo, que acabou sendo irregularmente divulgado e merecerá a regular investigação dessa ilicitude”, disse o ministro.
Inquérito sobre notícias falsas
O caso envolvendo críticas à Corte Suprema nas redes sociais começou no mês passado. Ao anunciar a abertura do inquérito, no dia 14 de março, Toffoli referiu-se à veiculação de “notícias falsas (fake news)” que atingem a honorabilidade e a segurança do STF, de seus membros e parentes. Segundo o ministro, a decisão pela abertura está amparada no regimento interno da Corte.
Na segunda-feira, dia 15, Alexandre de Moraes, que foi nomeado relator do inquérito por Toffoli, determinou a retirada de reportagens da revista Crusoé e do site O Antagonista que citavam o presidente da Corte, Dias Toffoli.
No dia seguinte, Moraes autorizou a Polícia Federal (PF) a realizar buscas e apreensão contra quatro pessoas, entre elas, o candidato ao governo do Distrito Federal (DF) nas últimas eleições, Paulo Chagas (PRP).
Em seguida, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, arquivou o inquérito, mas Moraes rejeitou a decisão.
Apesar de Raquel Dodge ter considerado que o arquivamento é um procedimento próprio da PGR e irrecusável, Moraes tomou a manifestação como uma solicitação e entendeu que a medida precisa ser homologada pelo STF. (*Com informações da Agência Brasil).
Determinação de soltura de condenados em 2ª instância pode beneficiar o ex-presidente Lula
PAÍS
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu nesta quarta-feira, dia 19, uma decisão provisória determinando a soltura dos presos que tiveram a condenação confirmada pela segunda instância da Justiça. A liminar pode beneficiar diversos presos pelo país, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril deste ano, na Superintendência da Polícia Federal do Paraná.
A decisão foi proferida em uma das três ações declaratórias de constitucionalidade relatadas por Marco Aurélio sobre o assunto.
Na decisão, o ministro resolveu “determinar a suspensão de execução de pena cuja decisão a encerrá-la ainda não haja transitado em julgado, bem assim a libertação daqueles que tenham sido presos”. Marco Aurélio isentou, porém, que aqueles que se enquadrem nos critérios de prisão preventiva previstos no Código de Processo Penal devem permanecer presos. (Com informações da Agência Brasil).
Sinditac Sul Fluminense comenta a retomada da fiscalização da tabela do frete rodoviário
SUL FLUMINENSE
A direção do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense (Sinditac) comemorou nesta quinta-feira, 13, o desfecho considerado positivo para a categoria da reunião entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Superior Tribunal Federal (STF) nas tratativas sobre a tabela do preço mínimo do frete. Diante da análise de legalidade ou inconstitucionalidade, o ministro Luiz Fux do STF havia vetado que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fiscalizasse e multasse empresas que contratavam frete com valor abaixo da tabela, que seguia em vigor. No dia 6, o ministro Fux concedeu medida cautelar favorecendo o apelo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o que provocou uma redução significativa no valor do frete em todo o país. Em virtude do prejuízo, os caminhoneiros realizaram mobilização no dia 10 parando o trânsito na Rodovia Presidente Dutra.
Nesta quarta-feira, a advogada-geral da União, Grace Mendonça encaminhou o pedido ao ministro Fux para que reconsiderasse sua decisão. A resposta positiva valoriza a tabela do frete e o trabalho dos profissionais, segundo explica Francisco Wilde, presidente do Sinditac. “A AGU e o STF entendem que a discussão sobre a tabela do frete é alvo de avaliação do próximo governo, com o presidente-eleito Jair Bolsonaro. Com a ANTT retomando a fiscalização do valor do frete os caminhoneiros são valorizados. No Sul Fluminense vamos incentivar que a ANTT fiscalize os fretes das empresas CSN, Arcelormittal e Ambev. Com essas três como exemplo, as tendem a seguir as normas”, comenta Wilde.
Daqui a diante, o Sinditac pretende acompanhar os tramites dos acordos entre o governo federal e as lideranças sindicais. Há esperança de que o novo governo amplie o diálogo e avance na consolidação das causas dos caminhoneiros. “Tivemos uma vitória importante com o retorno da fiscalização da tabela do frete, agora os próximos passos serão de aguardar o governo Bolsonaro e o ministro Osmar Terra, que se mostrou parceiro com a nossa causa”, comenta Francisco Wilde.
SUL FLUMINENSE
A direção do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense informou nesta quarta-feira, dia 12, que novas reuniões serão realizadas analisando o tramite do pedido da categoria junto da Advocacia-Geral da União (AGU), pela retomada da fiscalização e punição com multa para as empresas que não cumprem a tabela do preço mínimo do frete rodoviário. No dia 6, o STF suspendeu a fiscalização da tabela do frete acatando pedido da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o que impede a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de fiscalizar e multar as empresas que não cumprem a medida.
Desde então, os caminhoneiros mobilizam diversos setores em Brasília tentando retomar a fiscalização da tabela, que baixou significativamente desde o início da decisão do ministro Luiz Fux. O valor do frete tem impacto direto na renda principal dos profissionais no transporte de cargas, que protestaram contra a medida parando a Via Dutra, na manhã de segunda-feira. Ontem, o Sinditac comemorou a decisão da advogada-geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça, que solicitou ao STF a reavaliação da decisão do ministro Fux.
Grace declarou o desejo para que o ministro Luiz Fux mantenha a vigência do dispositivo da Lei 13.703, que estabeleceu a atual regra de fretes mínimos. Para ela, é viável o realinhamento da política no futuro governo, sendo fundamental manter a presunção de constitucionalidade da norma nesse momento. “É um pedido de reconsideração para que se mantenha a política até que a nova gestão governamental se debruce sobre o tema. Será necessário mesmo se estabelecer um diálogo com todos os setores para se construir o melhor caminho, o melhor direcionamento”, disse.
Diante da posição da AGU, mas ainda sem uma resposta efetiva do STF, o Sinditac Sul Fluminense, pretende manter reuniões diárias com os caminhoneiros. De acordo com o presidente Francisco Wilde, a posição da AGU é sensata e garante o direito constitucional da tabela do frete, que foi amplamente discutida e aprovada no Congresso, Senado e sancionada pelo presidente Michel Temer. Wilde recorda que resta ao STF ‘o bom senso’ em permitir que a ANTT fiscalize e puna as empresas infratoras. “Nem mesmo a medida de brecar a nota do CIOT a ANTT pode, pois estaria indo contra a decisão do STF. A ministra Grace Mendonça nos garantiu o pedido ao STF para que reconsidere a posição do ministro Fux. Até que tudo se resolva, estamos em análise dos fatos”, argumenta com base no fato de que na semana passada, Fux atendeu a um pleito da CNA e suspendeu a aplicação de multas contra quem descumprir a tabela de fretes. “Não queremos ficar sem uma solução em meio ao recesso do Judiciário a partir do dia 17. Contamos com o apoio do futuro ministro Osmar Terra que tem mantido boa relação com a categoria e vamos aguardar as decisões para que desta quinta-feira em diante possamos ter novas perspectivas. Somente coletivamente podemos definir sobre nova mobilização, mas a expectativa é de negociar com bom senso de todas as partes”, finaliza Francisco Wilde.
Sinditac Sul Fluminense aguarda definição entre a AGU e o STF e não descarta novas mobilizações
SUL FLUMINENSE
A quarta-feira será de expectativas para toda a classe dos caminhoneiros, principalmente os profissionais autônomos. Após a mobilização realizada na segunda-feira, dia 10, uma reunião entre os representantes da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Supremo Tribunal Federal (STF) pretende discutir a tabela do preço mínimo do frete rodoviário. A advogada-geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça, pretende expor aos ministros a melhor estratégia jurídica para reverter a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que suspendeu a aplicação de multas para quem descumprir a tabela do frete até que a Corte se pronuncie sobre a constitucionalidade da medida – o que não tem prazo para ocorrer.
A decisão de Fux foi tomada a partir de um pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A entidade argumentou que as multas não poderiam ser aplicadas, pois a tabela não foi estabelecida conforme o rito determinado pela lei que criou a política de preços mínimos para o frete rodoviário. Por causa da decisão de Fux, os caminhoneiros realizaram a mobilização na Rodovia Presidente Dutra, na manhã de segunda-feira, dia 10.
Desde novembro, a CNA aguardava que o STF julgasse a ação de inconstitucionalidade contra a fixação de preços mínimos do frete rodoviário. Ou ainda, que fosse suspensa a resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que fixou multas de até R$ 10,5 mil por descumprimento da tabela. Para Francisco Wilde, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense (Sinditac), a expectativa é que a liminar seja derrubada, pois não está descartada a possibilidade de novos atos dos caminhoneiros se a tabela seguir sem fiscalização e punição aos infratores. “Interrompemos a mobilização que parou a Via Dutra com mais de mil caminhoneiros aderindo só no trecho entre Barra Mansa e Volta Redonda, acatando a promessa do futuro ministro Osmar Terra que este tema tem a atenção especial da equipe de transição de governo. Através da AGU o STF pode rever essa liminar infeliz que prejudica os caminhoneiros e que gerou todo o movimento. Estamos confiantes que a advogada-geral da União, Grace Mendonça consiga reverter essa liminar e o STF retome a exigência da fiscalização e multas aos infratores, ante do recesso no dia 17”, argumenta Francisco Wilde.
Não ocorrendo uma decisão favorável, o Sinditac pretende realizar reuniões com a base sindical e, possivelmente, mobilizar novamente seus associados para atos nas estradas. “O governo de transição demonstrou estar muito solidário com a luta da nossa categoria. No momento, não há nada programado, a não ser confiar no bom sendo da AGU e do STF. O futuro ministro Osmar Terra demonstra iniciativa para a causa dos caminhoneiros e temos a perspectiva de que tudo será bem resolvido”, comenta o presidente do Sinditac do Sul Fluminense.
ENTENDA O CASO
Em julho, a tabela do frete foi instituída através de Medida Provisória aprovada no Congresso e Senado, sofrendo a sanção posterior do presidente Michel Temer, no início de agosto. A nova lei formaliza a instituição de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel. Os valores foram definidos e divulgados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com priorização dos custos referentes ao óleo diesel e aos pedágios. Cabia à ANTT fiscalizar as empresas que descumpriam o valor do frete.
‘GUERRA’
Porém, a tabela desagrada os empresários do setor produtivo, que alegam elevação dos custos no transporte de mercadorias. Uma nova tabela foi editada, mas logo descartada pelo governo por desagradar, desta vez, os caminhoneiros. A polêmica chegou à Justiça, com entidades do setor produtivo, como a CNA, pedindo ao STF que declare a tabela inconstitucional, sem validade. O ministro do STF, Luiz Fux, realizou audiências sobre o tema e em decisão mais recente, no dia 6, concedeu liminar extinguindo a obrigação de punição para as empresas que não cumprem a tabela, mesmo com a tabela em vigor. Quatro dias depois, os caminhoneiros organizaram a mobilização parando a Via Dutra.
STF suspende multas na fiscalização da tabela do frete e caminhoneiros avaliam possível mobilização
SUL FLUMINENSE
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, determinou na quinta-feira, dia 6, a suspensão da fiscalização com aplicação de multa por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para os veículos flagrados descumprindo a tabela do frete mínimo. Medida reprovada pelos caminhoneiros e que pode trazer à tona novamente o cenário de estradas e rodovias paralisadas para o tormento do cidadão brasileiro.
As punições estão suspensas até que o STF decida sobre a constitucionalidade do tabelamento. A medida foi solicitada pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no STF, em novembro, sob o argumento de que as multas estavam sendo aplicadas pelo descumprimento de uma tabela ‘inconstitucional’. A tabela do frete foi acertada entre o governo federal e os representantes da categoria em setembro, quando a ANTT publicou no Diário Oficial da União o documento com preços mínimos de frete rodoviário reajustados, o preço mínimo do frete para carga geral é de R$ 2,10 na faixa de 1 até 100 quilômetro, considerando o custo por Km/eixo. Já na tabela para Carga Granel, o valor mínimo é de R$ 2,05 por Km/eixo também na faixa de 1 a 100 km. Após a decisão do ministro Luiz Fux, os representantes dos principais movimentos de caminhoneiros divulgaram áudios e relatos pelas redes sociais criticando a medida e anunciando a organização para uma possível mobilização, que não é descartada de ocorrer ainda neste ano.
Segundo o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense (Sinditac), uma série de reuniões entre diretores, associados e outros líderes da categoria ocorrem desde esta sexta-feira. “Tivemos uma reunião nesta sexta, todos lamentam essa decisão do STF. Estamos em contato com os representantes de outros sindicatos no país e o sentimento é de repúdio. Não está descartada de a categoria realizar nova mobilização nacional, pois a tabela do frete segue vigente, mas sem fiscalização e punição. O caminhoneiro é o principal prejudicado”, informa o presidente do Sinditac, Francisco Wilde.
Somente no Sul Fluminense a direção do Sinditac contabiliza nove mil caminhoneiros, sendo quatro mil associados e todos querem a valorização. “Esperamos o bom senso de todos, pois também não podemos retroceder diante de tudo que já conquistamos. Os caminhoneiros estão fazendo sua parte, pena que uma minoria rica pode levar tudo a perder”, frisa Wilde, que tem apoio dos caminhoneiros. “Imagina tudo parado às vésperas de Natal, Ano Novo? Ninguém quer isso, mas merecemos respeito. Estão brincando com a renda de milhões de pais de família que movimentam a economia brasileira e sobrevivem do frete”, comentou o caminhoneiro Benedito Osório, de Itajuba (MG), em trajeto constante no transporte de cargas pelo Sudeste e Nordeste.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) participou da abertura do II Workshop sobre Procedimentos Administrativos da Resolução 235/2016 do CNJ, realizado no auditório do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Dias Toffoli, defendeu, a união do Poder Judiciário. “Junto com as funções essenciais da Justiça – advocacia, Defensoria Pública, Ministério Público, Advocacia Pública – temos que estar juntos para darmos conta das nossas responsabilidades e nossos deveres.
O Judiciário está cada vez mais sendo demandado e visto pela sociedade. Cada vez mais temos que ser eficientes e transparentes. É essa nossa obrigação”, afirmou, na abertura do II Workshop sobre Procedimentos Administrativos da Resolução 235/2016 do CNJ.
A norma trata da padronização de procedimentos administrativos decorrentes de julgamentos de repercussão geral, de casos repetitivos e de incidente de assunção de competência previstos no Código de Processo Civil (CPC). O presidente do STF e do CNJ apontou que esse tema é importante para dar segurança jurídica e legitimidade às decisões judiciais, porém ressaltou que é preciso examinar bem quais processos devem adotar esses mecanismos.
“Temos que olhar no STF e nos tribunais superiores se não estamos travando a jurisdição das instâncias ordinárias. É muito importante o diálogo no Judiciário, porque muitas vezes temos uma colocação de vários casos em repercussão geral no STF e não nos damos conta que os juízes das instâncias inferiores são cobrados de estar produzindo decisões que não são possíveis de serem produzidas enquanto não tiver o destravamento. O diálogo é importante para saber quais são os casos mais prioritários”, observou.
O ministro vê risco de ditadura
O ministro Marco Aurélio Mello, disse que vê o risco de ditadura no Brasil, seja de esquerda ou de direita, neste momento de polarização política. Em entrevista exclusiva na noite de segunda-feira, dia 8, à TV Brasil, Mello falou à jornalista Roseann Kennedy, que as instituições devem ficar atentas para inviabilizar qualquer tentativa de retrocesso. “O risco [de ditadura] eu sempre vejo. Porque, certa feita, eu li um livro ‘A Marcha da Insensatez’, a história se repete. E, evidentemente, temos que estar atentos aos contornos. Claro que, eleito este ou aquele candidato, ele perceberá que precisa, por exemplo, do Congresso Nacional para governar. Perceberá que, estando na cadeira mais importante da República, deverá dar um exemplo em termos de observância da ordem jurídica”, declarou Mello.
O ministro afirmou ainda que não acredita que possa ocorrer retrocessos de imediato e alertou que não é possível “atropelar o que está estabelecido” para se alcançar determinado resultado. “Estamos vivenciando uma democracia há 30 anos. Não há espaço, de início, para retrocesso, mas as instituições precisam estar atentas, inviabilizando qualquer tentativa neste sentido de ter-se um retrocesso”.
Durante a entrevista, Mello lamentou que o país tenha chegado à radicalização. Ele avaliou que as urnas deram o recado de uma insatisfação muito grande com o contexto de escândalos, e o voto pretendeu modificar os representantes para que eles atuem pelo Brasil.