RIO/SUL FLUMINENSE
A 1a Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF-2), no Rio de Janeiro, absolveu em decisão unânime do colegiado os empresários Cláudio Fernandes Vidal e Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócios da J.R.O. A empresa tinha sede em Piraí, no distrito de Arrozal, gerando até 800 empregos.
Os dois chegaram a ser acusados de participar de supostos esquemas de corrupção e direcionamento de licitações durante os governos Luiz Fernando Pezão, que já tinha sido absolvido em julgamento anterior sobre o mesmo caso. A Justiça entendeu que as delações não se sustentavam em provas, e o TRF-2 absolveu os empresários em decisão unânime, com o acórdão sendo publicado na última quarta-feira, dia 24.
DECISÃO
Na decisão, a desembargadora Simone Schreiber, relatora do caso, afirmou que a sentença contra os empresários foi baseada em delações cruzadas, o que não seria suficiente para a condenação, sem que houvesse provas que confirmassem as acusações. “Ainda que os colaboradores prestem compromisso de dizer a verdade em seus depoimentos judiciais, por força do art. 4o, parágrafo 14, da Lei 12.850/13, suas declarações precisam ser corroboradas por outras provas, como determina o próprio art. 4o, parágrafo 16, III, do mesmo diploma legal”, afirmou a desembargadora no acórdão.
Ainda segundo a decisão de Simone Schreiber, as provas apresentadas não seriam suficientes para garantir que os empresários fossem condenados por supostamente fazerem parte de uma organização criminosa que fraudava as licitações. “A detida análise da prova encartada nos autos deixa dúvida quanto à adesão permanente e estável dos réus à organização criminosa, ainda que inequívoca a prática de um crime de fraude à licitação, estando tal crime prescrito”, apontou. O ex-governador Luiz Fernando Pezão também já havia sido absolvido neste mesmo caso, em decisão anterior da Justiça Federal no Rio de Janeiro.
ESTADO
Acolhendo manifestações do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) confirmou por unanimidade as prisões preventivas de Luiz Fernando Pezão, ex-governador do Rio de Janeiro, e Marcelo Santos Amorim, seu operador financeiro e marido de sua sobrinha. Com a decisão por três votos a zero, eles vão responder presos às acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em processo derivado da Operação Boca de Lobo, deflagrada em novembro quando Pezão ainda era governador.
Os habeas corpus em nome do político e seu intermediário foram rejeitados nesta quarta-feira (20/3) pela 1a Turma do TRF2. Segundo as investigações, quase R$ 40 milhões foram recebidos em propina pelo ex-governador e outros integrantes da organização.
“O discurso de resistência contra um Direito Penal seletivo não faz sentido aqui”, afirmou o relator, desembargador federal Abel Gomes, rebatendo quaisquer alegações de excesso na persecução penal. “A contemporaneidade dos motivos que justificam a prisão é evidente e não pode ser desprezada. É preciso um esforço de paralisar uma reiteração criminosa que expõe ao risco da impunidade.”
Nos pareceres sobre os HCs e em sustentação oral, o MPF na 2ª Região (RJ/ES) reiterou ser preciso manter as prisões preventivas para garantir a aplicação da lei penal e para não afetar o processo com eventuais solturas. Também a gravidade e a natureza dos atos criminosos foi reforçada ao Tribunal.
“O ex-governador é político experiente com consciência e capacidade para compreender aquilo que ocorria abaixo dos seus olhos”, afirmou o procurador regional Rogério Nascimento, que representou o MPF na sessão. “É muito plausível a convicção que traz o MP que ele tinha domínio e controle do que ocorria na gestão, conhecimento de seus inúmeros colaboradores, muitos inclusive confessos.”
Diretores da High End – Na mesma sessão, a 1ª Turma discordou do MPF quanto à necessidade de manter a prisão preventiva dos empresários César Augusto e Luís Fernando Craveiro de Amorim. O TRF2 decidiu que os sócios e diretores da High End, acusados de corrupção e lavagem de dinheiro, respondam livres à ação, desde que atendam a exigências como não fazer contato com outros envolvidos e entreguem seus passaportes para garantir que não saiam do território nacional. O TRF2 acolheu os habeas corpus por maioria (César Augusto) e unanimidade (Luís Fernando).
HCs 0000619-68.2019.4.02.0000 (Pezão), 0000600-62.2019.4.02.0000 (Cesar Amorim), 0000791-10.2019.4.02.0000 (Luis F. C. de Amorim) e 0000728-82.2019.4.02.0000 (Marcelo S. Amorim).
Ex-governador do Rio, Pezão, vira réu em ação penal apresentada pela Procuradoria-Geral da República
RIO
A Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-governador Luiz Fernando Pezão e outras 14 pessoas. Apresentada em dezembro do ano passado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ação penal foi remetida à primeira instância uma vez que Pezão perdeu o foro privilegiado com o fim do mandato no governo do estado. O ex-governador está preso desde 29 de novembro do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Boca de Lobo. Ele é acusado pela prática de atos de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na denúncia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, além da condenação dos envolvidos com base na participação individualizada, o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 39,1 milhões.
Na decisão em que determina o recebimento da ação contra os 15 denunciados, o juiz federal Marcelo Bretas ressalta que Pezão não só integrou a organização criminosa liderada por Sérgio Cabral, como o sucedeu nas práticas ilícitas no comando do governo do Estado do Rio de Janeiro. O magistrado destacou que a PGR anexou ao processo inúmeros tipos de provas – testemunhal, documental, depoimentos de colaboradores, dados bancários, telefônicos e fiscais – que comprovam o esquema. “O órgão ministerial expôs com clareza os fatos criminosos e suas circunstâncias, fazendo constar a qualificação dos denunciados e a classificação dos crimes, o que atende aos pressupostos contidos no artigo 41 do CPP e afasta a incidência do inciso I do artigo 395 do CPP”, concluiu Bretas.
SAIBA MAIS
Na denúncia, Raquel Dodge revelou que o pagamento de vantagens indevidas se repetiu na maioria das obras de construção civil executadas pelo estado na última década. Foram desviados tanto recursos federais – como os destinados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) –, quanto estaduais. Como consequência de investigações já concluídas, bem como de acordos de colaboração firmados pelo MPF com investigados, mais de US$ 100 milhões já foram recuperados e devolvidos aos cofres públicos.
No caso específico da denúncia oferecida no âmbito da Operação Boca de Lobo, as investigações tiveram como ponto de partida declarações fornecidas por Carlos Miranda, um dos intermediários do esquema criminoso, e também abrange as obras de iluminação do Arco Metropolitano, orçadas em R$ 96 milhões. Em novembro do ano passado, com a deflagração da Operação Boca de Lobo, além de Pezão, foram presas outras sete pessoas, incluindo cinco agentes públicos que ocupavam cargos estratégicos no governo e foram apontados como sendo os seus operadores. A maioria continua presa.
De acordo com a ação penal, entre 2007 e 2014, período em que exerceu os cargos de secretário de Obras e de vice-governador, Luiz Fernando Pezão recebeu “por 85 vezes vantagens indevidas, consistente no pagamento de dinheiro, em espécie, de origem ilícita”. Como remuneração por integrar a organização criminosa, o emedebista recebeu mesada de R$ 150 mil. Havia, inclusive o pagamento de 13º. A comprovação dos pagamentos foi feita por meio de depoimentos, materiais apreendidos em endereços ligados a integrantes do esquema e outros decorrentes de quebras de sigilos autorizadas pela Justiça. Integram a relação de provas bilhetes em que o governador era identificado por apelidos como “pé”, “pzão”, “big foot” e “pezzone”.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), ajuizou ação civil pública (ACP), com pedido de indisponibilidade de bens e distribuída junto à 3ª Vara de Fazenda Pública da Capital, para responsabilizar o ex-governador Luiz Fernando Pezão, a Fetranspor e outros três acusados por improbidade administrativa.
De acordo com a inicial, o ex-governador recebeu da Fetranspor mais de R$ 11 milhões para defender os interesses da entidade sindical em seu governo.
As investigações mostram que, após a saída de Sérgio Cabral do governo, Pezão assumiu o cargo e a liderança da organização criminosa, mantendo o seu funcionamento. E dentre as empresas que pagavam propina ao Poder Executivo durante o governo Cabral, destacava-se a Fetranspor que, por ordem do ex-dirigente José Carlos Lavouras, também réu na ACP, manteve a rotina de pagamentos de vantagens ilícitas após Pezão assumir.
Pezão indicou Luiz Carlos Vidal Barroso e Hudson Braga para operacionalizar o recolhimento de propinas de empresários corruptores, e posterior distribuição. Todos são réus na ação civil pública.
Na inicial, pede o MPRJ a perda dos valores recebidos ilicitamente e pagamento de multas, entre outras sanções, a serem revertidos ao erário fluminense. No caso de Pezão, é pedido o arresto de R$ 45.6 milhões, equivalentes ao valor acrescido ilicitamente ao seu patrimônio e de multa no valor de R$ 34.2 milhões equivalente ao triplo do acréscimo patrimonial, na forma do artigo 12, I da Lei de Improbidade Administrativa (8.449/92).
Em relação à Fetranspor, é solicitado pagamento de R$ 34.2 milhões, multa equivalente ao triplo do acréscimo patrimonial ilícito do agente público nos atos de improbidade administrativa dos quais participou, mesma multa a ser aplicada a Lavouras.
No caso de Luiz Carlos, o MPRJ pede a aplicação de multa de R$ 27.9 milhões, relativo ao triplo do acréscimo patrimonial ilícito do agente público nos atos de improbidade dos quais participou. Já Hudson Braga deve pagar multa no montante de R$ 6.3 milhões pelo mesmo motivo.
Requer também o MPRJ a condenação dos quatro acusados às penas previstas no artigo 12, incisos I e III, da Lei de Improbidade Administrativa, como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos e proibição de contratar com o Poder Público, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.
Em relação à Fetranspor, pede o Parquet, com base nas Leis n. 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) e n. 12.846/2013 (Lei Anticorrupção Empresarial) proibição de contratação com o Poder Público, e a proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, de um a cinco anos. A dissolução compulsória da entidade é pedida entendendo o MPRJ que a Fetranspor foi utilizada para facilitar ou promover a prática de atos que corromperam agentes públicos.
Número do processo: 0325975-16.2018.8.19.0001
RESENDE
A licitação já tem data para acontecer e a obra de recuperação da RJ 163 já tem prazo para ficar pronta. Esta foi a informação que os representantes da Associação Turística e Comercial de Visconde de Mauá (Mauatur) receberam durante encontro com o governador Luiz Fernando Pezão, na última terça-feira, dia 13,no Rio. O edital de licitação foi lançado ontem, quarta-feira, dia 14, no Diário Oficial do Estado.
No encontro, com o governador Pezão, os representantes da Mauatur também foram informados de que a licitação para definir a empresa responsável pela obra acontecerá no dia 18 de dezembro. O prazo de conclusão dos trabalhos na estrada é de 240 dias. “Foi um encontro bastante positivo pelas boas notícias que recebemos. Aguardamos agora com muita ansiedade a conclusão de todo este processo de licitação para que as obras tão necessárias e urgentes possam começar na RJ 163”, disse o presidente da Mauatur, Paulo Gomes.
ESTRADA AFETADA
Principal acesso a região turística de Visconde de Mauá, a RJ 163 foi bastante afetada pelos temporais de março. Na época, mais de 100 barreiras caíram na rodovia prejudicando o tráfego de moradores e turistas que costumam visita a região. Os transtornos foram tantos que a rodovia acabou ficando 24 dias interditada, deixando a comunidade local isolada.
Ate hoje, a pista apresenta trechos onde a passagem deve ser feita por um carro por vez devido a presença de monte de terra que deslizou de encostas. A preocupação de moradores, turistas e hoteleiros da região é que com a chegada de novo período de chuvas os transtornos sejam ainda piores.
ESTADO
O estado de calamidade pública financeira nas finanças do Estado do Rio de Janeiro pode ser prorrogado até o ano de 2023. O Governo do Estado decretou calamidade financeira em junho de 2016, por meio do Decreto nº 45.692. Posteriormente, em 8 de novembro, foi sancionada a Lei nº 7.483/16. E em 23 de maio de 2017, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) prorrogou a calamidade financeira de dezembro do ano passado a 31 de dezembro deste ano.
O novo prazo estendendo por mais cinco anos foi encaminhado nesta segunda-feira, dia 5, ao plenário da Alerj. O projeto de lei enviado pelo governador Luiz Fernando Pezão ao Legislativo foi combinado com o governador eleito Wilson Witzel, em reunião dia 31 de outubro, no Palácio Guanabara. No prazo proposto termina o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Na justificativa para a proposta, Pezão destaca que, mesmo com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, “ainda subsistem as condições que levaram à decretação do estado de calamidade pública na administração financeira”.
O governador Pezão afirma que a não aprovação da ampliação coloca em risco a sequência do RRF. “Não quero que ocorra com o governador eleito o que ocorreu comigo, de ter R$ 8,7 bilhões arrestados pela Justiça, de passar 47 dias sem poder acessar o caixa do Estado. Expliquei a ele a grave crise que enfrentamos, o sacrifício que foi aprovar o Plano de Recuperação Fiscal em Brasília e a importância da sua manutenção. Sugeri a continuidade da calamidade pública e me comprometi a dar a ele os instrumentos que eu tive para começar a vencer essa crise”, informou o governador em exercício, frisando ainda que pretende pedir apoio da base do governo na Alerj para aprovar o projeto. “Vou pedir a nossa base de deputados que dê a ele esses instrumentos, tanto com a prorrogação do estado de calamidade financeira como do Fundo de Combate à Pobreza, que representa R$ 4 bilhões”, disse Pezão, durante a cerimônia de assinatura do tombamento do Cais do Valongo, na segunda-feira, na Casa França Brasil, no Rio.
ROYALTIES DO PETRÓLEO
A calamidade foi decretada devido à grave crise financeira enfrentada pelo Estado a partir de 2016 e à queda na receita corrente líquida, principalmente nos royalties e participações especiais do petróleo, o que gerou o desenquadramento na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A lei foi fundamental, uma vez que reconheceu o estado de calamidade no qual o Estado se encontrava e isentou o descumprimento dos indicadores fixados na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Em setembro de 2017, o Regime de Recuperação Fiscal entrou em vigor e, desde então, o Estado do Rio vem cumprindo uma série de medidas de aumento de receita e redução de despesa, com o objetivo de restabelecer o forte desequilíbrio financeiro registrado nos últimos anos. Apesar de ter ingressado no RRF e já ter implantado uma série de medidas que resultarão no equilíbrio financeiro das contas públicas a médio e longo prazos, o Estado do Rio ainda se enquadra em algumas das condições que levaram à decretação da calamidade financeira em 2016.
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Após um ano do RRF, o Estado voltou a cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal com despesas de pessoal. O índice alcançado pelo Poder Executivo foi de 46,69% no segundo quadrimestre de 2018. O limite estipulado pela LRF é de 49%. Já a despesa consolidada, com todos os Poderes, ficou em 55,65%, abaixo dos 60% definidos como limite na LRF.
O desenquadramento, como resultado da forte queda na receita, ocorreu pela primeira vez no terceiro quadrimestre de 2016, quando o Poder Executivo alcançou 61,73% da Receita Corrente Líquida e a despesa consolidada foi de 72,31%. Na época, a Receita Corrente Líquida era de R$ 46.228.984.469. O resultado positivo em um ano do RRF pode ser observado ao comparar os dados do segundo quadrimestre de 2018 com o mesmo período de 2017, quando o índice do Poder Executivo foi de 61,06% e o consolidado, de 71,4%, com RCL de R$ 46.854.486.687. A Receita Corrente Líquida do quarto bimestre de 2018 foi de R$ 55.885.748.527. A RCL é usada na apuração do índice da despesa com pessoal.
FUNDO DE COMBATE À POBREZA
O governador também encaminhou à Alerj projeto de lei prorrogando a vigência do Fundo Estadual de Combate à Pobreza até 2023, quando termina o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Na mensagem enviada aos deputados estaduais, publicada no Diário Oficial do Legislativo desta terça-feira, dia 6, Pezão destaca que a medida, que também foi acertada com Wilson Witzel, é “uma importante fonte de financiamento para as despesas, permitindo, assim, que o Estado continue a ter os insumos básicos para a recuperação das finanças estaduais sem comprometer o pactuado com o Governo Federal”.
O texto com justificativa explica que o Fundo Estadual de Combate à Pobreza está entre as medidas previstas no Regime de Recuperação Fiscal, aprovado pela Lei Complementar 159/2017, que prevê que o estado implante uma série de ações para obter receitas extraordinárias e reequilibrar suas contas. A mensagem do governador esclarece ainda que os recursos do fundo foram considerados receita corrente até o fim da vigência do plano de recuperação. “A não prorrogação irá impactar negativamente os resultados pactuados no RRF obrigando o Estado a apresentar novas fontes de recurso para fazer frente a possível frustração de receita, na hipótese de não prorrogação do fundo”, ressaltou Pezão, no texto.
RIO
Apontado como operador financeiro do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (MDB), Carlos Miranda afirmou durante delação premiada uma lista com o nome de 40 políticos que teriam tido privilégios financeiros durante suas campanhas políticas, esquema conhecido como caixa dois. A notícia foi confirmada hoje com exclusividade pelo RJ TV, que, segundo informou, teve acesso a delação.
Carlos Miranda, segundo RJ TV, explicou que o dinheiro arrecadado para campanha vinha de empresas, como empreiteiras e fornecedores do Estado. Entre elas Miranda citou Fetranspor, prestadores de hotéis e serviços. Carlos explanou entre os nomes, o do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, também do MDB. Eduardo Paes (DEM), ex-prefeito do Rio, também teve o nome mencionado durante a delação.
NOMES
Fazem parte da lista: Edson Albertassi – R$ 1 milhão; Andre Lazaroni – R$ 1 milhão; André Santos – R$ 2,5 milhões; Claise Maria – R$ 1,5 milhão; Christino Áureo – R$ 2 milhões; Gustavo Tutuca – R$ 600 mil; Tiago Pampolha – R$ 1 milhão; Graça Matos – R$ 3,5 milhões; José Luiz Nanci – R$ 2 milhões; Marcelino Almeida – R$ 500 mil;Carlos Castilho – R$ 3 milhões; Tio Carlos – R$ 1 milhão; Carlos Osório – R$ 300 mil; Marta Rocha – R$ 300 mil; João Peixoto – R$ 1 milhão; Marcos Abraão – R$ 1,5 milhões; Marcelo Queiroz – R$ 600 mil; Paulo Mustrangi – R$ 600 mil; Gustavo Trota – R$ 1 milhão; Luiz Martins – R$ 1,2 milhão; Tania Rodrigues – R$ 1 milhão; entre outros.
TODOS NEGAM
Após a notícia, alguns mencionados se manifestaram para emissora, como o governador Pezão, que negou todas as acusações, dizendo ainda que sempre agiu de acordo com a Legislação Eleitoral; Cidinha Campos, Aécio Neves, Albertasse (por meio de sua assessoria), Nelson Gonçalves, negaram o que foi dito durante a delação por Miranda. André Lazaroni disse que tem todas suas doações declaradas e Gustavo Tutuca, chamou a informação do delator de mentirosa. Todos os demais citados negaram por meio de sua assessoria o fato e a Fetranspor disse desconhecer o teor da delação a fatos ocorridos, supostamente, antes do atual corpo administrativo.
Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação.
OPERADOR FINANCEIRO
Apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como operador financeiro da organização criminosa, Carlos Miranda já tem condenação em outros processos envolvendo Cabral. Miranda foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa no julgamento final da Operação Calicute. E também foi considerado culpado e condenado a 12 anos de prisão no julgamento final da Operação Mascate por lavagem de dinheiro.
RIO DE JANEIRO
O governador Luiz Fernando Pezão prorrogou o prazo para o pagamento de débitos na Dívida Ativa, à vista ou parcelados, para contribuintes que não quitaram seus passivos por conta da indisponibilidade do sistema. O decreto, que foi publicado no Diário Oficial autoriza que a emissão do documento de arrecadação com a data de cálculo de 7 de junho de 2018. A medida vale para quem fizer a solicitação e o pagamento até o dia 31 de agosto de 2018.
No caso de parcelamentos em curso, a cota referente a junho terá como base o dia 7 do mesmo mês. Já na cota referente a julho, o valor será referente ao mês de vencimento. Caso o contribuinte esteja com três parcelas consecutivas ou cinco intercaladas inadimplentes no dia 1° de setembro, o benefício será cancelado. A partir da data, todos os pagamentos voltarão a sofrer correção monetária e acréscimos moratórios.
A decisão visa corrigir os transtornos causados pela inoperância temporária do Sistema da Dívida Ativa, que impossibilitou os pagamentos junto à Procuradoria Geral do Estado (PGE). O problema foi causado por falhas técnicas nos computadores do Centro de Tecnologia da Informação e da Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (PRODERJ), agravado pelas limitações dos softwares de informática para geração e homologação dos Documentos de Arrecadação do Estado do Rio de Janeiro (DARJ).
RESENDE
Empresários do setor de turismo da região de Visconde de Mauá estão na expectativa ver liberada a RJ- 163 ainda a tempo de receber o fluxo de turistas para o feriado de Semana Santa. A esperança cresceu após uma reunião ocorrida no último dia 16, no Palácio Guanabara entre o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), o prefeito de Itatiaia, Eduardo Guedes (MDB); o vice-prefeito, Sebastião Mantovanni e o presidente da Mauatur, Paulo Gomes. Pezão garantiu o enviou rápido dos recursos financeiros liberados pelo Ministério das Cidades e total esforço do DER (Departamento Estrada de Rodagem) para o desbloqueio da rodovia para a passagem de carros de passeio antes do feriado de Páscoa. “Esta semana, uma equipe de projetistas e engenheiros do DER estiveram acompanhando os trabalhos das máquinas na obstrução da rodovia. O governador assumiu conosco o compromisso de a liberá-la antes da semana santa. Acredito que teremos uma grande surpresa nos próximos dias. ”, disse Paulo Gomes, ressaltando que os cerca de R$ 73 milhões liberados pelo governo federal serão proporcionalmente divididos entre os estados que solicitaram o recurso. Paulo Gomes, porém, não soube informar o montante destinado a recuperação da RJ 163.
Independente da liberação da RJ 163, ainda no Rio, o presidente da Mauatur e o secretário de Turismo de Itatiaia, Alexandre Teixeira se reuniram com o secretário estadual de Turismo, Nilo Sérgio. No encontro, ficou acordado que serão feitos gestão junto ao Ministério do Turismo para buscar recursos que ajudem a divulgar a RJ 161 como opção de rota segura para chegar a região de Visconde de Mauá. “Queremos garantir a quem deseja visitar a nossa região que a RJ 161 está totalmente desobstruída e em condições de levar o turista com toda a segurança até Visconde de Mauá, Maromba e Maringá”, afirmou o secretário de Itatiaia.
Sebrae e AgeRio
Na próxima terça-feira, dia 27, uma equipe do Sebrae estará na região de Mauá prestando consultoria aos empresários locais em um trabalho conjunto que visa a recuperar a imagem da região prejudicada pelos problemas causados pela chuva e a obstrução da RJ 163.
No mesmo dia, a AgeRio, agência de fomento econômico do estado, também levará uma equipe de consultores a região para apresentar e orientar os empresários sobre as linhas de financiamentos disponíveis. “É uma forma que encontramos de levar ao empresário local, soluções para garantir a gestão de seu negócio e garantir a empregabilidade na região”, explicou Paulo Gomes.
TRÁFEGO NA RJ 161
Também conhecida como Serra do Eme, a RJ 161 A RJ 161, será liberada em mais um fim de semana para o tráfego de veículos. Neste sábado e domingo, dias 24 e 25, a rodovia, que há cerca de 20 dias vem recebendo serviços de limpeza e manutenção executados pela Prefeitura, ficará totalmente liberada ao trânsito, sem restrição de horários. ,
Os serviços no local, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de Resende, que está coordenando os trabalhos na serra, voltam a ser realizados na próxima segunda-feira, dia 26, estendendo-se até quarta-feira, 28, quando a rodovia deverá ser liberada, em boas condições, para o feriadão da Semana Santa. Nesses dias (26, 27 e 28), o tráfego de veículos ficará interditado das 8h às 11h e das 13h às 17h para que homens e máquinas possam executar os trabalhos no local em segurança.
ANGRA DOS REIS
Os moradores de Angra dos Reis presenciaram hoje na Costa Verde uma cena há muitos meses esperada pela maioria dos residentes de bem do Litoral. A cidade foi tomada pela presença do Comando Conjunto, em apoio à Secretaria de Estado de Segurança, que deflagrou, juntamente com a Polícia Civil da 166ª Delegacia de Polícia, uma operação no Frade. Os trabalhos começaram por volta das 5 horas, tendo várias prisões e apreensões de entorpecentes. O delegado titular da 166ª Delegacia de Polícia, Bruno Gilaberte, explicou ao A VOZ DA CIDADE que as operações foram deflagradas no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública. Pelas redes sociais, os moradores comemoraram a presença das autoridades.
A operação aconteceu de forma simultânea na Vila Vintém, Zona Oeste do Rio de Janeiro. As ações envolveram cerco, estabilização dinâmica da área e desobstrução de vias. Foram cumpridos mandados de prisão por parte da Polícia Civil.
Para as duas operações, foram empregados 1.382 militares das Forças Armadas, 270 policiais militares, 50 policiais civis e 19 agentes da Polícia Rodoviária Federal com apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia. Não houve interferência nas operações dos aeroportos.
Estas operações foram deflagradas no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública.
BALANÇO
“Num momento em que as policiais estão sucateadas por conta da crise, é importantíssimo esse apoio, inclusive da Polícia Federal, Militar. De todos os envolvidos. Por isso tivemos resultados exitosos. Não podemos ficar reclamando da falta de verba. Temos que arrumar modos de superar esse déficit operacional. Isso se faz por meio de ações em conjunto”, disse o delegado.
Até a publicação desta nota, foram contabilizados: duas prisões de dois suspeitos de tráfico, presos com 140 pinos de cocaína; 60 quilos aproximadamente de maconha, cerca de 30 mil pinos vazios para embalar cocaína e um cumprimento de mandado de prisão, onde o homem é acusado de homicídio.
Ainda segundo o delegado, não houve registro de tiroteio, de confronto e feridos.
COMEMORAÇÃO
Moradores da cidade comemoraram hoje nas redes sociais a presença do Exército em Angra. Em vários grupos, inclusive, algumas pessoas criticaram a divulgação antecipada da informação sobre a operação. “Vocês deveriam pensar que traficantes também têm rede social. Assim como você avisa para o morador, acaba avisando para os ‘vagabundos’, que acabam ganhando tempo para fugir”, comentou Jéssica Lopes em uma rede social.
Apesar dos alertas, ao contrário de alguns moradores do Rio de Janeiro, a população não viu problema nenhum nas abordagens. “Eles estão aqui para o nosso bem e que é do meio, sabe muito bem identificar o marginal. Como pai, marido, trabalhador, eu quero segurança para toda a minha família e se eu cobro, prefiro passar pelo contratempo em ser abordado do que pelo contratempo de enterrar um filho meu ou ser vítima de bala perdida e não acompanhar o crescimento dos meus filhos”, disse Roger Oliveira, de 40 anos, morador do Frade. “Eu moro aqui há 10 anos e me mudei com toda a minha família para trabalhar. Mas se fosse necessário, voltaria para Volta Redonda para protegê-los”, completou o eletricista.
PEDIDO DE SOCORRO
O ano de 2018 começou de forma tensa em Angra dos Reis. Foram diversas trocas de tiros, mortos, presos e várias apreensões e tudo, segundo informações da polícia e da própria população, pela disputa do comércio ilícito, protagonizadas pelo Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP). Até mesmo o prefeito de Angra, Fernando Jordão (MDB), teve que apelar e pedir, ou em suas próprias palavras, exigir, intervenção do Exército na cidade. Jordão esteve em Brasília em uma conversa com o Presidente da República, Michel Temer, no mesmo partido, que, também pela crise de violência em todo o estado, assinou no dia 18 de fevereiro do decreto de intervenção federal na segurança pública em todo o Estado do Rio de Janeiro.
LIBERAÇÃO DE R$ 1 BILHÃO
Hoje, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) afirmou que a liberação de R$ 1 bilhão pelo governo federal para a Segurança no Estado do Rio, anunciada também hoje pelo presidente Michel Temer, será suficiente para garantir os investimentos necessários ao setor. Ele explicou que os débitos do Estado com servidores e fornecedores serão quitados, em breve, com iniciativas de responsabilidade da administração estadual e já previstos no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
“Esses recursos são suficientes, são substanciais e mostram o quanto é importante para nós essa intervenção, essa parceria, essa cooperação do Governo Federal com o Estado. A nossa Lei Orçamentária aprovada, com contingenciamento, para toda a área de Segurança, previa em torno de R$ 800 milhões de investimentos. Nós vamos ter à disposição do Estado R$ 1 bilhão, um recurso significativo e muito importante”, frisou o governador.